Cena de "Altar", curta-metragem dirigido por Carolina Fonseca Saldanha, atração de sexta-feira no Cine Humberto Mauro
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Cena de "Altar", curta-metragem dirigido por Carolina Fonseca Saldanha, atração de sexta-feira no Cine Humberto Mauro

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Com prevalência de propostas que apostam no experimentalismo, tem início na próxima quinta-feira (22/2) a mostra dos filmes selecionados para a 8ª edição do Prêmio Humberto Mauro – Curtas de Invenção. A partir do edital aberto em junho do ano passado, a curadoria composta por Marcos Pimentel, Bruna Schelb e Mariana Queen escolheu 12 títulos de realizadores residentes em Belo Horizonte e cidades do interior do estado (Cordisburgo, Januária e Lagoa Santa). 

Até sábado (24/2), serão exibidos, no Cine Humberto Mauro, quatro curtas por noite, sempre a partir das 19h, com entrada franca. Cada grupo recebeu um título: “Deslumbres de uma paisagem em fuga”, “Fissuras do real: ritos e sobreposições” e “Miragens”. 

Vitor Miranda, gerente do Cine Humberto Mauro, explica que os títulos trazem relações e pontos de contato possíveis entre os filmes da mesma sessão. 

Anteriormente chamado Prêmio BDMG Cultural/FCS de Curta-metragem de Baixo Orçamento, o Prêmio Humberto Mauro – Curtas de Invenção é parceria entre a Fundação Clóvis Salgado e o BDMG Cultural, implementada por meio de edital que já reconheceu mais de 60 realizadores mineiros e viabilizou curtas premiados em festivais realizados no Brasil e no exterior. 

Passado e presente

Antes de cada sessão, será exibido um curta do diretor Humberto Mauro (1897-1983): “O João de Barro” (1956), “A velha a fiar” (1964) e “Carro de bois” (1974). 

Miranda diz que é uma forma de propor uma viagem no tempo, do cinema mineiro clássico ao contemporâneo. Ao final de cada sessão, serão realizados debates com diretores mediados pelos críticos Larissa Muniz, Renan Eduardo e João Campos. 

Cada um dos três escolheu quatro obras, entre as selecionadas, para escrever uma crítica a respeito, publicada na plataforma CineHumbertoMauroMais, onde a íntegra dos filmes premiados estará disponível. 

Os curtas abordam de relatos sinceros e inventivos sobre o fazer audiovisual ao uso da linguagem contemporânea para concretizar o gesto tradicionalmente mineiro de contar um causo, passando, ainda, pela sobreposição de imagens em transparência, a fragmentação narrativa e a experimentação sonora como formas de traduzir traumas, perturbações e lesões físicas adquiridas em contextos de luta política.

“Ao final de cada sessão, convidamos os realizadores ao palco, os críticos vão fazer perguntas e depois a gente abre para um bate-papo com o público, aproveitando esse momento de primeira exibição”, pontua Miranda. 

As primeiras edições do prêmio foram voltadas para a produção. “A gente recebia os projetos, selecionava e aí os proponentes iam filmar. Desde a pandemia, isso mudou, a gente já recebe os filmes prontos e faz a seleção dos vencedores”, diz Miranda. De acordo com ele, isso traz maior diversidade de formas de produção, temáticas e discursos. 

“Tem filmes performáticos, narrativos, animações e, principalmente, experimentais mesmo. Trocamos a comissão de seleção a cada ano, a de agora tem preferência por propostas experimentalistas. É uma seleção bem instigante”, destaca Vítor Miranda.

 

PROGRAMAÇÃO*

 

QUINTA (22/2)

17h – Curtas-metragens analisados por Paula Santos
• “Solon”, de Clarissa Campolina
(MG, 2016)
• “Marina não vai à praia”, de Cássio Pereira dos Santos (MG, 2014)
• “Sala de espera”, de Paula Santos (MG, 2023)
• “Farol de neblina: Episódio 1” (MG, 2021)

19h – “Deslumbres de uma paisagem em fuga”
• “O João de Barro”, de Humberto Mauro (MG, 1956)
• “Caracol”, de Giulia Puntel de Souza (MG, 2024)
• “Nessa rua passa um rio”, de Maria Clara de Almeida Costa (MG, 2024)
• “Rebento”, de Vitor Faria (MG, 2024)
• “Filme quebrado”, de Fábio Narciso (MG, 2024)

>> Sessão comentada por equipes dos filmes e Larissa Muniz

 

SEXTA (23/2)

19h – “Fissuras do real: ritos e sobreposições”
• “A velha a fiar”, de Humberto Mauro (MG, 1964)
• “Filme-chama”, de Gabriela Luíza e Tiago Mata Machado (MG, 2024)
• “Estudo para uma pintura o lavrador de café”, de Warlei Desali (MG, 2024)
• “Altar”, de Carolina Fonseca Saldanha (MG, 2024)
• “Hemisfério esquerdo em fissuras”, de Caroline Cavalcanti, Julia Teles e Walter Gam (MG, 2024)

>> Sessão comentada por equipes dos filmes e Renan Eduardo

 

SÁBADO (24/2)

19h – “Miragens”
• “Carro de bois”, de Humberto Mauro (MG, 1974)
• “Ponto e vírgula”, de Jéssica Marques e Luiz Vidigal (MG, 2024)
• “Conto anônimo”, de Sara Pinheiro e Pablo Lamar (MG, 2024)
• “Melhor de três”, de Fábio Narciso (MG, 2024)
• “Trap pesadelo, o manifesto”, de Marco Antônio Pereira (MG, 2024)

>> Sessão comentada por equipes dos filmes e João Paulo Campos

 

* Cine Humberto Mauro do Palácio das Artes. Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro. Entrada franca