
Um dos recordistas em mortes por dengue em 2023, MG já registra duas suspeitas de óbito neste ano
Uma adolescente e uma mulher de 38 anos faleceram com suspeita de dengue esta semana em Curvelo e Timóteo. Casos estão sendo investigados
Mais lidas
compartilhe
Siga noMinas Gerais, um dos estados com maior incidência de casos de dengue no país em 2023, já registrou neste ano duas suspeitas da doença somente nesta semana. Nessa quarta-feira (10/1), em Curvelo, na Região Central do estado, uma mulher de 38 anos, cujo nome não foi divulgado, faleceu um dia após ser internada no Pronto Socorro da cidade. A informação foi divulgada em nota oficial pela prefeitura. De acordo com o município, o sangue da paciente foi coletado e enviado para a Fundação Ezequiel Dias (Funed), localizada na capital e responsável no estado por essa investigação.
04/10/2023 - 04:00 Casos de dengue explodem em Minas 12/07/2023 - 04:00 Dengue desafia o inverno e mata 17 pessoas em 14 dias 08/12/2023 - 20:58 Minas pode ter epidemia de dengue em 2024, diz Ministério da Saúde
Na terça-feira (9/1), a Prefeitura de Timóteo, no Vale do Rio Doce, comunicou o falecimento de Maria Elisa Lessa, de 17 anos, também por suspeita de dengue. A morte da adolescente segue em investigação pela Funed. A prefeitura informou que a jovem procurou, no dia 6, uma unidade de pronto atendimento da cidade com sintomas da doença. Ela foi medicada, liberada e orientada a procurar novo atendimento caso a situação se agravasse, mas acabou vindo a óbito.
Em 2023, de acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Minas registrou 315.618 casos de dengue, com 197 óbitos confirmados. Somente em janeiro deste ano, já são 415 casos confirmados e 1.451 em investigação. Em dezembro, o Ministério da Saúde, soltou um alerta sobre a possibilidade de uma epidemia de dengue no estado em função do número elevado de casos da doença registrados, em 2023, em Minas Gerais.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o Minas ficou atrás apenas de São Paulo no número de mortes e casos da doença ano passado. Uberlândia e Uberaba, no Triângulo Mineiro, e Belo Horizonte foram as cidades com maior registro de dengue em 2023.
Atendimento em BH
Em comunicado oficial divulgado ontem, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que as pessoas com sintomas da dengue como febre, dores no corpo, dor de cabeça e manchas vermelhas na pele devem procurar inicialmente um dos 152 centros de saúde que funcionam de segunda a sexta-feira, durante 12 horas.
“Esses equipamentos estão preparados para fazer o atendimento do paciente com suspeita de dengue, zika e chikungunya. A nossa orientação é que o usuário só procure as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) quando o centro de saúde não estiver aberto ou em caso de piora no quadro clínico”, afirmou o secretário municipal de Saúde, Danilo Borges Matias. O endereço de todos os centros de saúde pode ser consultado no portal da PBH.
Na capital, até do dia 5 de janeiro, não havia nenhum caso confirmado de dengue e 34 suspeitas em investigação. Em 2023, foram confirmados 12.293 casos de dengue em Belo Horizonte. Outros 1920 aguardam resultado. A maior parte dos casos foi registrada nas regionais Nordeste, Venda Nova e Norte.
O endereço de todos os centros de saúde pode ser consultado no portal da PBH.
Explosão de casos
De acordo com o médico infectologista Carlos Starling, não há estudos que expliquem a explosão de casos de dengue em Minas e no Brasil. “Mas podemos formular algumas hipóteses.A primeira é que Minas tem a segunda maior população do país, portanto, o número de casos pode estar refletindo o volume de pessoas expostas. Ou seja, pode ser apenas um viés estatístico”. Outra possibilidade, de acordo com ele, é uma maior eficiência do sistema de vigilância epidemiológica.
“A outra hipótese é a de que a baixa incidência dos anos anteriores tenha feito com que o número de pessoas vulneráveis ao vírus circulante tenha aumentado. Ou seja, seria uma flutuação epidemiológica esperada e que ocorre em intervalos esperados de tempos em tempos, mas não podemos afastar a possibilidade das mudanças climáticas estarem favorecendo a proliferação do mosquito”. Além disso, segundo ele, a degradação econômica de 2018 a 2022 pode ter contribuido para a piora das condições sanitárias e maior formação de focos de proliferação do vetor.
Como combater o Aedes aegypti em casa:
• Retirar os pratinhos dos vasos de plantas;
• Acondicionar o lixo em saco plástico e mantê-lo em lixeira tampada até o dia e horário de recolhimento pelo Serviço de Limpeza Urbana;
• Manter a caixa d’água vedada, sem deixar frestas, mesmo que muito pequenas;
• Realizar a limpeza das calhas e remover folhas e outros materiais que possam impedir o escoamento da água;
• Entregar os pneus ao Serviço de Limpeza Urbana ou mantê-los em local coberto;
• Tratar a piscina com cloro e limpar uma vez por semana;
• Manter o quintal sempre limpo e livre de qualquer material que possa acumular o mínimo de água e se tornar foco do Aedes aegypti.
Fonte: PBH