Igreja matriz de Mateus Leme, em Minas Gerais -  (crédito: Elias Hanke/Paróquia Santo Antônio/Divulgação)

Igreja matriz de Mateus Leme, em Minas Gerais

crédito: Elias Hanke/Paróquia Santo Antônio/Divulgação

Às vésperas do Natal, a cidade de Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, recebe um “presente” que reúne fé, cultura, história e participação popular. Nesta sexta-feira (22/12), será reaberta a Matriz de Santo Antônio, do século 18, tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). Na programação festiva, haverá cerimônia cívica às 18h, na Praça Benedito Valadares, seguindo-se a missa solene na igreja (19h), presidida pelo bispo da diocese de Divinópolis, dom Geovane Luís da Silva.

 

“Trata-se da igreja mais antiga de Mateus Leme, com notável importância na configuração do município. Com a reabertura do templo, marcamos o início das atividades litúrgicas e evangelizadoras”, diz dom Geovane. Segundo o bispo, a Matriz de Santo Antônio é um centro de irradiação da fé e do anúncio do evangelho. “Devemos preservar os bens culturais não apenas pela relevância artística e histórica, mas, sobretudo, porque são instrumentos preciosos para o anúncio do evangelho.”

Lembrando que a igreja de Mateus Leme é um belo exemplar do Barroco mineiro, “que nos ajuda a entender a riqueza artística de Minas Gerais, o bispo destacou outros aspectos da obra, pois “restaurar uma igreja histórica tem grande repercussão na vida social e cultural de uma cidade”.

Serviços

De acordo com o titular da Paróquia Santo Antônio, padre Charley Marcelino Silva, os serviços contemplaram restauração do telhado, parte elétrica, pintura interna e externa da edificação e sistema de proteção contra descargas atmosféricas. A obra demandou recursos de R$ 600 mil, com parte do valor proveniente de doações, dízimo, barraquinhas e campanhas, e outra, da Prefeitura de Mateus Leme.

 

“Estamos muito felizes com o final desta etapa”, disse o padre Charley, que está na paróquia há duas semanas, em substituição ao padre Daniel Leão, hoje em Itaúna, na Região Centro-Oeste. O sacerdote informa que a próxima fase será para restauro dos elementos artísticos do templo.

 

História

De acordo com o Iepha-MG, responsável pelo tombamento da Matriz de Santo Antônio em 1976 (após mobilização da comunidade), a iniciativa de construção do templo é atribuída a um minerador, o Alferes João Francisco da Silva, com início na segunda metade do século 18 e conclusão em 1790.

E mais: há registros de possível existência de uma capela anterior, no mesmo local, por volta de 1748. O interior da matriz apresenta altares, entalhes e painéis em estilo rococó. No período de 1986-1987 a igreja passou por restauração dos elementos artísticos, a qual revelou a pintura original do retábulo.