UMA CAUSA ESPECIAL

Prazer em amar o próximo

Para inspirar as pessoas a viver o ano de 2025 com mais amor e solidariedade, apresentamos o trabalho da Casa Aura

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Solidariedade é um sentimento que se traduz em ações de ajuda, desprendimento e identificação com o sofrimento do outro. É um vínculo moral que cria laços de fraternidade entre os indivíduos e com a vida. Esse é um valor importante que pode engajar pessoas de uma comunidade em volta de um objetivo comum, para que se torne mais forte e justa.


O movimento interno de se colocar no lugar do próximo se concretiza no ato de tentar amenizar ou diminuir a dor ou necessidade de alguém, uma atitude que pode ser de ordem afetiva e emocional ou material. Mas ser solidário não é dar esmola, porque a construção de uma sociedade mais justa é responsabilidade de todos. É um lembrete especial nessa época, quando o início de um novo ciclo reforça o sentido de paz e renovação.


Praticar o espírito solidário está entre as missões da Casa de Apoio Aura. Fundada em 1998 em Belo Horizonte, a organização da sociedade civil se dedica a acolher crianças e adolescentes de zero a 17 anos em tratamento de câncer, doenças hematológicas e em processo de transplante, assim como seus familiares, vindos de diversas partes do Brasil.


O objetivo é oferecer um lugar de moradia temporária enquanto transcorre o enfrentamento ao câncer, para quem não tem onde ficar na cidade, ou não consegue arcar com os custos da estadia.


O primeiro endereço (um núcleo assistencial na Cidade Jardim e o administrativo no Centro de BH) deu lugar a ambientes mais amplos, melhores condições e infraestrutura. A sede atual, no Bairro Paraíso, Região Leste da capital, conta com 32 quartos individuais para criança/adolescente e seu acompanhante, acomodações apropriadas para pós-transplantados, espaço de estar e convívio e atividades de desenvolvimento educacional, cognitivo e social.


A associação fornece cinco refeições diárias nutricionalmente balanceadas para atender às necessidades específicas, bem como cesta básica e outros benefícios, conforme as demandas individuais. “Oferecemos suporte educacional para os momentos de afastamento da escola, transporte para hospitais e centros de saúde, atividades programadas de lazer, auxílio na obtenção de benefícios sociais e documentos e mediação de psicólogo para que todos se sintam seguros e confortáveis para compartilhar a sua jornada”, descreve a gerente social da instituição, Marilda Eugênia de Souza e Santos.


O escopo do trabalho inclui, ainda, a promoção de ações para aquisição de próteses, órteses, cadeiras de rodas e outros itens de suporte à saúde e reabilitação, assim como oficinas de artesanato para ensinar e estimular atividades geradoras de renda e economia criativa.


Tudo contando com a atuação de uma equipe multidisciplinar de enfermagem 24 horas, fisioterapia, nutrição, psicologia, psicopedagogia, serviço social e fonoaudiologia, além de cerca de 70 voluntários presentes nas atividades diárias da casa.


A instituição é certificada pelo Selo PGT (Padrões em Gestão e Transparência), conhecido também como Selo Doar A+, pelo Selo Transparência e pelo Selo Doar Critérios 2024-27. Por quatro anos consecutivos, recebeu o prêmio Melhores ONGs, uma iniciativa do Instituto Doar, em parceria com O Mundo Que Queremos, que elege as 100 organizações do país com excelência em gestão, governança, sustentabilidade financeira e transparência.


Transformação

Foi durante o processo de construção da sede própria, entendendo a precisão de formar um grupo de pessoas para concluir e entregar a nova unidade, que Gustavo Gatti e Luiz Antonio Senna Lima, engenheiros idealizadores da nova fase da Casa Aura, convidaram, em 2013, o advogado Paulo Pacheco de Medeiros, de 66 anos, para assumir a entidade. Assim começava a empreitada.


