A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais terá a companhia do Coral  Infantojuvenil e dos solistas Melina Peixoto (soprano) e Pedro Vianna (barítono) nesse programa  
 -  (crédito: Paulo Lacerda/Divulgação)

A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais terá a companhia do Coral Infantojuvenil e dos solistas Melina Peixoto (soprano) e Pedro Vianna (barítono) nesse programa  

crédito: Paulo Lacerda/Divulgação

 


Em sua primeira vinda ao Brasil, Oliver Weder, maestro titular de uma das orquestras mais antigas da Alemanha, a Sinfônica de Thüringen, cuja história remonta ao século 17, comanda a Sinfônica de Minas Gerais e o Coral Lírico de Minas Gerais no concerto "O novo mundo". A apresentação será nesta quarta-feira (8/5), no Grande Teatro do Palácio das Artes, com participação do Coral Infantojuvenil, da soprano Melina Peixoto e do barítono Pedro Vianna.

 


Nesta terça (7/5), às 12h, no projeto "Sinfônica ao Meio-Dia", uma parte do programa será apresentado, com entrada gratuita. Serão executados trechos, coros e árias de óperas de Verdi e Puccini, além da “Sinfonia nº 9”, de Dvorák, também conhecida como “Sinfonia do Novo Mundo”, que inspira o nome do concerto.

 


A obra ganhou visibilidade mundial em 1969, na histórica missão Apollo 11, que marcou a chegada do homem à lua. O astronauta Neil Armstrong levou consigo uma gravação da “Sinfonia do Novo Mundo”, que, embora tenha sido composta por um tcheco, se tornou um ícone da cultura norte-americana.

 


Weder explica que vai reger o concerto a convite da regente titular da Sinfônica de Minas Gerais, Ligia Amadio. “Acho que iremos ter uma ótima experiência apresentando este programa lindamente escolhido. Sou um maestro de ópera, e vocês têm um grande coral, então foi uma escolha natural colocar trechos de coros de óperas famosas na primeira parte do programa. Como precisávamos de uma segunda parte igualmente popular, pensamos na 'Sinfonia do Novo Mundo', de Dvorák", conta.

 


Intercâmbio enriquecedor

Diretora artística da Fundação Clóvis Salgado, Cláudia Malta diz que “é muito importante para os músicos terem experiência com diferentes maestros, porque cada um tem uma técnica diferente. Essas pessoas que vêm de fora às vezes trazem algo novo, então a gente é tocada de outra maneira. Esse intercâmbio é muito bom”.

 


Ela explica que, em 2024, a Fundação Clóvis Salgado celebra o Ano da Música Tcheca. “Essa é a segunda vez que vamos fazer Dvorák e essa sinfonia, em especial, é muito popular, tem trechos deslumbrantes, principalmente com o naipe de metais”, afirma. A inclusão de Puccini no programa também se deve a uma efeméride: o centenário de sua morte. “Teremos uma série de coros e árias, com solistas de alto nível que são pratas da casa”, pontua.

 


A primeira obra a ser interpretada amanhã será a introdução de “Nabucco”, de Verdi – ópera que foi um ponto de virada crucial na carreira do autor. Esta obra, que narra a história do rei da Babilônia e a expulsão dos judeus de sua terra, é reconhecida como um dos maiores triunfos artísticos do compositor italiano.

 


Em seguida, virão trechos de “Le villi (As fadas)”, “La rondine (A andorinha)”, “Turandot” e “Tosca”, de Puccini, sendo que os dois últimos contarão com a participação do Coral Infantojuvenil do Palácio das Artes. Bruno Thadeu, regente do grupo, explica que na Sinfônica e no Coral Lírico estão os profissionais que já têm uma jornada na música e que são os maiores exemplos para os cantores do Coral Infantojuvenil.

 


A segunda parte do programa traz a “Sinfonia do Novo Mundo”, que o célebre regente Leonard Bernstein definiu como “a primeira sinfonia multinacional”. A história da obra explica essa característica: em 1885, a benfeitora Jeannette Thurber fundou o Conservatório Nacional de Música em Nova York, com o objetivo de desenvolver uma identidade musical própria para os Estados Unidos.

 


Em 1892, ela recrutou Dvorák, conhecido por suas composições tchecas nacionalistas, para liderar o Conservatório. Foi durante sua permanência nos Estados Unidos, até 1895, que ele escreveu a “Sinfonia nº 9”, com elementos da música indígena e afro-americana. A obra abriu caminho para a influência mundial da cultura norte-americana no campo da música erudita ao longo do século 20.

 


Belas melodias

 

Atuando como solista nas árias “Chi li bel sogno di Doretta”, da ópera “La rondine”, e “Signore, ascolta”, de “Turandot”, Melina Peixoto destaca que Puccini é um compositor romântico, pródigo em belas melodias, o que o coloca entre os preferidos das sopranos. “A primeira é uma ária alegre, que conta uma história alegre, e a segunda é o contrário, traz um enredo muito triste, de desespero, então são peças contrastantes, mas ambas maravilhosas”, ressalta.

 


Ela observa que, se por um lado existe a facilidade da melodia envolvente, por outro há o desafio da extensão vocal. “A gente canta das notas mais graves às mais agudas, que são carregadas de leveza, então é difícil fazer, é necessário administrar isso com frases longas”, diz, apontando que sua participação é solo, ao passo que o barítono Pedro Vianna, que comparece em uma ária da “Tosca”, estará acompanhado pelo Coral Lírico.

 


SINFÔNICA AO MEIO-DIA
Trechos do concerto “O novo mundo”, nesta terça-feira (7/5), às 12h, no Grande Teatro do Palácio das Artes, com entrada franca.


“O NOVO MUNDO”
Concerto nesta quarta-feira (8/5), às 20h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro – 31.3236- 7400). Ingressos a R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia).