Estruturas simulam um local propício para a colocação dos ovos do mosquito -  (crédito: Prefeitura de Montes Claros/Divulgação)

Estruturas simulam um local propício para a colocação dos ovos do mosquito

crédito: Prefeitura de Montes Claros/Divulgação

A Prefeitura de Montes Claros, no Norte de Minas, anunciou nesta quarta-feira (17/1) que a instalação em residências de 543 armadilhas com levedo de cerveja compreende a nova estratégia do município para combate ao Aedes aegypti — mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela urbana. O trabalho está sendo executado por equipes do Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Cada armadilha cobre um raio de aproximadamente 300 metros, segundo o Executivo municipal.

As estruturas simulam um local propício para a colocação dos ovos do mosquito: no caso, um vaso de plantas com um pouco de água no fundo contendo o levedo, que acaba atraindo as fêmeas do mosquito. Com isso, elas depositam os ovos na lateral do recipiente, sendo possível, depois, analisar a quantidade de ovos em cada armadilha. “A estratégia é importante, principalmente, porque permite determinar as áreas mais vulneráveis a infestações”, pontuou o Executivo municipal.

Até a última atualização do governo de Minas em boletim epidemiológico publicado na segunda-feira (15/1), Montes Claros contabilizava neste ano 141 casos de dengue e sete de chikungunya. Em 2023, a cidade registrou 8.368 ocorrências de dengue e uma morte pela doença. Em relação à chikungunya, foram 11.619 notificações e sete óbitos. Casos de zika representaram o menor quantitativo: 10.

Vale dizer que, em dezembro do ano passado, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) emitiu um alerta às secretarias de saúde dos municípios do Norte do estado para um possível aumento das notificações de dengue e chikungunya na região.

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A coordenadora do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e de Vigilância em Saúde da Superintendência Regional de Saúde (SRS) de Montes Claros, Agna Soares da Silva Menezes, explicou, na ocasião, que a situação preocupa devido à detecção da circulação do vírus da dengue sorotipo 3, identificado em um homem de 31 anos, residente em Belo Horizonte.

Essa categoria, cabe dizer, circulou de forma significativa no país entre 2004 e 2008. “Em 2019, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) identificou a circulação do sorotipo 3 em quatro casos, o que representa 0,5% das amostras positivas analisadas na época. Já nos últimos quatro anos, os sorotipos 1 e 2 foram os circulantes no estado”, explicou a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), acrescentando que a reintrodução do sorotipo 3, somado ao expressivo número de indivíduos suscetíveis, torna o cenário epidemiológico propício ao aumento da transmissão de dengue.

No início de 2023, a cidade vivenciou um surto de dengue, chikungunya e Zika, o que levou a prefeitura decretar, em 17 de fevereiro, situação de emergência em saúde pública pelo período de 120 dias. À época, o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti - LIRAa 1/2023 apontou um índice de infestação predial de 15% nos domicílios pesquisados pelos agentes do CCZ.