A tecnologia por trás de 'Frankenstein' e das próteses de Hollywood
Como a impressão 3D e novos materiais revolucionaram a maquiagem e os efeitos especiais no cinema, permitindo transformações como a de Jacob Elordi
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A transformação de Jacob Elordi para o filme “Frankenstein”, de Guillermo del Toro, é um marco nos efeitos especiais de Hollywood. Após Elordi substituir Andrew Garfield, o renomado artista de maquiagem Mike Hill teve apenas nove semanas para desenvolver o visual completo da criatura. O resultado é uma caracterização complexa, que envolveu a aplicação de múltiplas peças protéticas em um processo de horas, inspirada em estátuas de alabastro dos Velhos Mestres, preservando notavelmente as feições do ator.
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Antigamente, a criação de próteses complexas era um trabalho artesanal demorado. Artistas passavam semanas esculpindo moldes de argila e gesso para, em seguida, produzir as peças em látex ou espuma. O processo era caro, lento e muitas vezes resultava em próteses pesadas e pouco realistas, que limitavam a expressão facial dos atores e não resistiam bem a closes de câmera.
A revolução da impressão 3D
A tecnologia moderna mudou completamente esse cenário. Hoje, técnicas como o escaneamento digital permitem capturar o rosto de um ator com altíssima precisão. Esses dados são usados para criar um modelo tridimensional no computador, sobre o qual artistas digitais esculpem as próteses. Cada peça é desenhada para se encaixar perfeitamente na anatomia do ator, garantindo um resultado mais natural e confortável.
Essa abordagem permite a criação de texturas e detalhes que seriam quase impossíveis de alcançar manualmente. Além disso, o processo é muito mais rápido, possibilitando a produção de peças personalizadas em tempo recorde — um fator crucial em projetos com prazos apertados, como o de "Frankenstein". As próteses resultantes costumam ser mais leves e oferecem maior flexibilidade, permitindo que o ator se mova e se expresse com mais liberdade.
Materiais que imitam a realidade
O avanço não está apenas na forma como as próteses são feitas, mas também nos materiais utilizados. O silicone de grau médico, por exemplo, tornou-se um padrão na indústria por sua capacidade de simular a textura, a translucidez e o movimento da pele humana. Ele pode ser pintado em camadas para criar um efeito de profundidade, com veias, manchas e cicatrizes que parecem reais.
Esses novos polímeros são mais resistentes e duráveis, suportando longas horas de filmagem sob luzes quentes sem se deteriorar. A combinação de um design preciso, muitas vezes auxiliado por impressão 3D, e materiais de ponta resulta em transformações que convencem o espectador de que o que ele vê na tela é completamente real, apagando a fronteira entre o ator e o personagem.
Uma ferramenta de IA foi usada para auxiliar na produção desta reportagem, sob supervisão editorial humana.