Calor e férias compõem a essência do mês de janeiro. Algumas pessoas colocam as malas no carro e seguem rumo ao litoral brasileiro. Outras, no entanto, buscam pela própria capital mineira a brisa litorânea. Afinal, Minas não tem mar, mas tem bar.

Pela cidade dos botecos, os mais variados estilos estão sempre convidando o bom mineiro a se sentar e confraternizar: os famosos “copos sujos” das esquinas; os bares temáticos e criativos que atraem jovens; os lugares mais caseiros para ir com os familiares; espaços em clima de romance que são ponto de encontro para dates. E há também os bares que lembram praia, mar e férias.

É com este clima praiano que Jairo Silvio Moser Júnior, de 35 anos, administra junto com o irmão Juliano Aguiar Moser, de 27, o “Do Peixe Restaurante", fundado pelo pai deles. A ideia surgiu em 2012, diante de uma ausência no mercado. Na época, não havia restaurantes de peixes e frutos do mar na Região da Pampulha, recorda Jairo. “Como somos filhos de um catarinense, sempre foi um hábito ir para o litoral nas férias e comer pratos com peixes e frutos do mar em família. A paixão pela culinária desse lugar, associada à falta de um restaurante com essa pegada na região, nos levou a abrir o negócio”, conta ele em entrevista ao Degusta.

O clima litorâneo chegou à Pampulha por meio do restaurante, inaugurado em 2014, já em época de boa maré, e foi um sucesso de imediato. “Com o passar dos dias, o fluxo de clientes começou a aumentar muito, e nosso antigo espaço ficou pequeno. Por isso, em 2016, nos mudamos para um espaço maior, o qual estamos hoje. Esse foi um dos melhores momentos de nossa história.”



Com esse objetivo de tornar a experiência dos clientes cada vez melhor, os irmãos e sócios estão sempre inovando no espaço e no cardápio. Há um ano, trouxeram um diferencial para o menu: rodízio de peixes e frutos do mar. “Desde a estreia, nosso cardápio do rodízio já sofreu quatro adaptações. Estamos sempre atendendo aos pedidos dos clientes, que desejam algum prato incluso e substituindo aqueles que não fizeram muito sucesso”, ressalta Jairo.

Sucesso nas redes sociais, o rodízio de peixes e frutos do mar é destaque na Pampulha e atrai clientes também de outros estados

Kellen Pavão/Do Peixe Restaurante/Divulgação

Atualmente, o rodízio está disponível de terça à sábado, e as opções são variadas. De couvert, são servidas torradas com patê de peixe. De entradas, ceviche de peixe branco, lambari frito, isca de tilápia, peroá frito, lula empanada, caldinho de siri, casquinha de siri, bolinho de bacalhau, camarão empanado, costela de tambaqui assada, camarão alho e óleo, camafeu de camarão, bolinho de tilápia e bolinho de siri. Nos pratos principais, há opção de moqueca de peixe, caldeirada de frutos do mar, arroz de bacalhau, bobó de camarão, tilápia ao molho de alcaparras, peixe à parmegiana, chiclete de camarão e massa terra e mar.

A história dos irmãos e do restaurante se complementam. A ideia para montar o diferente rodízio partiu de uma experiência que tiveram, em Santa Catarina, onde uma sequência de camarões é preparada e servida por um valor fechado. Por lá também tem a sequência de truta, em que são servidos vários preparos por um valor único. “Observamos também a adesão dos rodízios de sushi aqui em BH, além dos rodízios de carnes, e resolvemos lançar um rodízio com a nossa gastronomia. Afinal, o brasileiro ama esse conceito de muita fartura e diversidade de comida em uma só refeição.”

Sucesso nas redes sociais, o rodízio de peixes e frutos do mar atrai clientes também de outros estados. “Algumas vezes recebemos clientes que vieram de região litorânea, como Vila Velha, Bahia e João Pessoa, que relataram ter vindo ao restaurante comer frutos do mar por oferecermos um rodízio diverso, o que não tem na cidade deles, apesar de morarem no litoral”, destaca.

