Catacumbas guardam restos mortais de pessoas falecidas na capital francesa entre os séculos 10 e 18
 -  (crédito: Youtube/reprodução)

Catacumbas guardam restos mortais de pessoas falecidas na capital francesa entre os séculos 10 e 18

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 s Catacumbas de Paris, local onde a série “Berlim” da Netflix foi filmada, eram antigas pedreiras subterrâneas do século 12 que se transformaram em ossuários. Elas continuam despertando fascinação e interesse das produções cinematográficas. 

A dezenas de metros de profundidade, há quase 300 quilômetros de galerias. O imenso complexo subterrâneo parisiense tem, em alguns segmentos, vários níveis sobrepostos e é composto por tubos de comunicação consideravelmente estreitos, além de salas maiores. 

As redes foram escavadas a partir do século 12 para extração de calcário, utilizado para construção de edifícios. Essas rochas são encontradas principalmente na margem esquerda do Rio Sena, que atravessa a capital francesa de leste a oeste. 

No final do século 18, o Cemitério dos Inocentes, no bairro de Les Halles, no coração de Paris, causou problemas de saúde pública. Decidiu-se interromper seu funcionamento e o conteúdo foi transferido para as antigas pedreiras subterrâneas da chamada Tombe-Issoire, no 14º distrito.

 

 

O ossuário municipal foi estabelecido em 1786 e recebeu o nome de Catacumbas, em referência às necrópoles subterrâneas da antiga Roma. 

Depositaram-se ali restos mortais de milhões de pessoas que faleceram em Paris entre os séculos 10 e 18, provenientes de diferentes cemitérios parisienses. 

Napoleão e concerto 

O local foi aberto ao público em 1809 e recebeu visitantes ilustres como Napoleão III, em 1860. Até mesmo um concerto clássico clandestino com músicos da Ópera de Paris foi realizado no subterrâneo, em 1897. 

Atualmente, o acesso é livre. O percurso de 1,5km recebe 550 mil pessoas por ano. Ocupa uma pequena fração da Grande Rede Sul, que é proibida para visitantes e se estende por mais de 100 quilômetros sob os distritos 5, 6, 14 e 15. 

Para garantir que a proibição seja cumprida, os cataflics, agentes de intervenção e proteção da polícia, inspecionam periodicamente os túneis e as áreas subterrâneas. 

Os visitantes, frequentemente jovens, correm o risco de receber multa se forem pegos pela patrulha.
Entusiastas das catacumbas, que se autodenominam “catáfilos”, formam uma espécie de microssociedade que reúne foliões, pichadores, entusiastas do patrimônio, “catalimpadores”, que limpam os resíduos dos foliões, e até “catacorredores”, promotores de corridas subterrâneas com lanternas na testa. 

É comum visitantes inexperientes se perderem no labirinto sob Paris. Em 2017, dois adolescentes foram encontrados em estado de hipotermia, depois de vagar pelos túneis por mais de três dias. 

Naquele mesmo ano, cerca de 300 garrafas de vinhos finos, avaliadas em 250 mil euros, foram roubadas de uma adega perto do Jardim de Luxemburgo. Os ladrões atravessaram as catacumbas e quebraram uma parede conectada ao porão do estabelecimento.