DESAFIO

Como outras capitais do Brasil lidaram com o fim das carroças

Belo Horizonte não é a primeira a proibir a tração animal; veja soluções adotadas em cidades como Porto Alegre e os desafios da transição

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Com a proximidade de janeiro de 2026, prazo final para a circulação de carroças em Belo Horizonte, a incerteza toma conta dos trabalhadores que dependem da atividade para seu sustento. A capital mineira, no entanto, não é pioneira nessa transição. Outras grandes cidades brasileiras já passaram pelo mesmo processo, adotando soluções variadas com resultados distintos.

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A experiência de outras metrópoles serve como um mapa dos possíveis caminhos e desafios que Belo Horizonte pode encontrar. Entender o que funcionou e o que falhou em outros lugares é fundamental para construir uma política pública que ampare tanto os carroceiros quanto os animais.

O que outras cidades fizeram?

Porto Alegre foi uma das pioneiras na transição, com um programa de redução gradativa da circulação de carroças instituído por lei em 2008. A prefeitura gaúcha implementou ações que incluíam o cadastramento dos carroceiros, a oferta de auxílio financeiro temporário e cursos profissionalizantes para facilitar a inserção em outras áreas. Um dos pontos de destaque foi o acolhimento dos animais: os cavalos foram encaminhados para um santuário, onde receberam cuidados veterinários e um local adequado para viver.

Em Curitiba, uma lei de 2015 também proibiu a tração animal, estabelecendo um período de adaptação. A estratégia na capital paranaense focou na inclusão social dos trabalhadores, muitos dos quais atuavam como catadores de materiais recicláveis. A prefeitura buscou integrá-los em programas de coleta seletiva e cooperativas, oferecendo uma alternativa de renda formalizada e vinculada à política de gestão de resíduos sólidos da cidade.

Na capital mineira, a lei que entrará em vigor em 22 de janeiro de 2026 estabelece a proibição gradual do uso de tração animal, com o objetivo de eliminar o sofrimento e os maus-tratos aos animais, além de melhorar a segurança viária nas cidades. Para garantir uma transição socialmente justa, o texto cria o programa Carreto do Bem, que oferece aos carroceiros a possibilidade de trocar a carroça e o cavalo por um veículo motorizado, permitindo que continuem trabalhando sem depender da tração animal.

A iniciativa também inclui ações de capacitação e qualificação profissional, voltadas à migração para outras atividades econômicas. Além disso, os trabalhadores poderão ter acesso a novas oportunidades de emprego e, quando for o caso, ao Benefício de Prestação Continuada destinado a idosos. Quanto aos animais, a lei prevê que todos os cavalos sejam acolhidos, recebam cuidados veterinários e sejam encaminhados para adoção responsável, garantindo proteção e bem-estar ao longo de todo o processo de transição.

Resultados e desafios comuns

As iniciativas, em geral, resultaram na diminuição visível de animais em situação de maus-tratos nas ruas e em uma melhoria no fluxo do trânsito em áreas urbanas. Para os trabalhadores que aderiram aos programas, houve a oportunidade de formalização e de acesso a melhores condições de trabalho, sem a exposição a acidentes e ao esforço físico intenso.

No entanto, o principal desafio encontrado em todas as cidades foi garantir a adesão completa dos carroceiros. Muitos relataram que os valores dos auxílios eram insuficientes ou que as novas atividades propostas não garantiam a mesma renda obtida com a carroça. A falta de um diálogo mais próximo e de soluções personalizadas foi uma crítica recorrente.

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Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.

*Estagiária sob supervisão do editor João Renato Faria

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