O Do Peixe Restaurante fica localizado no Bairro Santa Amélia de portas abertas para levar os clientes, por meio da gastronomia, diretamente para o litoral catarinense.

Espírito Santo dentro do Mercado Novo

Guarapari segue em alta posição no ranking de destinos mais procurados pelos mineiros para viagens à praia. Um levantamento realizado pela Rodoviária de Belo Horizonte mostra que o local é um dos favoritos para as férias de verão.

De BH até Guarapari, a viagem de avião dura em média uma hora e 40 minutos. Aos que preferem pegar a estrada de carro, o trajeto mais rápido tem 533 quilômetros e leva cerca de 9 horas. Saindo da rodoviária, são 12 horas e 15 minutos de viagem. Mas, para quem busca pelo clima capixaba um pouco mais perto, pode encontrar Guarapari dentro do Mercado Novo de Belo Horizonte.

Aniversariante em dezembro, o Restaurante Guarapari celebrou quatro anos dentro do tradicional espaço belo-horizontino. Porém, sua história vem sendo construída há vários anos. Administrado por Adriana Braga Drummond, 39 anos, juntamente com o padrasto e sócio Carlos Eduardo Penha Rabelo, mais conhecido como Dudu, de 58 anos, o estabelecimento teve a essência construída no próprio estado do Espírito Santo pelas praias de Guarapari.

“Praia faz parte da nossa vida desde sempre. Minha mãe foi casada com Edu, e ele, desde criança, viveu dentro de um quiosque com a mãe dele, onde aprendeu toda a culinária que sabe”, conta ela. Carlos Eduardo trabalhou em um quiosque na Praia do Morro, em Guarapari, durante mais de 40 anos. O restaurante, em terras mineiras, é a junção das experiências praianas com o amor pelas origens.

Bar no Mercado Novo resgata culinária capixaba e memórias afetivas com porções de quiosque

Guarapari/Divulgação

A praia não está tão longe de Minas quanto parece: o Restaurante Guarapari funciona exatamente como um quiosque. “Nosso propósito é oferecer um peixe e uma comida de quiosque. Pois, normalmente quando se fala de restaurante de frutos do mar, remete a uma coisa mais chique. No Guarapari é diferente, nós trabalhamos com os peixes mais em contas que são vendidos na praia de Guarapari. Nossa maior preocupação é trazer esse peixe bem fresco e com sabor de praia”, conta Adriana.

Com cadeiras de praia espalhadas próximas ao restaurante, quadros com fotografias dos quiosques da família em Guarapari e uma estética praiana levam o cliente diretamente ao litoral capixaba.

E no cardápio você encontra opções variadas para porções, petiscos e almoço (igualzinho aos quiosques de praia!). Entre as opções, há o famoso peroá frito, isca de cação, manjubinha, sardinha, posta de dourado, camarão alho e óleo, camarão à paulista, moqueca de cação, bobó de camarão e até banana da terra frita. “Resolvemos fazer aqui, do mesmo jeito que fazemos na praia”, conta Dudu, que também é o cozinheiro à frente do estabelecimento.

“Nosso espaço é composto por duas lojas dentro do Mercado Novo, e por lá a proposta é um pouco diferente. Nós vendemos água e refrigerante, mas não vendemos bebida alcoólica, pois já tem outros espaços que já vendem. E assim, só nós vendemos peixes e frutos do mar. Um bar complementa o outro”, conta Adriana sobre a dinâmica do restaurante dentro da galeria.

O restaurante Guarapari fica localizado no Centro de BH de portas abertas para levar os clientes, por meio da gastronomia, diretamente para o litoral capixaba.

