Junio Pereira de Jesus, de 26 anos, confessou ter assassinado Magna Laurinda, 42 anos, enteada de sua mãe, Marluce Pereira dos Santos, em uma audiência realizada na última sexta-feira (4/7), no Tribunal do Júri em BH. Ele relatou ter esfaqueado a vítima e escondido o corpo em uma cisterna, enquanto os demais acusados negam envolvimento direto.

O crime ocorreu no dia 23 de agosto do ano passado, envolvendo quatro acusados de uma mesma família: Marluce Pereira dos Santos, a madrasta, e quatro de seus filhos - Gilmar Pereira Calmos, Paloma Ferreira de Jesus, Junio Pereira de Jesus e Paola Pereira de Jesus. 

Magna era filha do companheiro da mãe dos acusados. Seu desaparecimento só foi denunciado dias após o crime, quando parentes notaram sua ausência e acionaram as autoridades. O corpo foi encontrado no dia 27 de agosto, no Bairro Candelária, na Região de Venda Nova, quatro dias após o homicídio - levando à abertura do processo criminal por homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Os dois homens foram levados para o Ceresp Gameleira, e as mulheres, para o Presídio Feminino de Vespasiano.

Durante a audiência, o rapaz confessou o assassinato logo no início do interrogatório. Segundo seu relato, ele estava realizando reformas na casa da mãe quando desceu para lanchar e encontrou a vítima discutindo com ela. Junio afirmou que tentou intervir, mas que Magna teria reagido de forma agressiva. Por isso, ele a esfaqueou em um suposto ato de defesa. Ainda segundo o depoimento, Junio escondeu o corpo na cisterna da residência logo após o ato.

O corpo foi encontrado no dia 27 de agosto, no Bairro Candelária, na Região de Venda Nova, quatro dias após o homicídio

Reprodução/TV Alterosa

Marluce, por sua vez, apresentou versão diferente do filho. Negou ter presenciado o assassinato e disse que apenas ouviu a discussão entre o filho e a vítima, sem testemunhar a ação ou a ocultação do cadáver. Ela também é ré no processo.

As duas filhas da mulher - Paola e Paloma - também prestaram depoimento e negaram estar na casa no dia do crime. No entanto, ambas confirmaram que a origem da briga foi um empréstimo feito na conta bancária do pai da vítima.

Parte do dinheiro teria sido desviada para apostas online, conhecidas como "jogo do tigrinho". Uma das filhas admitiu ter usado mais de R$ 8 mil da quantia para jogar. Ela contou que havia combinado com a vítima um encontro para discutir como devolver o dinheiro, mas disse não saber que o irmão cometeria o crime.

A outra irmã relatou que parte do valor ficou guardada em sua conta poupança, a pedido da mãe, por receio de sumiço do dinheiro. Ela reforçou que o empréstimo seria destinado à reforma da casa e afirmou que a vítima não se opunha à operação, mas ficou revoltada ao descobrir o uso indevido dos recursos.

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Diante das contradições nos depoimentos, sobretudo entre mãe e filho, a defesa do réu solicitou acareação entre os acusados. O juiz Roberto Araújo deferiu o pedido, e a nova audiência foi marcada para o próximo dia 18 de julho. O caso segue em fase de instrução e promete desdobramentos à medida que os relatos forem confrontados em juízo.

*Estagiária sob supervisão do Humberto Santos

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