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MEDIDA PREVENTIVA

Alta demanda leva à suspensão de cirurgias ortopédicas em BH

Suspensão temporária de cirurgias ortopédicas é descrita pela Prefeitura de BH como uma estratégia preventiva, acionada em momentos de pico de demanda

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As cirurgias eletivas ortopédicas em Belo Horizonte estão suspensas até 5 de fevereiro em todos os hospitais da rede do Sistema Único de Saúde (SUS) que disponibilizam esse procedimento. A decisão, que entrou em vigor nesta quarta-feira (22/1), foi motivada pela alta demanda por procedimentos de urgência, com a maioria dos casos envolvendo pacientes que sofreram acidentes de trânsito ou quedas.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMSA), a medida visa priorizar o atendimento de situações graves e assegurar a disponibilidade de leitos ortopédicos. Atualmente, a capital tem uma média diária de 100 pacientes em busca de leitos ortopédicos de urgência, número, que segundo a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), está acima da capacidade habitual da rede hospitalar. 

O contingenciamento é descrito como uma estratégia preventiva, acionada sempre que a rede municipal identifica picos de demanda. “A estratégia faz parte de um plano de ações regular da Secretaria Municipal de Saúde sempre que há maior demanda de leitos ortopédicos no município”, afirmou por meio de nota.

 

Agnus Welerson Vieira, Presidente Sociedade Brasileira de Ortopedia, explicou que a medida tomada pela prefeitura já aconteceu em outros momentos, quando, por alguma situação pontual levou a um grande aumento na demanda por cirurgias de emergência. Dessa vez, o médico acredita que seja reflexo dos feriados de Natal e Ano-Novo, que caíram no meio da semana, interrompendo o funcionamento pleno dos hospitais. Esta época do ano, de férias e chuvas, também é um fator importante no cenário.

"Esta época de férias tá todo mundo muito mais exposto a trauma, então aumenta naturalmente o número da cirurgias de urgência. Com os feriados consumindo o tempo dos consultórios, há um aumento no represamento dessas cirurgias. Eu acredito que tão logo passe a necessidade de ampliar o atendimento de urgência, as cirurgias eletivas vão ser retomadas e reorganizadas para esses pacientes", analisa Vieira. "É uma escolha difícil, mas é uma escolha necessária para que a coisa flua", completa.

Em nota, o Hospital da Baleia informou que recebeu o ofício e está ciente da determinação. Também esclareceu que "o fluxo de pacientes atendidos pela instituição com cirurgias eletivas ou de emergência é definido pela Secretaria Municipal de Saúde. Em 2024, o Hospital da Baleia realizou 5.419 cirurgias de ortopedia e traumatologia de pacientes SUS".

O Hospital Evangélico de Belo Horizonte informou ao Estado de Minas que também recebeu a nova diretriz e que, a partir de hoje, vai ampliar sua agenda para a oferta de cirurgias de urgência. "Atualmente, a instituição filantrópica tem 60 cirurgias ortopédicas eletivas já agendadas. O prazo máximo para que elas sejam feitas é de até 90 dias, conforme as regras da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte", disse em nota.

Superlotação

Em meio a suspensão das cirurgias eletivas na rede SUS da capital mineira, o Hospital Risoleta Tolentino Neves, na Região Norte, enfrentou uma manhã de superlotação e precisou limitar os atendimentos. A capacidade do pronto-socorro, projetado para 90 pacientes simultâneos, chegou 180 pessoas em atendimento na manhã desta quarta-feira (22/1).

A medida, descrita pela administração como necessária para garantir a segurança e a qualidade dos atendimentos, diante de um aumento de demanda que se arrasta desde 2023, atingiu em cheio pacientes e acompanhantes que, sem aviso prévio, chegaram ao hospital em busca de ajuda.

Foi o caso da aposentada Nelma Nanci Nascimento, de 70 anos, que deixou sua casa em Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nas primeiras horas da manhã para acompanhar o marido, de 65, em busca de atendimento no Hospital Risoleta Tolentino Neves.

Após mais de quatro horas de espera, Nelma demonstrava cansaço e preocupação, mas ainda mantinha a esperança de uma solução. “Deus abençoe que consiga, porque a gente sair de Lagoa Santa para perder a caminhada e ficar esse tempo todo aqui, não dá, né?", afirma. 

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