Vista aérea do estádio do Mineirão, que vai receber etapa da Stock Car   -  (crédito: AGÊNCIA I7/Divulgação)

Vista aérea do estádio do Mineirão, que vai receber etapa da Stock Car

crédito: AGÊNCIA I7/Divulgação

O Conselho Municipal de Meio Ambiente (Comam) de Belo Horizonte aprovou as licenças ambientais necessárias para a realização da prova Stock Car na capital mineira.

 

Reunião, encerrada na noite desta quarta-feira (21/2), apontou vitória para os integrantes da secretaria a favor da prova, pelo placar de 10 a 2. Agora, as aprovações seguem para outros departamentos da prefeitura.

 

Segundo o secretário municipal de Meio Ambiente, José Reis, a votação, basicamente, estava vinculada ao corte de árvores da região. “Pudemos ouvir pessoas da sociedade civil que estavam na reunião, onde havia mais de 200 participantes. A maioria dos integrantes aprovou o procedimento, na legalidade”, diz.

 

Com essa decisão, fica aprovado o corte de 63 árvores, sendo que três serão transplantadas para outros locais. Como forma de compensação aos danos de corte, os realizadores do evento Stock Car terão que plantar 10 vezes mais árvores, totalizando 600 novos plantios.

 

 

Ainda conforme o secretário, assim que as primeiras árvores forem retiradas, a compensação deverá começar. “O empreendedor deverá repor 600 árvores na Região da Pampulha. Foi a única compensação definida em um parecer mais rigoroso. Além disso, deverão fazer a manutenção do plantio, obrigatoriamente, durante os anos previstos para o evento durar”, afirma.

 

Agora, o licenciamento do evento continua em andamento em outras secretarias da PBH.

 

Moradores se preocupam

 

Para os moradores da Pampulha, o evento pode gerar impactos ambientais muito grandes. A ambientalista Carla Magna, que mora próxima ao Cercadinho, diz não estar surpresa com o voto do Comam. “O conselho está há um bom tempo votando a favor dos empreendedores. Infelizmente, não é surpresa o Comam ser a favor. A maioria do grupo de moradores da região não vê com bons olhos essa realização, por diversas razões, como o barulho”, diz.

 

Segundo ela, não há movimento contra a realização do evento, mas acredita que outros locais de BH ou na Região Metropolitana estão mais adequados. “Toda a fauna e flora da Lagoa da Pampulha pode ser impactada. Com uma 'disputa' do local, os animais podem ficar agressivos, sendo que agora vivem em harmonia com os seres humanos”, explica.

 

Ela chama atenção para a possível mudança de comportamento dos animais, ao se sentirem ameaçados por um barulho não habitual na região. “Após causar um trauma no comportamento deles, não há como reverter. Além disso, tem questões relacionadas ao aeroporto e córregos locais. É um problema grande e ainda não houve nenhuma audiência com os moradores para mostrar o que será feito”, finaliza.