A chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alessandra Wilke (ao centro), disse que a família relatou que a menina foi estuprada -  (crédito: Túlio Santos / EM / D.A Press)

A chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alessandra Wilke (ao centro), disse que a família relatou que a menina foi estuprada

crédito: Túlio Santos / EM / D.A Press

O corpo da adolescente de 12 anos encontrada morta na tarde dessa terça-feira (16/1) em frente a uma casa no Bairro Bela Vitória, na Região Nordeste de Belo Horizonte, não tinha sinais de violência. Imagens de câmera de segurança indicam o momento em que Ana Luiza Silva Gomes é carregada, aparentemente já desacordada, por um homem de 25 anos. Apesar de não haver indícios de agressões, a Polícia Civil apura se a jovem foi vítima de violência sexual. Isso porque o suspeito, preso em flagrante, possui passagens por estupro de vulnerável, furto e tráfico de drogas.

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De acordo com a chefe do Departamento Estadual de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Alessandra Wilke, em posse de informações sobre o histórico do suspeito, a corporação vai investigar a possibilidade da menina ter sofrido algum tipo de violência sexual. À imprensa, a família da vítima teria afirmado que Ana Luiza foi estuprada. No entanto, a PCMG enfatizou que, até o momento, não há provas que atestem a informação.

A causa da morte da jovem ainda não foi confirmada. Ainda conforme a chefe da DHPP, externamente o corpo da vítima não apresentava nenhuma lesão. “O que a polícia tem que fazer é, em razão do conhecimento do histórico dele, se atentar a isso [possibilidade de estupro] e tentar comprovar se houve ou não. Agora, não há como cravar isso. Só depois dos inúmeros exames que foram coletados e que dependem do processamento da perícia. Em razão do histórico nós não podemos deixar de lado, temos que analisar. Externamente, no corpo dela não havia nenhuma lesão”.

O que diz o suspeito

O suspeito foi preso em flagrante. Até o momento não há informações de quando a audiência de custódia do seu caso irá acontecer. A previsão é que a Justiça decida se ele vai continuar detido preventivamente ao longo desta quinta-feira (18/1). À Polícia Militar, o homem disse que estava em um campo de futebol no Bairro Nazaré, quando encontrou a garota inalando uma droga conhecida como loló. Ela teria pedido água, e ele a levou para sua casa.

Ainda segundo seu depoimento, ao chegar ao imóvel a menina continuou fazendo uso da substância entorpecente e, momentos depois, começou a passar mal. Ele, então, a teria levado para o lado de fora para acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

“Pelas informações que temos até o momento, foi ratificada a prisão em flagrante do indivíduo pelo homicídio. Mas nós temos uma série de informações ainda a serem ainda verificadas para finalizar o entendimento desse homicídio e também de outros crimes”, informou o delegado Leandro Alves Santos, titular da Delegacia Especializada em Homicídios da Região Leste.

Jovem abandonada

Câmeras de monitoramento registraram o momento em que a vítima entra no imóvel, às 10h13, acompanhada por um homem. Às 13h30, a garota é deixada na calçada pelo suspeito. Quando a PM chegou ao local, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já prestava atendimento. O médico que integrava a equipe de socorristas atestou o óbito.

No local, o pai fez o reconhecimento do corpo. Um vizinho, que disponibilizou as imagens à polícia, disse ter assistido a gravação. Segundo ele, o homem flagrado carregando a garota é seu sobrinho.

Ao realizar buscas dentro do imóvel, os militares não identificaram indícios do consumo de loló. A perícia da Polícia Civil, porém, encontrou restos de cocaína dentro da casa e um preservativo usado, mas não havia sinais de violência no corpo da vítima.