"Eles me chamaram para organizar a nova fase. A Casa Aura estava passando por dificuldades, uma situação financeira complicada, não tinham recursos para concluir a obra. Assumi o trabalho e reuni um grupo de amigos empresários para entregar a nova Casa Aura", lembra Paulo. Ele conta que o envolvimento foi tão grande que se tornou um propósito maior de ver a instituição se tornar referência no acolhimento de crianças e adolescentes em condições delicadas de saúde.


"A ideia inicial apenas da construção da sede foi além. O objetivo era ver a Casa Aura como uma referência no acolhimento institucional provisório para crianças e adolescentes em situação de desproteção social, em trânsito, por meio de uma assistência baseada nos princípios da proteção social e cuidados paliativos, visando promover a qualidade de vida e atender integralmente as necessidades dos acolhidos e seus familiares", conta Paulo.


O ingresso em uma entidade não governamental ou filantrópica era novidade para Paulo, que tem atuação em direito civil, empresarial e comercial e, de imediato, procurou entender como funcionavam as instituições do chamado terceiro setor. Entre outros exemplos, o advogado pôde conhecer o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC), em São Paulo, que iniciou as atividades como uma casa de apoio, hoje é um hospital referência no país e lhe serviu de inspiração.


"Fiquei impressionado com o profissionalismo e a dedicação de todos os envolvidos e toda estrutura, o que me levou a entender que filantropia precisa de gestão, transparência e prestação de contas. Ou seja, a governança tem que ser com excelência", pontua.


Era o embrião de uma nova e frutífera fase na vida da instituição. O passo inicial com a mudança na coordenação, lembra Paulo, foi conhecer a equipe da Casa Aura, ouvindo todos que já estavam envolvidos no projeto e, aos poucos, uma outra forma de governança foi tomando corpo. A nova sede foi concluída em 2017, "um espaço físico espetacular", como Paulo descreve.


"Conseguimos implantar uma estrutura organizacional com uma equipe interdisciplinar fantástica. Estabelecemos uma nova fase para a Casa Aura, ampliando cada vez mais as suas atividades, aperfeiçoando os serviços oferecidos à comunidade, com um nível de qualidade de profissionais que estão cada vez mais se capacitando nas suas áreas, proporcionando uma qualidade maior no atendimento", reforça.


Paulo fala que sua formação familiar foi importante para a decisão de assumir a Casa Aura, assim como o comprometimento e a parceria com Gustavo e Luiz Antônio, para ele duas pessoas centrais nesse processo de reestruturação e que, como o advogado salienta, lhes deram a oportunidade de colocar em prática seus conhecimentos e o exercício da sua cidadania.

Cidadania

Um espírito de comunhão e compromisso que vem, para Paulo, da infância e adolescência, pelo exemplo dos pais. "Meu pai foi juiz de direito e por todas as comarcas do interior de Minas Gerais em que exerceu o ofício da magistratura sempre esteve, junto à minha mãe, envolvido em projetos sociais. Isso é algo muito marcante na minha vida e na vida dos meus irmãos. Meus pais são a grande inspiração para que eu possa exercer a minha cidadania, junto com todos os meus companheiros da Casa Aura", pontua.

O advogado, dessa forma, afirma que todos os envolvidos na Aura, sejam os colaboradores, voluntários, doadores e parceiros, têm orgulho de cumprir o papel como cidadãos, cuidando da vida com dignidade, esperança, respeito, amor e solidariedade, como diz o gestor.


O processo de transformação da Casa Aura também transformou Paulo, que fala sobre a oportunidade de se envolver por inteiro em um projeto social que faz o bem. "Muita gente tem a capacidade de se dedicar a um projeto social mas não tem a oportunidade. Sou grato a Luiz Antônio, Gustavo e todos os envolvidos", conta.


Câncer

Déborah Silva Prates, de 8 anos, foi diagnosticada em agosto com o tumor de Wilms, também conhecido como nefroblastoma, um câncer maligno que se desenvolve nos rins e é a neoplasia renal mais comum em crianças. No caso da garota, atingiu os dois rins. A família é de Padre Paraíso, cidade no Nordeste do estado, perto da divisa entre Minas Gerais e Bahia.


