Referência no astroturismo: parque em MG pode ganhar título internacional
O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro, criado em 1996 e com mais de 13 mil hectares, é uma das áreas naturais mais preservadas da Zona da Mata
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O Parque Estadual da Serra do Brigadeiro está na mira de um reconhecimento inédito em Minas Gerais: o título internacional de Dark Sky Park, concedido pela DarkSky International — organização global dedicada à proteção dos céus escuros. A conquista colocaria o estado entre os principais destinos de astroturismo do país.
O parque estadual — criado em 1996 e com mais de 13 mil hectares — é uma das áreas naturais mais preservadas da Zona da Mata mineira e está localizado entre os seguintes municípios da região: Ervália, Fervedouro, Sericita, Araponga, Miradouro, Pedra Bonita, Muriaé e Divino.
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Para se obter o reconhecimento, é necessária uma candidatura na referida organização global. A inscrição está sendo preparada pelo astrônomo Daniel Mello, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), por meio do projeto Astroturismo nos Parques Brasileiros (AstroParques).
Entre fevereiro de 2024 e setembro de 2025, a equipe realizou estudos técnicos sobre a qualidade do céu noturno e o nível de poluição luminosa dentro do parque. O AstroParques conta com pesquisadores da UFRJ, IFRJ e instituições do setor turístico.
“Nossos dados mostram que o parque possui qualidade de céu comparável a destinos internacionais reconhecidos no astroturismo. Transformá-lo em Dark Sky Park significa integrar ciência, conservação ambiental e desenvolvimento regional sustentável”, pontua Mello.
O parque apresenta um dos céus mais escuros já registrados em áreas protegidas brasileiras, com índices que atendem plenamente aos critérios exigidos para certificação internacional.
“As medições incluíram o uso de fotômetros, mapeamento de fontes de luz artificial e um inventário detalhado da iluminação existente na unidade, identificando pontos que precisam de adequação para reduzir impactos sobre fauna, flora e o próprio brilho do céu”, explicou o governo de Minas.
Caso o reconhecimento internacional se concretize, o Parque Estadual da Serra do Brigadeiro pode ser tornar uma dos principais destinos do país para os interessados em contemplar estrelas, constelações e fenômenos celestes. A previsão é de que o relatório final de candidatura seja submetido à DarkSky International no início de 2026.
Além dos estudos científicos, o AstroParques tem promovido sessões astronômicas abertas ao público, em parceria com o Trilha Brigadeiro Caparaó.
Cerca de 48% dos participantes permaneceram hospedados na área, indicando geração de renda e fortalecimento da economia local. Com telescópios e orientação especializada, as sessões permitem que o público observe fenômenos como a Via Láctea, o Cruzeiro do Sul e até a Pequena Nuvem de Magalhães — visível apenas em locais com baixíssima poluição luminosa.
Astroturismo
Também chamado de turismo astronômico, o astroturismo compreende a observação do céu noturno em ambientes adequados e na vivência integrada entre natureza, ciência, arte e cultura. A atividade de baixo impacto e alinhada ao ecoturismo contribui ainda para a educação ambiental e o fortalecimento das comunidades do entorno.
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