Armamento e explosivos apreendidos com a quadrilha morta nos sítios em Varginha -  (crédito: Divulgação/PMMG)

Armamento e explosivos apreendidos com a quadrilha morta nos sítios em Varginha

crédito: Divulgação/PMMG

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) determinou o afastamento de 23 agentes indiciados depois de uma operação em 2021 que resultou em 26 mortes em Varginha, no Sul de Minas. Agora, os policiais irão permanecer em funções administrativas até a conclusão do caso na Justiça.

O inquérito da Polícia Federal sobre o caso - que ficou conhecido como a “Chacina de Varginha”-, concluído na última quarta-feira (28/2), apontou “indícios de possíveis excessos na ação policial”, incluindo tortura e adulteração de provas, durante operação realizada em outubro de 2021.

A princípio, os agentes envolvidos disseram ter ocorrido uma troca de tiros com bandidos do “Novo Cangaço”, modalidade conhecida pela alta violência e roubos a bancos. As investigações da PF, no entanto, apontaram que os alvos foram surpreendidos e não estavam armados no momento. A troca de tiros, defendida pelos agentes, teria sido forjada.

A ação ocorreu em duas chácaras, nas quais a quadrilha estava reunida. O exame pericial indicou que, em uma das chácaras, os policiais dispararam pelo menos 216 vezes, contra oito disparos efetuados pelos suspeitos de integrar a quadrilha. Além disso, há armas que não foram entregues para exames.

Na época, a ação chegou a ser comemorada pelas autoridades de segurança e descrita como a maior operação contra o "Novo Cangaço". Em nota, a PRF afirmou estar colaborando com as autoridades e que reabriu, no “âmbito administrativo, um procedimento apuratório em 2023, diante do surgimento de novas evidências”.

Além dos agentes rodoviários, 16 policiais militares também estavam envolvidos na operação, e foram indiciados pela Polícia Federal. A reportagem do Estado de Minas procurou a Polícia Militar (PM) para obter um posicionamento e aguarda retorno.