O trabalho coletivo entre o estado, municípios e população é fundamental para que as ações e estratégias disponíveis impactem na prevenção e diminuição dos casos esperados. 
 -  (crédito:  AFP/SHINJI KASAI)

O trabalho coletivo entre o estado, municípios e população é fundamental para que as ações e estratégias disponíveis impactem na prevenção e diminuição dos casos esperados.

crédito: AFP/SHINJI KASAI

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), em parceria com a Associação Mineira de Municípios (AMM) e o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG), realizou nessa quinta-feira (18/1) uma apresentação on-line sobre o cenário, os impactos e as perspectivas das arboviroses em Minas Gerais para 2024. O encontro foi direcionado aos prefeitos, secretários municipais de saúde e referências de outras Secretarias Municipais de todo o estado.

O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi, pontuou que o momento atual requer muita atenção às arboviroses e o apoio e participação dos municípios é fundamental para o enfrentamento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela.

Trabalho coletivo

O período sazonal das doenças, que ocorre entre os meses de outubro e maio, requer dos gestores redobramento de cuidados, mobilização e enfrentamento das arboviroses nos territórios. “Estamos vivendo um momento epidêmico em todo o estado de Minas”. A fala do vice-presidente do Cosems-MG, Lúcio Alvim, ressalta a necessidade do trabalho coletivo entre o estado, municípios e população para que as ações e estratégias disponíveis impactem na prevenção e diminuição dos casos esperados.

Lúcio Alvim afirma que o trabalho de conscientização e educação é feito todo ano em conjunto com a comunidade escolar e a população permanentemente, mas que há a tendência de descuido após o controle momentâneo do vírus e do período chuvoso. Por essa razão, quando as chuvas concentradas retornam, os casos tendem a aumentar novamente.

Além disso, o fator climático adverso, atualmente, deixa a situação mais preocupante. “No nosso clima, o calor é seguido de pancadas de chuva, e o mosquito se prolifera e agrava o quadro de incidência das arboviroses”, explica Alvim.

O vice-presidente ressalta que é necessário “traçar estratégias de guerra” nos municípios mineiros a fim de eliminar os focos existentes. “Vamos colocar equipe para fazer mutirão de limpeza; quando necessário, fazer o bloqueio da área onde estiver algum paciente infectado. Mas todos os secretários e prefeitos têm que se comprometer em fazer a integralidade dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e os Agentes Comunitários de Endemias (ACE) para combater os focos."

De acordo com a Vigilância Epidemiológica da SES-MG, até 15 de janeiro, foram notificados em Minas Gerais 13.384 casos prováveis de arboviroses (dengue, chikungunya e zika). Desse total, foram confirmados 3.983 casos de dengue, e três óbitos estão em investigação. Já para chikungunya são 1.223 casos confirmados e um óbito confirmado em Sete Lagoas. Não há notificações de zika neste ano.

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Lúcio Alvim também destaca que o estado tem dado aporte financeiro e de logística diante do enfrentamento das arboviroses. Em 2024, serão mais R$ 16 milhões para o uso dos equipamentos que serão utilizados na identificação, monitoramento e tratamento dos focos e criadouros do Aedes aegypti, permitindo uma atuação mais direcionada e eficaz por parte das secretarias municipais de Saúde. “Os recursos estão disponíveis e são suficientes para realizar as ações de prevenção."

Um próximo passo fundamental é a intensificação das visitas domiciliares. O vice-presidente destaca que essa é a única forma de entrar nas casas para fiscalizar quintais, calhas, vasos de planta e demais lugares propícios à proliferação da larva do mosquito.

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata