Belo Horizonte e outras quatro cidades mineiras foram alvos, na manhã desta quarta-feira (26/11), da operação “Presença que Protege”, deflagrada pela Polícia Militar (PMMG). A ação tem como foco reforçar a proteção da população e do território e combater o crime organizado em aglomerados específicos no estado.

Segundo o porta-voz da corporação, capitão Rafael Veríssimo, a ação foi planejada após o mapeamento de atividades ligadas ao crime organizado. “O serviço de inteligência da instituição identificou disputas por pontos de vendas de drogas e incidência de ocorrências relacionadas ao tráfico, o que levou a Polícia Militar a mobilizar sua estratégia de malha protetora, empenhando um policiamento ostensivo e ininterrupto nesses aglomerados escolhidos”, explicou.

A estratégia da operação divide os aglomerados em três níveis de atuação. No perímetro considerado mais crítico, com maior probabilidade de prisões em flagrante e captura de lideranças e alvos prioritários. Com atuação do BOPE, Rotam, Rocca, Choque e do Comando de Policiamento em Missões Especiais.

Um segundo perímetro abrange vias de acesso aos pontos críticos. Nesses locais, a PM posicionou equipes da Academia de Polícia Militar, além de moto patrulhas e patrulhamento especializado para impedir fugas e movimentos de reorganização das quadrilhas. Já no perímetro mais externo, o policiamento ostensivo geral, de trânsito e rodoviário atua para evitar a distribuição de drogas e ampliar a presença do Estado no entorno dos aglomerados.

"A operação 'Presença que Protege' é uma oportunidade de reforçar para a nossa população que todo o controle do território mineiro pertence ao Estado. A Polícia Militar e as demais forças de segurança efetivam operações diariamente e essa ação destinada específica para alguns aglomerados", destaca Veríssimo.

Em Belo Hortizonte a operação vai atuar de maneira ininterrupta na Cabana do Pai Tomás, no Morro das Pedras e no aglomerado da Pedreira Prado Lopes. Além da capital, a operação também ocorre em outros municípios: em Ibirité (Região Central), no bairro Vila Ideal; em Além Paraíba (Zona da Mata), no bairro Goiabal; em Montes Claros (Norte de Minas), na comunidade do Feijão Semeado; e em Manhuaçu (Zona da Mata), no Campo do Avião.

Veríssimo detaca que não há presença de facções de outros estado em Minas. “A Polícia Militar controla o território mineiro. Não há uma realidade onde organizações criminosas conseguem efetivar esse tipo de controle. Nosso policiamento de proximidade é constante”, afirmou.

Outro ponto ressaltado pelo capitão são as perspectivas em relação às estatísticas criminais, que segundo ele, são positivas. “Minas Gerais, em 2025, comparando janeiro a novembro com o mesmo período de 2024, reduziu 19% nos homicídios consumados, 34% nos tentados e 31% nos crimes de roubo”, disse.

Ele explicou que a operação não é uma reação a aumento de criminalidade, mas uma ação preventiva: “No Morro das Pedras e na Pedreira Prado Lopes, confrontos recentes resultaram em prisões e apreensão de armas e drogas. Essa operação tem um foco preventivo de priorizar a proteção da nossa população."

A ação tem prazo determinado nesses aglomerados dessa etapa, mas ainda não foi divulgado e continuará em relação a outros aglomerados pelo estado. Segundo o porta-voz, a operação seguirá enquanto houver indicadores de risco nos aglomerados definidos nesta etapa, mas será estendida a outras regiões quando necessário. “O serviço de inteligência busca antecipar fenômenos criminais que poderiam levar a um controle de território por organizações criminosas”, afirmou.

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Questionado sobre reforço policial em municípios da região Nordeste de Minas, após episódios de violência e ameaças atribuídas ao crime organizado, Veríssimo afirmou que o reforço policial pode ser direcionado para essas cidades. “A PM tem uma mobilidade da sua malha protetora. Então, diante de demandas específicas como essa, a instituição tem capacidade de remanejar os seus esforços e efetivar a resposta condizente com esse cenário", explicou.

Para combater o crime, o porta-voz reforçou a importância da participação popular. “As denúncias anônimas pelo 181 colaboram para resultados expressivos. Muitas apreensões recentes tiveram origem em informações da população. A segurança pública é dever do Estado e responsabilidade de todos”, conclui.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos

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