Pioneira da cozinha do Bolão, Maria José Rocha deixa muito aprendizado para os responsáveis por manter o legado do restaurante.  -  (crédito: Arquivo Pessoal)

Pioneira da cozinha do Bolão, Maria José Rocha deixa muito aprendizado para os responsáveis por manter o legado do restaurante.

crédito: Arquivo Pessoal

O Bolão, localizado no Santa Tereza, na Região Leste, e um dos lugares mais icônicos de Belo Horizonte, se despede nesta quarta-feira (20/03) de uma figura igualmente icônica para o restaurante: Maria José Rocha, uma das pioneiras da cozinha que hoje é amada por muitos belo-horizontinos.

 

Filha dos fundadores do restaurante, Maria José tinha 85 anos. Em razão do luto, o Bolão permanece fechado na quarta e na quinta-feira.

 

O famoso Bar do Bolão foi fundado em 12 de outubro de 1961 pelo casal José da Rocha e Maria dos Passos, com o nome de “Bar Rocha & Filhos”. A fama veio rápido para o novo empreendimento através dos pastéis feitos na casa do “Seu Rocha” e levados pelo filho mais novo, Zé Maria, para serem comercializados no bar.

 

Antes mesmo de chegar até o restaurante, todos os pastéis já eram vendidos para as pessoas que cruzavam o caminho com o vendedor. O apreço pela comida do Bolão mais tarde se estendeu para a macarronada do local, preparada com um tempero especial até nos dias de hoje.


 

 

A fama levou o Bolão a outras partes da capital e quatro filiais foram abertas: a primeira delas, na Rua Mármore, no final da década de 1980. A segunda, no Bairro Coração Eucarístico e, mais outras duas, no Funcionários e São Pedro, ambos na Região Centro-Sul.

 

Maria José desempenhava um papel muito importante nessa história, já que, após a fundação do bar, foi uma das responsáveis por tocar a cozinha do local e preparar os alimentos.

 

“Maria José Rocha, a nossa tia Dé, foi uma das pioneiras da cozinha do Bolão lá atrás quando se iniciou o restaurante. Ela comandou a cozinha por bons tempos, mais de 40 anos, entregando o melhor, os pratos, os espaguetes, fazia os pastéis de manhã cedo. Todos os dias chegava por volta das 8h da manhã e fazia os famosos pastéis de carne com batata. Ela foi sócia-proprietária do restaurante e faz parte do legado.”, conta Carlos Henrique Rocha, sobrinho de Maria José e da terceira geração do Bolão.

 


“Trabalhava incansavelmente, todos os dias, de segunda a sábado, folgava só domingo. Ela tinha o horário de chegar das 8 da manhã às 20h da noite, todo dia.”, continua Carlos.

 

Ele afirma que Maria José, além de ser ótima pessoa, deixa para quem fica encarregado de manter o legado do Bolão vivo uma vasta experiência. “A imagem que nós temos dela é trabalhando dentro daquela cozinha”, finaliza.

 

O velório de Maria José Rocha será realizado nesta quinta-feira (21/03), das 10h às 14h, na capela da Metropax, no Santa Efigênia, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. O sepultamento será no Cemitério Colina, no Bairro Nova Cintra, na Região Oeste de BH, às 15:30.