Comissão de Cultura da ALMG se reuniu na terça para discutir gestão da Sala Minas Gerais -  (crédito: Marcos Vieira/EM/D.A Press)

Comissão de Cultura da ALMG se reuniu na terça para discutir gestão da Sala Minas Gerais

crédito: Marcos Vieira/EM/D.A Press

 

Depois da desistência da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) de gerir a Sala Minas Gerais, atualmente comandada pelo Instituto Cultural Filarmônica, o espaço continua gerando polêmica.

 


A Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, que reúne o corpo artístico da Fundação Clóvis Salgado (FCS), divulgou nota nas redes sociais cobrando a retratação do presidente da instituição, Sérgio Rodrigo Reis.

 

 


Na terça-feira (16/4), Reis participou de audiência pública da Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa sobre a gestão da Sala Minas Gerais. Ao afirmar que a Filarmônica e a Sinfônica se complementam, Reis destacou que as duas “têm trabalho conjunto” há anos.

 


“Pelo menos uma vez por ano, a Orquestra Sinfônica está na Sala Minas Gerais. Este ano, estaremos lá novamente. Assim como o Coral Lírico, a gente executa há muitos anos a programação em conjunto”, disse Reis.


Estreia em agosto

 

Porém, a Sinfônica nunca se apresentou na Sala Minas Gerais, inaugurada em 2015. A estreia do grupo no local ocorrerá em 10 de agosto.

 

A associação disse ter recebido com estranheza a fala do presidente da FCS. “A Orquestra Sinfônica de Minas Gerais nunca fez concertos de nenhuma ordem na referida sala e pede esclarecimentos e retratação formal do senhor Sérgio Rodrigo Reis informando a verdade sobre os fatos”, cobrou a entidade, em nota oficial.

 

 


Os músicos destacaram que a sala de ensaios e o principal palco de concertos da Sinfônica estão no Palácio das Artes, ressaltando que essa orquestra “vem enfrentando contínuo sucateamento e graves problemas ao longo dos anos”.

 


De acordo com a nota, a Sala Minas Gerais “nunca foi o cerne dos anseios” da Sinfônica. “O foco de nossas demandas e de nossos esforços tem sido a abertura de concurso público, melhorias salariais e de carreira, além de uma série de outros pontos que têm impacto direto no funcionamento técnico e artístico”.

 

Explicações para comissão

 


Sérgio Rodrigo Reis reconheceu o equívoco, dizendo que se confundiu. De acordo com ele, sua intenção era se referir ao Coral Lírico de Minas Gerais, que, de fato, mantém trabalho conjunto com a Filarmônica há algum tempo.

 


“Fiz a retratação lá na hora junto à deputada Beatriz Cerqueira (PT), mas o momento da fala já tinha passado. Vi que os músicos se manifestaram e me reuni com a comissão da orquestra para explicar o que houve”, esclareceu.

 

 


Em relação às demandas por concurso, melhorias salariais e ao “contínuo sucateamento e graves problemas” da Sinfônica, Reis disse que mantém contato com o governo estadual para tratar dessas questões.

 


“No momento, tem sido feito um estudo junto ao governo para viabilizar o concurso. É uma demanda histórica, não é de agora. Contudo, o estado está no limite prudencial, não pode propor concurso público enquanto não sair do limite prudencial de contratação de pessoal”, afirmou.