Integrantes do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais em protesto por reajuste salarial -  (crédito: Divulgação/Sindpol)

Integrantes do Sindicato dos Servidores da Polícia Civil de Minas Gerais em protesto por reajuste salarial

crédito: Divulgação/Sindpol

O Sindicato dos Servidores da Polícia civil do Estado de Minas Gerais (Sindpol/MG), juntamente com outros sindicatos, associações e entidades de classe das forças de segurança, realizou uma manifestação pedindo a recomposição das perdas inflacionárias nesta quinta-feira (8/2). De acordo com o presidente da instituição, Wemerson Oliveira, cerca de 2 mil pessoas compareceram ao movimento na Cidade Administrativa, que começou às 13h e acabou por volta das 16h, parando a MG-010. O líder também disse que “até o momento, não tivemos respostas, e acreditamos que não teremos”.

Apesar do número expressivo de manifestantes, Wemerson conta que as manifestações do segmento costumam ser ainda maiores. “Essa é a nossa primeira manifestação do ano. É assim mesmo, começa mais tranquilo e vai aumentando”, declara. Além disso, ele acredita que houve um boicote por parte dos coronéis e delegados da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), influenciado pelo governador do Estado, Romeu Zema (Novo). “Todas as chefias, da civil e militar, armaram operações e chamadas gerais para hoje”, diz.

O presidente do Sindpol conta que “a categoria está sofrendo. Tem policial passando necessidade em casa”. Para ele, o salário que os investigadores e escrivães recebem não é o suficiente para pagar as despesas pessoais, muito menos para suprir a demanda de uma família. O salário do setor, ainda conforme Wemerson, já não passa por reajuste para se adequar à inflação há sete anos.

“Já tem sete anos que o governo Zema não faz isso com a gente. Já tivemos uma perda inflacionária de mais de 41%”, afirma. Quanto ao governo, além de não ter recebido um posicionamento ainda, ele diz que “em cinco anos de mandato, ele (Romeu Zema) nunca dialogou com a entidade”.

O Sindpol e os demais funcionários das forças de segurança também reclamam da sobrecarga dos funcionários e da infraestrutura das delegacias e das viaturas, que Wemerson caracteriza como “caindo aos pedaços”. Com a equipe reduzida, a PC, de acordo com o presidente do sindicato, “os policiais acabam sendo obrigados a trabalhar assim, trabalha do jeito que dá, é um caso lastimável”, lamenta. Ele completa dizendo que “a defasagem pessoal, na Polícia Civil, já é de quase 50%”.

Depois da manifestação, a pretensão do sindicato é de continuar reforçando as demandas com a categoria e “manter trabalhando dentro das condições que o Estado fornece”. O presidente do Sindpol também mencionou que “daqui a pouco vamos começar a rodar as delegacias e fazer imagens”, para mostrar as condições de trabalho.

Resposta do Governo de Minas Gerais

Em nota ao Estado de Minas, o Governo de Minas respondeu:

"O Governo de Minas reconhece a importância dos profissionais das Forças da Segurança e o seu indispensável serviço prestado à população mineira, considerado referência de trabalho em todo o país. A atual gestão mantém os canais de diálogo abertos com os representantes da categoria e busca compreender e atender suas demandas, dentro do que a lei permite e das possibilidades fiscais e estruturais do Estado".

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice