O Pix, sistema instantâneo de pagamentos do Banco Central, bateu o recorde 297,4 milhões de transações realizadas em apenas um dia. O recorde foi registrado na última sexta-feira (28/1), data em que ocorreram as ofertas da Black Friday e o fim do prazo para o pagamento da primeira parcela do 13º salário.

Segundo o Banco Central, o volume de transferências processado atingiu R$ 166,2 bilhões, movimentação que reforça a consolidação do Pix como o principal meio de pagamento do país. “O resultado é mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional”, afirmou o BC em nota.

A sexta-feira marcou o limite legal para que empregadores repassassem a primeira parcela do 13º salário aos trabalhadores formais. Segundo o Dieese, 95,3 milhões de profissionais foram beneficiados pela remuneração extra, que deve injetar R$ 369,4 bilhões na economia até o fim de dezembro. A primeira parcela é livre de descontos, enquanto a segunda — que deve ser paga até 20 de dezembro — sofre abatimentos de Imposto de Renda e INSS.

Além disso, a data coincidiu com a Black Friday, tradicional evento que movimenta comércio físico e digital e estimula o uso de pagamentos instantâneos.

O Banco Central (BC) recebeu mais de 11 milhões de queixas de fraude no Pix no ano passado, das quais 4,7 milhões se confirmaram, somando quase R$ 6,5 bilhões em prejuízos para correntistas Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O número de fraudes registradas pelo fiscalizador disparou cerca de 80% em relação a 2023, quando houve 2,6 milhões de ocorrências Divulgação
Nos casos confirmados em 2024, o BC garantiu a devolução de cerca de R$ 459 milhões, o que representa 7% do valor movimentado em golpes financeiros, roubo de conta e casos de extorsão Divulgação
Os dados, obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo via Lei de Acesso à Informação, constam dos sistemas de detecção de infração no Pix Fraud Maker do BC e no registro de solicitação de devolução do regulador Getty Images
As informações incluem apenas as solicitações de devolução por fraude feitas por meio do MED (Mecanismo Especial de Devolução), criado em novembro de 2021 Divulgação
Embora o Pix tenha um mecanismo de rastreio chamado Dict, que reúne informações das contas transacionais, como CPF e CNPJ, a trilha do dinheiro desaparece após um determinado número de transferências (isso varia de banco a banco) por limitações computacionais. Divulgação
O fiscalizador recebeu 5 milhões de pedidos de devolução, e aceitou apenas 1,56 milhão. DINO
No último mês de janeiro, por exemplo, o BC aceitou a devolução de R$ 200 milhões transferidos em situação irregular, mas devolveu, de fato, R$ 21 milhões - a taxa média de devolução em 2024 foi de 22% dos estornos aceitos. Divulgação/BCB
De acordo com o Banco Central, vítimas de fraude, golpe ou crime devem solicitar a devolução à instituição financeira em até 80 dias após o Pix ter sido feito. O banco avalia o caso e, se entender que o pedido atende ao MED, bloqueia a quantia na conta do recebedor. Imagem de iqbal nuril anwar por Pixabay

O recorde anterior havia sido registrado em 5 de setembro, quando o sistema computou 290 milhões de operações no quinto dia útil do mês. Desde seu lançamento, em novembro de 2020, o Pix vem acumulando conquistas: hoje é utilizado por 76,4% da população, ultrapassando débito, crédito e até o dinheiro em espécie como forma preferida de pagamento.

O sistema já acumula aproximadamente 890 milhões de chaves cadastradas e faz parte da rotina de mais de 170 milhões de brasileiros. Entre novembro de 2020 e setembro de 2025, o Pix movimentou R$ 85,5 trilhões.

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No mês passado, entraram em vigor novas regras de segurança determinadas pelo Banco Central. Agora, as devoluções por fraude, golpe ou coerção não dependem mais exclusivamente da conta usada pelo golpista. Antes, criminosos conseguiam driblar o sistema ao transferir rapidamente o dinheiro para outras contas, reduzindo rastreamento e recuperação dos valores.

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