Desde a descoberta da doença e o início do tratamento na Santa Casa de Belo Horizonte, a menina vive com a mãe, a vendedora Naiane Coimbra da Silva, de 28 anos, na Casa Aura.


Déborah já passou por cirurgia, retirou um rim e meio e o material foi enviado a São Paulo para análise. Ela agora passa por uma bateria de exames para saber como vai decorrer o tratamento daqui para frente. Provavelmente, como conta a mãe, deve ser iniciada uma etapa de quimioterapia mais intensa, com efeitos colaterais mais importantes.


Enquanto isso, os dias na Casa Aura são de brincadeiras e interações com a equipe e as outras crianças, acompanhamento psicológico e diferentes atividades. A menina também segue com os estudos e aprendeu a fazer pulseiras, que até vende no hospital.


Naiane fala sobre a estrutura da Casa Aura. "Só tenho a agradecer. Viemos do interior e eu não imaginava encontrar um apoio como esse. É um momento que pede equilíbrio. Com esse suporte, conseguimos enxergar uma luz, ter conforto em todas as áreas, no emocional e no dia a dia em si", diz Naiane. Para ela, cada dia é um aprendizado, com clareza para lidar com a situação. "Temos certeza de estar cada vez mais perto da cura. Cada dia é um dia a menos, fica mais próximo de voltar para casa", espera.
Como ajudar

A Casa Aura é reconhecida por pessoas e empresas que ajudam a instituição a manter a excelência dos serviços prestados, cientes do compromisso com uma governança com responsabilidade social, financeira, com transparência e na prestação de contas, diz Paulo.


A instituição é auditada anualmente por auditores independentes, o que autoriza os gestores a sempre procurar um envolvimento maior das pessoas e das empresas, que participam cada vez mais com doações avulsas ou mensais.


A Aura se mantém exclusivamente por meio de doações de pessoas físicas e parceiros, emendas impositivas e projetos para captação de recursos. Conta ainda com um bazar em sua sede, que ajuda diretamente na manutenção dos projetos e ações e funciona de segunda a sexta, das 13h às 16h.


As doações das pessoas e empresas podem ser feitas através dos telefones (31) 3236-5900 (WhatsApp) e (31) 3236-5940 ou diretamente pelo e-mail casaaura@aura.org.br. Também é possível contribuir através das contas de água da Copasa e de luz da Cemig, como também através de cartões de crédito ou boleto bancário, e ainda destinar parte do imposto de renda, tanto pessoa física como jurídica, através do Fundo da Infância e Adolescência (FIA), como consta no site da Casa Aura.


Doações de alimentos, através de cestas básicas, são mais uma fonte de ajuda, auxiliando diversas famílias dos acolhidos na complementação alimentar durante o mês – são distribuídas mensalmente cerca de 150 cestas básicas.


Compromisso social

Paulo acredita na filantropia como um dos pilares na formação do cidadão e de uma nação, no sentido de construir uma sociedade mais justa, solidária e humana. Ele cita duas frases, do presidente norte-americano John F. Kennedy e do compositor Geraldo Vandré: "Não pergunte o que seu país pode fazer por você, pergunte o que você pode fazer por seu país" e "Quem sabe faz hora, não espera acontecer”, são para ele entoadas como mantras.


Paulo reforça que projetos sociais, ONGs e entidades filantrópicas existem em milhares. "Todas, com uma boa governança, responsável com a sociedade e a sustentabilidade, fazendo a coisa certa, podem mudar um país.”


Ele está orgulhoso com a certeza de que todos envolvidos com a Casa Aura estão no caminho certo, cumprindo uma importante missão. "Encontrar o que tem dentro de você e ver o que tem condição de fazer, de se dedicar. Esse é o comprometimento em ajudar. Todos os colaboradores, voluntários, doadores e parceiros estão fazendo história na Casa Aura, dignificando a vida através do servir, da dedicação, do amor e da solidariedade, unindo vidas para acolher vidas. Tenho o maior orgulho de fazer parte dessa história. Convoco todos para conhecer a Casa Aura", convida.

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