Melissa estava no banco traseiro do carro de seu pai e foi atingida por disparo de arma de fogo na cabeça -  (crédito: Arquivo pessoal)

Melissa estava no banco traseiro do carro de seu pai e foi atingida por disparo de arma de fogo na cabeça

crédito: Arquivo pessoal

O desejo de justiça e o uso de remédios para dormir dão o tom da nova rotina de Maria Letícia Alexandre Ribeiro, de 26 anos, mãe de Melissa Maria Alexandre Santos, de 6, que morreu depois de ser baleada na cabeça durante uma discussão no trânsito, na BR-381, próximo a Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na tarde do último domingo (21/1). A menina estava no carro com o pai, a avó paterna e o irmão, de 3, quando foi alvejada.

“A minha vida acabou. É uma dor que não tem nem como explicar. A gente se esforçava tanto para dar a ela tudo do bom e do melhor”, inicia Maria Letícia em entrevista ao Estado de Minas. A mãe lembra que havia falado com a menina na manhã de domingo, por telefone, horas antes do crime acontecer na rodovia. “Quando liguei, ela disse que estava tudo bem, e eu respondi que a amava muito”, pontua.

“Às 16h, eu recebi um vídeo gravado pelo meu esposo onde nossa filha aparecia rindo e brincando. Às 17h, recebi outra ligação dele, desesperado, falando o que tinha acontecido, mas ele desmaiou, e a polícia retornou a chamada pedindo que eu fosse ao hospital”, lembra a jovem, acrescentando que a via estava muito movimentada e tinha câmeras. “Por isso, acredito que não vão demorar a encontrar quem fez isso com a minha filha. A nossa luta agora é por justiça”, diz Maria Letícia.

“Ela expressava tudo o que sentia”

Segundo conta, a pequena Melissa tinha uma característica marcante em seu comportamento. “Minha filha era muito carinhosa e a todos abraçava, beijava e falava que amava. Era assim comigo, com o pai, com o irmão e até com quem ela nem conhecia direito. Ela expressava tudo o que sentia”, conta, emocionada.

Nesta terça-feira, Maria Letícia, o esposo dela e a avó paterna da menina prestaram depoimento à Polícia Civil em uma delegacia de Contagem.

Aos policiais, o pai de Melissa, Maicon Junior dos Santos, contou que estava próximo à fábrica da Fiat Automóveis, quando foi fechado por um segundo veículo, um Fiat Vivace. Nele, estavam dois homens e duas mulheres. O motorista ainda teria emparelhado com o carro da família e feito diversas ultrapassagens. Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.

“O homem que dirigia, depois de várias fechadas, fazia gestos obscenos, dirigidos a mim”, contou Maicon. O veículo passou a perseguir a família e, na altura do Bairro Amazonas, em Contagem, um dos homens sacou um revólver e atirou. O disparo atingiu a parte traseira do carro. Melissa foi atingida na cabeça. Ao avistar uma viatura da PM, o pai parou e pediu socorro. A criança chegou a ser resgatada e levada para o Hospital Metropolitano de Contagem, mas veio a óbito.