Jason Momoa é o "Chefe de guerra" que tenta defender o Havaí
Série estrelada pelo ator aborda episódio do século 18, quando ilhas havaianas se mobilizaram contra ameaça comum. Estreia é nesta sexta (1º/8), no Apple TV+
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Cantado em verso e prosa, o Havaí cristalizou-se no pensamento de muitos como um destino de natureza exuberante e ambiente acolhedor, onde você é recebido com um “aloha” e um colar de hibiscos. Nem tudo são flores, porém, na história desse território tropical com povos originários que foram dominados. Boa parte da memória pré-colonial foi alvo de apagamento.
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É parte dessa lacuna que “Chefe de guerra” tenta preencher. A série, que estreia nesta sexta-feira (1º/8) no Apple TV+, volta ao final do século 18 para mostrar como era a vida por ali quando as ilhas eram reinos independentes e precisaram unir forças contra um inimigo em comum.
Jason Momoa interpreta Ka'iana, uma espécie de conselheiro real que tenta fazer essa mobilização. Para isso, sai de sua comunidade e tem contato com várias outras culturas – ele chegou a visitar até a China –, tornando-se uma espécie de embaixador involuntário.
Cenas de ação
O papel parece feito sob medida para Momoa. Nascido em Honolulu, o ator usa seus dotes físicos e sua expertise em cenas de ação neste que é um de seus projetos mais pessoais. Ele assina a cocriação, a produção executiva e até dirigiu um dos episódios.
"Acho que Ka'iana é o único personagem que eu poderia interpretar", diz Momoa. "Há tantas histórias havaianas lindas e eu até gostaria de contar outras, mas simplesmente não me sentia à vontade. Eu não me identificava ou simplesmente não parecia certo. Quando fui apresentado à história de Ka'iana, apenas pensei que seria uma ótima ideia."
"É um havaiano que sai para ver o mundo e volta depois de ver tudo aquilo para ajudar a unir os reinos por causa do que está por vir e do que está acontecendo fora do mundo deles", afirma. "Parece perfeito para repercutir todas essas outras histórias que queríamos contar, já que poderíamos incluir várias coisas que amamos, além de falar da história do nosso povo."
O projeto foi desenvolvido em conjunto com o roteirista Thomas Pa’a Sibbett, também nascido no Havaí, com quem ele já havia colaborado em “Perigo na montanha” (2018), “A última caçada” (2022) e “Aquaman 2: O reino perdido” (2023). Apresentar a narrativa sob a perspectiva dos nativos foi um dos pontos de motivação dos dois.
Decisões ousadas
Algumas decisões da dupla foram ousadas, como o fato de a série ser quase toda falada em havaiano (idioma pouco falado, já que as línguas nativas foram proibidas pelos colonizadores durante muitos anos). Além disso, eles fizeram questão de contar com um elenco quase todo de origem polinésia, de onde os povos originários do arquipélago descendiam.
“Sendo realista, acho que essa escolha reflete os tempos atuais”, comenta Sibbett. “Isso reflete a expectativa do público: eles querem algo real, querem coisas que não pareçam falsas, o público ficou muito perspicaz. Então, para avançar com isso, especialmente como povos indígenas, não seremos nós a argumentar que não podemos usar a nossa própria língua. Queremos garantir que esteja lá. É uma representação nossa.”
Ele admite que isso só foi possível porque tanto Momoa quanto ele chegaram a um patamar na carreira em que podem produzir seus próprios programas. “Se estivermos no topo e não pudermos impor isso, não vai acontecer”, diz.
“CHEFE DE GUERRA”
A série, com nove episódios, estreia nesta sexta-feira (1º/8), no Apple TV+, que disponibiliza os dois primeiros episódios. Novos episódios às sextas.