Um policial militar foi flagrado agredindo um motorista de um ônibus da linha 1270 (Lindéia/Regina) durante o atendimento de uma ocorrência, no Centro de Belo Horizonte, na tarde deste sábado (30/12). Em vídeo divulgado nas redes sociais, o militar é visto xingando e, em seguida, agredindo a vítima com chutes e socos. A ação gerou revolta entre passageiros e outras testemunhas.

Nas imagens, aparecem o motorista e dois policiais em frente a um ônibus metropolitano. Um deles grita e afirma que a vítima teria quase derrubado alguém na rua e o xinga. Na sequência, ao receber uma resposta, o militar começa a agredi-lo com chute e socos. Enquanto isso, o segundo policial tenta conter o motorista.

Uma passageira relatou que a confusão começou depois que o ônibus parou em um ponto e um motociclista entrou dentro do veículo afirmando que o motorista o teria dado uma “fechada”. Durante a discussão, o piloto teria acionado a polícia.



“Eu estava sentada na primeira cadeira vendo tudo, o motorista um senhor humilde, o motoqueiro tirou o telefone e ligou e em dois minutos chegou a polícia. O policial desceu da moto xingando o motorista e mandando ele tomar naquele lugar, eles nem ouviu o que o motorista tinha pra dizer”, relata a testemunha.

Por meio de nota, a Polícia Militar informou que os policiais teriam visto o motorista do ônibus “indo de encontro a motociclistas” e que, por isso, foi necessário contê-lo. Sobre as agressões flagradas pelas imagens, a corporação informou que “a conduta dos dois policiais militares está sendo apurada, nos termos da lei”.

No entanto, ainda segundo a testemunha, o motorista não chegou a tentar agredir os motociclistas e os policiais. “O policial já chegou alterado e xingando ele. O motorista não foi para cima de ninguém. Na hora que ele desceu do ônibus ele foi tranquilo, humilde. Bateram muito nele e mandaram o motoqueiro (do início da ocorrência) embora. Infelizmente nós não pudemos fazer nada.”

O motorista do coletivo foi preso por “desacato e resistência”, e liberado horas depois. A reportagem procurou o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) mas até o momento não obteve resposta. 

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