Evento contou com fala de servidores do Ministério do Trabalho, políticos e membros do judiciário; também foi lançado o filme

Evento contou com fala de servidores do Ministério do Trabalho, políticos e membros do judiciário; também foi lançado o filme "Servidão"

crédito: Marcos Vieira /EM/DA. Press. Brasil

A Delegacia Sindical do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho de Minas Gerais (SINAIT DS/MG) realizou nesta quinta-feira (25/1) um evento em memória dos 20 anos da Chacina de Unaí, que serão completados neste domingo (28/1). O evento foi realizado no Cine Belas Artes, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, com o lançamento do filme "Servidão", de Renato Barbieri, que conta com narração da cantora Negra Li.

Com a presença de auditores fiscais, membros do Judiciário e políticos, os participantes recordaram o assassinato dos três auditores fiscais e do motorista do Ministério do Trabalho, em Unaí, na Região Noroeste de Minas, em 2004. Nove pessoas foram responsabilizadas pelo crime – duas delas, o mandante Norberto Mânica e Hugo Alves Pimenta, estão foragidas

"Eu não posso desanimar, tenho esperança de que eles paguem. O que acontece é o retrato de como a Justiça no Brasil trata os pobres. Quantos poderosos, ricos estão pagando pena por algum crime? E quantos pobres, humildes tão pagando vários crimes, inclusive sem sentença e sem mandado de prisão?", questionou Carlos Calazans, superintendente do Ministério do Trabalho em Minas Gerais.

O auditor fiscal Marcelo Gonçalves Campos apontou que a tragédia é "homenageada" com um trabalho ainda mais árduo e fervoroso no combate às irregularidades no Estado.

A deputada estadual Andréia de Jesus (PT) ressaltou que é importante fortalecer os órgãos de fiscalização e que, apesar de não terem ocorrido mais assassinatos, os servidores públicos seguem sendo ameaçados por empresários que agem de forma irregular.

Relembre o caso

Nélson José da Silva, João Batista Soares Lage, Erastóstenes de Almeida Gonçalves e o motorista Aílton Pereira de Oliveira foram executados durante uma fiscalização de rotina na área rural de Unaí, na região Noroeste do Estado.

Os pistoleitos Rogério Alan Rocha Rios, Erinaldo de Vasconcelos e William Miranda foram condenados e presos. Os responsáveis por intermediar a contratação foram Francisco Elder Pinheiro, que morreu de AVC sem ser condenado, e Hugo Alves Pimenta, que está foragido da Justiça.

Os mandantes José Roberto de Castro e os irmãos Norberto e Antério Mânica foram condenados. Norberto ainda está foragido.