O delegado Bruno Effori, da Polícia Civil de Santa Catarina, que preside as investigações -  (crédito: PCSC)

O delegado Bruno Effori, da Polícia Civil de Santa Catarina, que preside as investigações

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O velório dos quatro mineiros mortos dentro de um BMW, no estacionamento da rodoviária de Balneário Camboriú, na manhã de segunda-feira (1/1), será coletivo no ginásio do Jockey Clube de Paracatu, na cidade de mesmo nome, no noroeste de Minas Gerais. A cerimônia terá início na manhã desta quarta-feira (3/1).

Gustavo Pereira Silveiras Elias, de 24 anos; Karla Aparecida dos Santos, 19; Nicolas Oliveira Kovalrski, 16; e Tiago de Lima Ribeiro, 21; são as quatro vítimas. O caso é investigado como tendo sido intoxicação por monóxido de carbono.

Gustavo e Karla eram nascidos em Paracatu, onde passaram a vida. Já Tiago e Nikolas são de Patos de Minas, mas viviam com a família em Paracatu.


Gustavo era formado em publicidade e atuava como vendedor, tendo uma página no Instagram. Ele era conhecido pela realização de rifas digitais e, por isso, era chamado de “Rei das rifas”.

Karla era estudante de publicidade, assim como Tiago. Já Nikolas, o mais novo, estudava na escola Virgílio Melo Franco graças ao fato de que integrava a escolinha de vôlei do estabelecimento de ensino. Nikolas era tido como uma grande promessa nesse esporte.

Por acaso

Os quatro se conheceram por acaso em Paracatu. Karla, Tiago e Nikolas admiravam Gustavo pelo seu empreendedorismo. Foi ele o primeiro a ir para Santa Catarina, para abrir um negócio de vendas. Mudou-se no início de dezembro, depois de ter comprado o BMW, placa RTK2B24, em Paracatu.

Gustavo foi de carro para Santa Catarina, alugando um apartamento em Balneário Camboriú, onde se instalou. Convidou os amigos por confiar neles. Karla, Tiago e Nikolas seriam sua equipe de vendas. Os três viajaram para Santa Catarina, ficando hospedados na casa de Gustavo.

A namorada de Gustavo combinou de encontrá-los em Camboriú. Eles iriam juntos para Florianópolis, onde a empresa de Gustavo seria instalada. O negócio era visto como uma grande oportunidade e uma aposta no futuro dos quatro amigos.

E como combinado, a namorada viajou para Camboriú, tendo chegado lá, por volta de 2h30, de segunda-feira. E ao encontrar os amigos, um susto. Todos estavam passando mal, vomitando, e reclamando de dores no estômago e tontura.

Novidades

O delegado Bruno Effori, da Polícia Civil de Santa Catarina, que preside as investigações, revelou nesta terça-feira, que Nikolas chegou a ligar para o SAMU, pedindo socorro, mas não foi atendido. O caso não foi considerado uma emergência. E afirmou ainda que a resposta do atendente do socorro foi para que ele procurasse um hospital.

Isso aconteceu no final da madrugada. Pouco tempo depois, Nikolas, Gustavo, Tiago e Karla estavam mortos.

O delegado ainda não informou se existem novas linhas de investigação e se a única seria pela intoxicação por monóxido de carbono. No entanto, desde segunda-feira, ele tem tocado num ponto que está diretamente relacionado às mortes.

O fato do veículo ter passado por uma customização. Segundo comentou, o objetivo era aumentar o barulho do motor. Só que na perícia foi percebido um buraco na carenagem, que seria a forma como o monóxido de carbono teria chegado até o ar-condicionado. Os quatro mortos estavam dentro do carro, com o ar-condicionado ligado. Isso pode implicar numa ação contra a empresa que fez a customização.