Sexta do rock oitentista em BH com Plebe Rude e Guilherme Isnard
Grupo de Brasília e cantor da banda Zero comemoram os 40 anos dos discos 'O concreto já rachou' e 'Passos no escuro' com show no Mister Rock, nesta 6ª (16/5)
compartilhe
Siga noPhilippe Seabra não é só o caçula da Turma de Brasília, a geração de onde saíram Legião Urbana, Capital Inicial e Plebe Rude. Era, naquela época, também o mais lúcido. “Sempre vi o rock brasileiro através desse prisma. Era muita droga, muita maconha, então eu era como a lucidez no meio da névoa da guerra”, diz hoje Seabra, aos 58 anos.
O guitarrista e vocalista tinha 18 quando gravou seu primeiro disco com a Plebe Rude. Lançado nos últimos dias de 1985, “O concreto já rachou”, ainda hoje o mais importante álbum da banda, traz a Plebe de volta a Belo Horizonte.
Na sexta-feira (16/5), o grupo faz no Mister Rock show que celebra os 40 anos de lançamento de seu disco de estreia. Hoje (15/5), Seabra lança na Jenipapo sua autobiografia, “O cara da Plebe”.
Leia Mais
No palco, o grupo não estará sozinho. Também completando quatro décadas, “Passos no escuro”, primeiro disco do Zero, será executado na abertura por Guilherme Isnard, único integrante da formação original, e sua banda.
“O Guilherme foi embaixador das bandas de Brasília em São Paulo. Era ele quem marcava shows, nos deu uma força enorme. Além disso, Zero e Plebe fizeram parte do mesmo pacote (das bandas estreantes) que a EMI lançou.”
“O concreto já rachou” foi produzido por Herbert Vianna, que havia apadrinhado a Plebe. “Como ele cresceu em Brasília, entendia como ninguém a estética”, conta Seabra. “Mas a produção foi meu maior medo. O Herbert vinha do clipe de ‘Vital e sua moto” de cartola, o Capital com guitarras melosas em ‘Descendo o Rio Nilo’. Fiquei pensando no que a gravadora faria com a gente. Mas Herbert segurou com braço forte e não houve interferência nenhuma.”
Sem noção
Com todo mundo muito jovem, não havia noção de mercado. “A ponto de ‘Até quando esperar’ (o “hino” da Plebe) nem ter sido cogitada como música de trabalho. Só que na época os DJs tinham autonomia. Começaram, espontaneamente, a tocar a música”, recorda Seabra.
Disco curto, com sete faixas e pouco mais de 20 minutos, “O concreto já rachou” será ouvido na íntegra na sexta-feira. Só que entre outras músicas da banda. “É bem intercalado, pois tocamos coisas dos outros discos também. O show está bonito, sofisticado, com telão e imagens sincronizadas. Tem muita gente dizendo que o nível subiu muito, mas a diferença mesmo é a tela”, completa o cantor e compositor.
Atualmente, a banda reúne André X (baixo), outro membro original, Clemente (guitarras e voz) e Marcelo Capucci (bateria).
O clima de celebração, que começou no início de 2025, vai prosseguir. Seabra anuncia o relançamento do álbum de estreia em vinil, edição especial com a Universal Music. “Estamos armando um projeto para poder trazer o Herbert Vianna tocando com a gente”, revela.
Autobiografia
Nesta quinta-feira (15/5), a partir das 19h, Philippe Seabra autografa a biografia “O cara da Plebe” (Belas Letras, 640 páginas, R$ 139,90), na livraria Jenipapo (Rua Fernandes Tourinho, 241, Savassi).
Lançada no final de 2024, a obra acompanha não só a carreira musical de Seabra, como a de sua família e a trajetória de Brasília.
“Sinto que a vida de prateleira de um livro, algo completamente novo para mim, é maior do que a de um disco. Como é atemporal, vou fazer lançamentos nas cidades em que vou tocar nos próximos cinco anos”, diz o cantor e compositor.
PLEBE RUDE E ZERO
Show nesta sexta-feira (16/5), a partir das 19h, no Mister Rock (Avenida Tereza Cristina, 295, Prado). Ingressos a partir de R$ 70, à venda na plataforma Sympla.