Os atores Vanderlei Bernardino e Ailton Graça em

Os atores Vanderlei Bernardino e Ailton Graça em "Mussum, o filmis", comédia nacional que será a atração de hoje em Morro D'Água Quente, distrito de Catas Altas. Projeto cinema da cidade prossegue até novembro

crédito: Desiree do Vale/divulgação

 

O programa Cinema da Cidade, da Universo Produção, chega à terceira edição promovendo, a partir desta sexta-feira (19/4), circulação pelo interior de Minas Gerais. A iniciativa prevê projeções de filmes brasileiros em espaços públicos, com entrada franca, além de apresentações de teatro, música, mágica e intervenções circenses.

 


O distrito de Morro D'Água Quente, em Catas Altas, vai sediar o lançamento, hoje e sábado (20/4), com atividades concentradas no Largo da Capela do Bonfim. Até novembro, o projeto vai passar por por Antônio Pereira (distrito de Ouro Preto), Araxá (em diálogo com a Mostra de Cinema de Tiradentes), Caeté e Rio Acima.

 

 


Na abertura, a população de Morro D'Água Quente e vizinhanças vai assistir a “Mussum, o filmis”, de Silvio Guindane, e apresentações do Palhaço Alegria, além de alunos das oficinas de flauta doce e viola caipira do Projeto Mais Música.

 


No sábado, o roteiro terá dois curtas infantis, espetáculo de mágica com Família Kradyn, intervenção circense e show de Bob Drumond.

 

 


Raquel Hallak, diretora da Universo Produção – realizadora da Mostra de Cinema de Tiradentes e da CineOP –, diz que o projeto visa levar a sétima arte a localidades que não têm sala de cinema, proporcionando, para muitas pessoas, experiência inédita frente à telona.

 


“Pouco mais de 60 cidades mineiras contam com salas de exibição. Iniciativas como essa possibilitam que o cinema brasileiro chegue às comunidades”, aponta. Hallak destaca a demanda de prefeituras, que lhe pedem um festival “como o de Tiradentes”.

 


“Resolvemos instituir ação eminentemente cultural que pudesse atender a essa demanda, pensando na carência de apresentações dos valores locais em suas próprias comunidades. É uma forma de mostrar que as artes podem existir de forma integrada, com o cinema e os representantes de diferentes expressões artísticas em cada cidade”, explica a produtora.

 

 

Pertencimento

 

O formato do evento desperta o sentimento de pertencimento e de valorização do patrimônio artístico de cada localidade, comenta Raquel.

 


“Já levamos o programa ao Centro Histórico de Catas Altas e agora vamos a um distrito que não tem nada, comunidade ainda mais desprovida de atrativos culturais. Fomos o primeiro evento a entrar em Antônio Pereira, para onde estamos voltando este ano. É um distrito muito afetado pelas mineradoras, com população arredia, até um pouco agressiva. Mas ela tomou o programa para si, a ponto de reativar a quadrilha junina local, que levamos para se apresentar na CineOP, em Ouro Preto”, ressalta.

 


A escolha das cidades do circuito é orientada por alguns pré-requisitos: não existir cinema no local, solicitação da prefeitura, viabilidade logística e interesse de possível patrocinador.

 

 


“Queremos que seja um programa de longo prazo, formando núcleos audiovisuais nas localidades. Neste terceiro ano, estamos testando o formato com oficinas que antecedem o evento, pensando no efeito multiplicador disso nas escolas, por exemplo”, pontua.

 


O primeiro critério de seleção dos filmes é serem produções brasileiras. Outro fator levado em consideração é a oferta de programação familiar. “Quando a gente pensa em municípios do interior, é a família inteira que vai para o evento cultural na praça, da criança ao idoso. Então, devem ser filmes com linguagem fácil, com a qual o espectador se identifique”, conclui.

 

CINEMA NA CIDADE


Abertura nesta sexta-feira (19/4), no Largo da Capela do Bonfim, em Morro D'Água Quente, distrito de Catas Altas. Entrada franca. A programação vai até novembro.