Relaxante, tal como uma viagem à praia

“No alto do Santo Antônio, numa esquina movimentada de carros e gente trabalhando, encontra-se um quiosque, com cadeiras marcadas pela maresia, petiscos despretensiosamente deliciosos, drinks que refrescam qualquer coração atordoado pelas preocupações do dia a dia. Aos fins de semana, um sambinha, onde as pessoas simplesmente se jogam de um jeito muito bonito. E é isso que o Padú tem a intenção de ser. Não apenas um restaurante, mas sim, um momento”, conta o Chef Executivo Zito Cavalcante, de 36 anos.

Praia de roça, pequenos vilarejos caiçaras, quiosques de pescadores de norte a sul do Brasil são homenageados no cardápio e ambientação do Restaurante Padu Cozinha Festiva. Tranquilo e relaxante, tal como uma viagem à praia, o estabelecimento tem a proposta de resgatar sensações e memórias afetivas sem muito esforço. “O Padú transporta a gente para um lugar de descanso. Um lugar onde os pequenos detalhes são o que importa. Um lugar agradável com cerveja gelada e comida deliciosa que nos proporcione bons momentos e boas lembranças. Trabalhamos muito com a nostalgia da boa comida de festa”.

Quiosques de pescadores de norte a sul do Brasil são homenageados no cardápio e ambientação do Restaurante Padu Cozinha Festiva

Bruna Brandão/Restaurante Padu? Cozinha Festiva/Divulgação

Há quatro anos, o Padú traz à cidade o clima praiano do Rio de Janeiro. Na varanda, uma rede para descanso. Na parte de dentro, Minas e Rio se unem em clima de leveza que remete à brisa do mar, com um cardápio para lá de diversificado.

“Não é só de frutos do mar que a praia vive né? Quem nunca comeu um pastelzinho de queijo ou um espetinho à vista das ondas? O Padú sai um pouco da roça de ferro e madeira e vai para a das canoas. Então isso é muito diverso além dos peixes.” Atendendo a todos os gostos, as receitas saem do tradicionalismo com criatividade e diversão, como no prato “Ok você venceu, batata frita”, composto por batata frita com carne serenada da casa desfiada e molho de limão, acompanhado de ketchup de jabuticaba da casa.

Outra atração são os sabores dos pastéis. O mais pedido é o de feijoada, recheado com carnes de feijoada desfiadas, acompanhado de molho de laranja. Há também o sabor “Bobó de camarão”, clássico do Ingá, feito com camarões refogados envolto ao bobó, acompanhado de pimenta. E para completar o trio de sabores, há o “Casqueijo”, pastel de queijo do serro com casquinhas de queijo.

Ao abrir o cardápio, os nomes escolhidos para os pratos são um divertimento à parte, como o “No rio vá de canoa” (filé de surubim na brasa com moqueca de arroz e pirão de maria gondó), “Cura-ressaca” (caldo aperitivo picante de abóbora com surra de cheiro verde), “Ratatoille de Jiló” (espeto individual de jiló com bacon, com molho bêbado e vinagrete de cebola) ou “Parece delicioso e é mesmo” (Bolinho de arroz com queijo do Serro, acompanhado de ketchup de jabuticaba da casa).

“O Padú sempre tratou tudo com muito bom humor. Nós contamos a história com um pouco da safadeza brasileira de estar sempre tirando sarro, dando apelido, fazendo brincadeira com as situações do dia a dia”.

O Restaurante Padu Cozinha Festiva fica localizado no Bairro Santo Antônio de portas abertas para levar os clientes, por meio da gastronomia, diretamente para o litoral carioca.

Do mar às Gerais - De pai para filho

Há seis anos na capital mineira, o restaurante que leva o nome da tradicional praia de Vitória: Praia de Camburi, já é referência para aqueles que buscam o sabor capixaba pela cidade. Finalista na categoria frutos do mar do prêmio Encontro Gastrô, em 2023, o estabelecimento resgata em cada receita preparada, pedaços da sua história.

