Família optou por doar órgãos do sargento Roger, assassinado na noite da última sexta-feira -  (crédito: Redes sociais)

Família optou por doar órgãos do sargento Roger, assassinado na noite da última sexta-feira

crédito: Redes sociais

“Salvar vidas”. Com esse objetivo, a família do sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, morto por um presidiário, optou pela doação de órgãos. O militar foi morto com dois tiros na cabeça por Webert Souza Fernandes, de 25 anos.

A decisão foi tomada pela mulher do policial, Ana Clara, que comunicou o que queria aos médicos do Hospital do Pronto Socorro e também ao comando da Polícia Militar.

A morte foi confirmada na noite de domingo (7/1). À tarde, foi confirmada a morte cerebral, depois de exames realizados pelos médicos, também no Hospital do Pronto Socorro João XXIII (HPS).

A retirada dos órgãos somente teria início no final da manhã desta segunda-feira (8/1). Depois desse procedimento, o corpo será encaminhado para o Instituto Médico Legal, para que seja feito o exame de autópsia, o que é obrigatório por lei, pois o sargento foi vítima de assassinato.

Somente depois desses exames, no IML, é que o corpo será liberado para a família. Uma investigação foi instaurada, também, pela Polícia Civil, estando a cargo do departamento de Investigação de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP).

O autor dos disparos, Webert, está preso. Uma audiência de custódia foi realizada no domingo, quando a juíza Juliana Miranda Pagano, da Central de Flagrantes, converteu, mesmo sem ter ouvido o criminoso, a prisão preventiva para prisão em flagrante. Da mesma forma, determinou a prisão em flagrante do comparsa de Webert, Geovanni Faria de Carvalho.

A magistrada alega, em sua decisão, o histórico criminoso dos suspeitos. “O modus operandi do crime demonstra em um juízo valorativo baseado em elementos concretos e não puramente abstratos, que há dados objetivos para se concluir que o paciente, solto, simboliza um risco à ordem pública, pela propensão para a repetição de novas infrações deste jaez. O reiterado contato do paciente com a justiça criminal é motivo justificador da cautela provisória, pois não se pode perder de vista que um dos escopos da segregação na fase cognitiva processual é, precisamente, garantir a ordem pública, consistente tal garantia em evitar que o delinquente volte a cometer delitos”, diz o despacho

O crime

O sargento foi baleado na noite de sexta-feira (5/1). O policial, de 29 anos, junto a outros militares, perseguiam um Uno que tinha sido roubado.

Na entrada do Bairro Novo Aarão Reis, o fugitivo perdeu o controle do veículo e bateu no meio-fio. Os dois ocupantes do carro fugiram a pé. Os policiais se dividiram: cada um foi atrás de um dos ladrões.

O sargento Roger chegou a se aproximar de um homem. Nesse instante, deu ordem para que o fugitivo parasse e se deitasse. De repente, o homem, que estava de costas, virou-se sacando um revólver, apontou para o policial e atirou, numa ação muito rápida.

O policial caiu no chão. O homem atirou mais uma vez, atingindo a perna do sargento. Antes de desmaiar, o sargento desferiu vários tiros na direção do seu agressor, atingindo-lhe uma das pernas.

Ao ouvir os disparos, os outros policiais correram em direção ao local de onde vinha o barulho e lá prenderam o agressor, que foi levado para o Hospital Risoleta Neves.