Pelo menos cinco clubes da capital mineira resolveram suspender temporariamente a venda de bebidas destiladas, como gin, vodca, uísque e cachaça. A medida se deu em meio à crescente preocupação com casos de intoxicação relacionados ao consumo de destilados adulterados com metanol no país. A venda de outras bebidas alcoólicas, como cerveja e vinho, continua normal.

O Minas Tênis Clube foi o primeiro a aderir a suspensão em todas as unidades. No comunicado aos associados, a instituição ressaltou que a medida busca preservar a saúde de seus frequentadores, sem afetar a venda de cervejas e vinhos.

Ainda na noite de ontem (1º/10), após uma reunião da diretoria, o Mackenzie Esporte Clube também decidiu suspender por tempo indeterminado a venda de bebidas alcóolicas destiladas. "Em razão dos recentes casos de bebidas adulteradas com metanol no estado de São Paulo, a diretoria decidiu como medida de segurança suspender a venda de destiladas em todos os bares do clube".

Nesta manhã (2/10), Iate Tênis Clube também aderiu à restrição. A direção do estabelecimento destacou que a suspensão é uma resposta às denúncias de falsificação divulgadas pela imprensa e que o momento exige cautela.

Outro clube que também seguiu a medida foi o Pampulha Iate Clube que, na mesma linha dos demais, reforçou que a suspensão temporária irá garantir a segurança dos associados. 

Nesta sexta-feira (3/10), do mesmo modo, o Esporte Clube Ginástico também anunciou a suspensão da venda de bebidas alcoólicas destiladas. De acordo com um comunicado emitido aos sócios, "a decisão tem caráter preventivo e seguirá em vigor por tempo indeterminado". 

O Esporte Clube Sírio de Belo Horizonte, informou que, apesar de a venda de destilados não ser substanciosa, vai suspender a venda de caipirinha neste fim de semana. 

Por outro lado, o Clube Belo Horizonte informou que manterá a comercialização de bebidas destiladas. No comunicado enviado pelo proprietário do bar, Leonardo Couro, informa que todos os produtos comercializados nos bares do clube são adquiridos exclusivamente de fornecedores oficiais e credenciados.

"Ressaltamos que todas as aquisições são realizadas com emissão de nota fiscal, pelo próprio fornecedor, assegurando a procedência e a regularidade dos produtos, em conformidade com a legislação vigente e com as boas práticas comerciais", destacou. 

A medida preventiva, que surgiu nos clubes de São Paulo, vem ganhando força no Brasil. Como forma de prevenção, a Federação dos Clubes do Estado de Minas Gerais (Fecemg) recomendou a todos os associados a interrupção imediata da venda de bebidas destiladas.

“Estamos acompanhando de perto essa situação e, após os recentes casos em São Paulo e Pernambuco, apoiamos a suspensão temporária da venda dessas bebidas como forma de prevenção”, afirmou o presidente da federação, Marcolino de Oliveira Pinto Júnior.

Mortes e preocupação com metanol

Dados do Ministério da Saúde mostram que, até o momento, um óbito por metanol foi confirmado em São Paulo. O Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) recebeu a notificação de 43 casos por intoxicação por metanol no país, sendo 39 em São Paulo, com dez confirmados e 29 em investigação e quatro casos em investigação em Pernambuco.

O número é considerado alarmante, tornou o atual cenário atípico. O Brasil contabilizava cerca de 20 casos de intoxicação por metanol ao longo de todo um ano.

“Nós estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país. A entrada da Polícia Federal no plano se deve à suspeita de envolvimento de uma organização criminosa relacionada à adulteração de bebidas”, reforçou o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

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Em Minas, o secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou nessa quarta-feira (º1/10) que não há casos de suspeita de intoxicação por metanol no estado até o momento.

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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