Passado de pai para filho, Marcelo Reis Dalcin Costa, 33 anos, é o chef e proprietário do Restaurante Camburi que tem como proposta resgatar o clima praiano para a mesa de todos os clientes. “Nosso espaço é pensado e trabalho em todos os detalhes. A casa é descontraída, com clima praiano, com varanda a céu aberto e área interna climatizada”.

O Camburi é um restaurante familiar, onde mãe, pai e irmãos se unem trabalhando e compondo sua essência diariamente. “Erguemos o restaurante com muito esforço e dedicação. Durante as obras, cada um ajudava como podia: colocando tijolinhos de acabamento nas paredes, instalando equipamentos na cozinha, contribuindo com a decoração”.

O primeiro restaurante em Belo Horizonte da família, surgiu em 2018, na rua Grão Mogol, esquina com rua Rio Verde. “Foi nessa esquina que ganhamos visibilidade e ficamos conhecidos pela nossa tradicional moqueca capixaba. Aos poucos, os clientes foram nos prestigiando e abraçando nosso sonho. Até que em 2019, chegou a hora de nos mudarmos para um espaço maior e mais aconchegante. A clientela só estava aumentando e o desejo era de poder atender cada dia melhor. Então viemos para outra esquina, de Minas novas com Pium-í, e aqui estamos, agradecendo cada conquista”.

 

O Camburi é um restaurante familiar, onde mãe, pai e irmãos se unem trabalhando e compondo sua essência diariamente.

Jean Carlos/Restaurante Camburi/Divulgação

Sempre a postos, a missão do restaurante não é apenas uma comida boa, mas uma experiência leve e descontraída com momentos de lazer, com detalhes pensados do clima aos pratos. Entre as entradas há opções como camarões no espeto, bolinhos de bacalhau, lulas à dorê, casquinha de siri, camarões empanados, manjubinha, vinagrete de polvo com lagosta, sala de camarão.

Como um bom restaurante capixaba, opções de moquecas não faltam, há Moqueca à moda da casa; Moqueca de badejo, camarões rosa e polvo, Moqueca de badejo, lagosta de polvo; Moqueca de badejo e Moqueca de lagosta. Ainda para os amantes de frutos do mar, lá você encontra badejo grelhado com purê e camarão rosa; camarão no coco, arroz de polvo, bobo de camarão, camarões aos quatro queijos, e claro, bacalhau à moda capixaba.

O Restaurante Camburi fica no Bairro Cruzeiro de portas abertas para levar os clientes, por meio da gastronomia, diretamente para o litoral capixaba.

SERVIÇO

Do Peixe Restaurante
Rua Dr. Jeferson de Oliveira, 231 - Santa Amélia, Belo Horizonte
Telefone: (31) 2552-4014

Horário de funcionamento:
Terça à sexta, das 18h às 23h;
Aos sábados e feriados, de 11h às 23h
Aos domingos, de 11h às 21h

 

Bar Guarapari (Mercado Novo)
Rua Rio Grande do Sul, 499 - Centro, Belo Horizonte
Telefone: (31) 99753-4842

Horário de funcionamento:
Terça-feira, 12h às 22h
Quarta-feira e quinta-feira, 12h às 22h30
Sexta-feira e sábado, 11h30 às 23h
Domingos, 11h30 às 18h

 

Restaurante Padu Cozinha Festiva
Rua Leopoldina, 639 - Santo Antônio, Belo Horizonte
Telefone: (31) 3143-0802

Horário de funcionamento:
Quarta-feira à sexta-feira, 18h à 1h
Sábados, 12h à 1h
Domingos, 12h às 17h

 

Restaurante Camburi
Rua Minas Novas, 13 - Cruzeiro, Belo Horizonte
Telefone: (31) 3568-4001

Horário de funcionamento:
Quarta a sexta, 12h às 15h e 18h às 22h
Sábado, 12h às 22h
Domingo, 12h às 17h

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