Show do Planet Hemp em BH muda de novo; Marcelo D2 expõe dificuldade
Banda carioca vai apresentar a turnê 'A última ponta' na próxima sexta (31/10) no Mercado de Santa Tereza. Só há 300 ingressos à venda
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Em vídeo postado neste sábado (25/10) no Instagram, Marcelo D2 falou da dificuldade de trazer a turnê final do Planet Hemp, “A última ponta”, a Belo Horizonte.
“Quando a gente anunciou a turnê, o lugar marcado (o BeFly Hall) proibiu quando soube que era a gente. Agora, de novo, a gente vai ter que mudar de lugar. Mas a gente vai estar aí na sexta-feira (31/10)”.
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Depois de duas trocas de lugares, o Mercado de Santa Tereza foi o local definido. Como a apresentação terá que terminar às 22h, pelas exigências do local, o horário da apresentação também mudou. Será às 19h30, com abertura dos portões às 16h.
A produtora local do evento, Impar Shows, tentou que a banda mudasse o show para o sábado (1º/11), mas não foi possível. Diante disso, a solução foi realizá-lo no dia 31, começando mais cedo, para um público menor. Serão 4 mil pessoas (os dois espaços anteriores permitem até 5 mil). Há somente 300 ingressos à venda (no site Eventim).
“Peço a compreensão e o apoio de vocês”, afirmou D2 no vídeo. Segundo ele, as dificuldades com os shows vêm desde 1994, quando a banda começou a tocar fora do Rio de Janeiro. “Temos (desde então) que lutar contra essas forças. Mas o show será incrível”, prometeu o rapper.
Detidos por apologia às drogas
Em novembro de 1997, o Planet Hemp veio a BH para um show no extinto Estação 767, na Avenida dos Andradas. A apresentação foi cancelada, pois os integrantes foram detidos pela polícia na madrugada anterior, quando saíam do Studio Bar, na região central da cidade. Todos acabaram na delegacia, detidos durante cinco horas, sob alegação de apologia às drogas.
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Quando foram liberados, os músicos viajaram a Brasília, onde fariam nova apresentação. Foi na capital federal que ocorreu um dos fatos mais traumáticos da trajetória do Planet Hemp. Assim que terminaram o show no Minas Brasília Tênis Clube, em 8 de novembro de 1997, foram presos. Policiais federais da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes tinham filmado trechos do show e deram voz de prisão.
Eles ficaram presos durante cinco dias. Na época, o caso teve imensa repercussão. "Os artistas do Planet Hemp estão presos por expressarem sua opinião através de suas músicas. Já vimos esse enredo antes. E, como antes, não vamos ficar calados diante desta agressão à liberdade. O coro da censura e da repressão desafina com as aspirações de democracia e de liberdade", foi o trecho do manifesto assinado por artistas como Gilberto Gil, Cássia Eller, Marisa Monte e Tom Zé.
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Também tiveram apoio de Fernando Gabeira, na época deputado federal (PV-RJ) e do senador Eduardo Suplicy (PT-SP). A Polícia Federal prometeu continuar a patrulha. Na semana que durou o imbróglio, o Planet teve picos de popularidade – suas músicas foram executadas em rádios de todos o país e seu segundo álbum, “Os cães ladram mas a caravana não para” (1997) atingiu as 300 mil cópias vendidas.