A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou nesta terça-feira (7/11) que identificou um adolescente de 15 anos como o responsável por utilizar Inteligência Artificial (IA) para produzir falsas imagens de estudantes nus a partir de fotos reais. O caso aconteceu em uma escola de Belo Horizonte, mas a polícia não informou o nome da instituição. As vítimas têm 14 e 15 anos. O sexo delas também não foi divulgado.

A investigação começou após as mães das vítimas realizarem denúncia em 16 de outubro na Delegacia Especializada de Apuração de Ato Infracional (DEAI). Os policiais identificaram o perfil criado em uma rede social, responsável por publicar fotos editadas com Inteligência Artificial de cunho pornográfico e pejorativo de pelo menos dez adolescentes. A página foi retirada do ar.



Por fim, a Polícia Civil diz que o Procedimento de Apuração de Ato Infracional (PAAI) foi encaminhado à Justiça da Infância e Juventude da capital para aplicação das sanções ao adolescente, que poderá ser responsabilizado por até três anos de internação em centro socioeducativo.

Outros casos

Para além da capital mineira, as exposições do corpo de estudantes fabricadas por meio de Inteligência Artificial vêm ganhando força. No início deste mês, a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que abriu inquérito para apurar as montagens com fotos de alunas do Colégio Santo Agostinho, na Barra da Tijuca. Os suspeitos são alunos entre o 7º e 9º anos, que teriam removido digitalmente as roupas das imagens de ao menos 20 meninas, segundo o G1.

Na Espanha, imagens de adolescentes entre 12 e 17 anos têm circulado entre os moradores da cidade de Almedralejo. Os casos vieram à tona em setembro, durante a volta às aulas, segundo reportagem do El País publicada no dia 18 daquele mês. Na ocasião, uma estudante de 14 anos foi surpreendida por outro aluno no recreio, que teria dito: “Eu vi uma foto sua nua”.

A garota rapidamente descobriu que outras colegas também foram vítimas. Em Almendralejo, existem cinco centros educativos que ensinam o ensino secundário. Em pelo menos quatro foram divulgadas imagens de estudantes nus. O caso está sob responsabilidade do Ministério Público local.

Famosos também têm sido alvos da manipulação de fotos. A atriz Isis Valverde, de 36 anos, teve imagens publicadas por ela nas redes sociais – nas quais aparecia usando biquínis – transformadas com o recurso tecnológico responsável pelo o que também é chamado de ‘deep nude’.

Nessa toada, aplicativos disponíveis na internet, vendidos por alguns dólares, permitem gerar as imagens de pessoas sem roupas, sejam elas famosas ou não. O processo é simples: a partir de uma foto de uma mulher vestida, o aplicativo cria uma nova imagem da pessoa sem a peça de vestuário. Em 2019, o primeiro aplicativo desse tipo, chamado DeepNude, ganhou notoriedade e rapidamente se tornou viral. Seu criador, posteriormente, decidiu parar de vendê-lo, alegando que "o mundo ainda não estava preparado" para tal tecnologia.

compartilhe