Suspeitos de integrar 'tribunal do crime' são acusados de assassinato em MG
Investigação apontou que vítima foi morta porque, supostamente, roubou uma ferramenta de membro de um grupo criminoso
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Siga noA Polícia Civil divulgou o nome e a foto de dois suspeitos de matarem um homem, de 39 anos, em maio de 2024, no Bairro Marumbi, em Juiz de Fora, na Zona da Mata. Jonathan Fernandes da Silva, de 31 anos, e Taianara Guaraciaba Gomes, de 30, tiveram os mandados de prisão preventiva expedidos.
De acordo com as investigações, o assassinato ocorreu no contexto de um "tribunal do crime", que se traduz em uma prática violenta utilizada por organizações criminosas para punir, torturar e até executar aqueles que supostamente infringem regras impostas pelo tráfico de drogas na região.
A vítima foi acusada de furtar uma ferramenta elétrica de um dos membros do grupo criminoso, o que resultou em sua sentença informal de espancamento e morte. De acordo com relatos colhidos pelos policiais, o líder do grupo, já identificado, ainda teria ameaçado matar a esposa da vítima, exigindo que ela entregasse a ferramenta furtada, além de afirmar que ficaria com a filha dela como forma de represália.
Conforme apurado, o homem foi levado a um ponto de referência do tráfico de drogas no Bairro Progresso, onde foi cercado e agredido com sucessivas pancadas por alguns indivíduos, entre homens e mulheres, que utilizaram bastões e outros objetos.
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De acordo com a delegada que coordenou as investigações, Bianca Mondaini, após a tortura, a vítima foi colocada em um veículo de aplicativo, já bastante debilitada e com lesões graves, o que indica que os suspeitos assumiram o risco de sua morte. Durante o trajeto para casa, o homem perdeu a consciência e faleceu antes de receber atendimento médico.
Mondaini explicou que a investigação policial apontou que a organização criminosa responsável pelo crime tem forte atuação na região. "Eles utilizam de extrema violência para controlar a comunidade local. Relatos de moradores indicam que os suspeitos têm envolvimento direto com o tráfico de drogas, homicídios e porte ilegal de armas, utilizando métodos de tortura para impor suas regras e eliminar aqueles que consideram desafetos", afirmou.
Os dois suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado. A delegada detalha que Jonathan é apontado como um dos líderes do tráfico de drogas na região, sendo o principal responsável pelo tribunal do crime que resultou na morte da vítima. Taianara também teria participado diretamente das agressões e foi apontada como a proprietária da ferramenta furtada, fato que deu origem ao julgamento da vítima pelo grupo criminoso.
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"A divulgação das imagens dos foragidos é necessária para atender ao interesse da sociedade e contribuir para a localização deles. A Polícia Civil solicita a colaboração da comunidade com qualquer informação sobre o paradeiro dos suspeitos ou de outras pessoas que possam ter participado do crime. Os dados podem ser repassados, de forma anônima e sigilosa, por meio do Disque Denúncia Unificado (DDU-181)", destacou Bianca.