Universitários reunidos em auditório antes de assumir seus postos na Operação Onça 
Cabocla: grupo vai oferecer capacitação em áreas como saúde, justiça e cultura -  (crédito: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Universitários reunidos em auditório antes de assumir seus postos na Operação Onça Cabocla: grupo vai oferecer capacitação em áreas como saúde, justiça e cultura

crédito: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press

Até o dia 27, os moradores de 12 pequenos municípios do Norte de Minas vão receber uma série de capacitações e oficinas realizadas por professores e estudante universitários, de forma voluntária, colocando o conhecimento a serviço da comunidade. A ação, iniciada na sexta-feira, é parte da Operação Onça Cabocla, do Projeto Rondon, coordenado pelo Ministério da Defesa, em parceria com o governo do estado.


A operação envolve 252 professores e alunos de 15 instituições de ensino superior mineiras e duas de São Paulo. Cada município recebeu dois grupos de 10 integrantes cada, sendo dois professores e oito alunos por universidade.


As equipes trabalharão com oficinas e capacitações nas áreas de cultura, direitos humanos, justiça, educação, saúde, comunicação, tecnologia e produção, meio ambiente e trabalho. Entre outras atividades, na saúde são promovidas capacitações de agentes multiplicadores para o controle de vetores causadores de doenças endêmicas e para a disseminação da Política Nacional de Alimentação e Nutrição.


Os municípios atendidos na Operação Onça Cabocla no Norte de Minas são: Brasília de Minas, Coração de Jesus, Glaucilândia, Guaraciama, Itacambira, Japonvar, Jequitaí, Juramento, Olhos D’Água, São João da Lagoa, São João da Ponte e São João do Pacuí.


A solenidade de abertura oficial da operação foi realizada sexta-feira, no auditório do Colégio Tiradentes da Polícia Militar, em Montes Claros. Ao participar da cerimônia, o secretário de Estado de Educação, Igor de Alvarenga, ressaltou a importância dos universitários no Projeto Rondon. Lembrou que eles “têm o papel de destaque nas ações que visam mudar a realidade dos municípios beneficiados pelo projeto”.


Acadêmicos inseridos no Projeto Rondon disseram que esperam uma troca de experiência com as populações atendidas. “Estou levando para as pessoas tudo que é pautado pela sustentabilidade, envolvendo o contato com o povo, com a terra e com o meio ambiente. Acredito que (com isso), a gente ganha com a troca de experiência. A cultura de cada povo nos ensina muito”, disse a estudante Mariana Freitas da Silva, matriculada no curso de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG) em Divinópolis. Ela viajou com uma equipe para a pequena Itacambira (de 4.250 habitantes), a fim de trabalhar com oficinas de educação e arte.


O estudante Flávio Borges, do curso de Tecnologia de Alimentos do Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), sediado em Uberaba, afirmou que seu propósito é usar o conhecimento adquirido na graduação para melhorar atividade de pequenos produtores de São João da Ponte. “Estou levando o que aprendi no curso de Tecnologia de Alimentos sobre tratamento do leite e conservação de alimentos, por exemplo”, citou Flávio. “Também, de uma certa forma, quero aprender com isso”, completou.


Outro voluntário do Projeto Rondon é o estudante Pedro Fasano Martinez, do curso de Economia da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp) de Araraquara (SP). Ele se deslocou mais de 950 quilômetros para participar das ações do projeto em São João do Pacuí. “Achei muito interessante a proposta do Projeto Rondon. Quero aprender mais sobre o Brasil e os problemas brasileiros”, disse. “Espero adquirir mais experiência e novas perspectivas”, ressaltou.


O professor Dinael Ferreira Campos, da Unesp, acompanha um grupo de 19 alunos das unidades de Bauru e Araraquara, dos cursos de Psicologia, Biologia, Pedagogia, Administração e Letras. “Estamos levando para as pessoas educação, cultura, saúde, trabalho, tecnologia e qualidade de vidas. O nosso objetivo é que a extensão venha mesmo para fora da universidade”, pontuou.


CONVIVÊNCIA COM A SECA

João Victor Gonçalves, do curso de Bioquímica da Universidade Federal de Viçosa (UFV) participa do Projeto Rondon junto à população de Brasília de Minas (32 mil habitantes). O estudante afirma que sua disposição é auxiliar os moradores da cidade a tratar a água para o consumo. Assim, vai ajudar a população a conviver com a seca, garantindo a qualidade de vida. Em 2023, o Norte de Minas enfrentou a pior seca da história, com quase 11 meses sem chuvas, o que agravou a crise hídrica na região.


O professor Antônio Rodrigues Neto, da unidade da UEMG de Ituiutaba (Triângulo), acompanha um grupo da instituição na operação na pequena Glaucilândia (2.928 habitantes). Ele também salienta que a proposta de sua equipe é promover ações para melhoria de vida da população, historicamente castigada pelas longas estiagens. “Teremos atividades nas áreas da saúde, educação, cultura, direitos humanos e justiça. Na saúde, teremos uma ação para o combate à dengue, no momento que ocorrem muitos casos da doença”, informou Rodrigues Neto.