Matheus Nachtergaele conversou com o público no Cine Lounge
 -  (crédito: Leo Lara/divulgação)

Matheus Nachtergaele conversou com o público no Cine Lounge

crédito: Leo Lara/divulgação

Nem só de disputadas sessões de filmes vive o público da 27ª Mostra de Cinema de Tiradentes, na cidade histórica mineira. Entre os eventos mais legais da programação estão os debates e as rodas de conversa, que aproximam as pessoas de artistas e diretores. Quando o convidado está à vontade, literalmente sentindo-se em casa, como Matheus Nachtergaele se mostrou no sábado (20/1) no Cine Lounge, o encontro termina com gostinho de quero mais. O autor paulistano, de 56 anos, tem uma galeria de personagens que representam a excelência no teatro (Jó, de “O livro de Jó”), no cinema (Jonas, de “O que é isso, companheiro?”; João Grilo, de “O auto da Compadecida”; Isaías, de “Central do Brasil”; Quinzinho, de “Tapete vermelho”; Zé Macaco, de “Carro Rei”) e na televisão (Cintura Fina, de “Hilda Furacão”).

 

• A CENA E A VIDA

Ao falar sobre a escolha do ofício, Matheus disse que não lhe interessaria ser ator se a verdade cênica fosse a verdade da vida. “Não gosto tanto da vida quanto gosto da cena. É um defeito meu”, revelou. “Prefiro a cena à vida. A vida, acho um pouco chata, um pouco triste. Mesmo a alegria dela, acho comovente e patética. É um defeito meu”, repetiu. “Acho mais bonita a cena, onde tenho algum controle sobre o que está acontecendo e onde posso, de certa maneira, ser o que gostaria de ser.”

 

• CHICÓ E JOÃO GRILO

Sobre o “O auto da Compadecida 2”, ainda sem data de estreia, Matheus Nachtergaele não acredita que a continuação seja melhor do que o primeiro longa, lançado há 24 anos. “Provavelmente não. O primeiro é um clássico”, disse. Mas garantiu: “Este será um filme lindo, maravilhoso, vocês vão rir muito”.

 

Atriz Bárbara Colen chora abraçada com o diretor André Novais

Bárbara Colen, emocionada na noite de abertura da Mostra Tiradentes, recebe o carinho de André Novais

Leo Lara/Divulgação

 

• SAUDADES DE DONA ZEZÉ

A abertura da Mostra de Cinema de Tiradentes seria, obviamente, marcada pela emoção dos homenageados – a atriz Bárbara Colen, de quem a coluna é fã de carteirinha, e o cineasta André Novais Oliveira, cofundador da produtora Filmes de Plástico. Mas a noite de sexta-feira foi além. Ao receber o troféu Barroco, Bárbara não conteve as lágrimas ao lembrar o pai, que morreu recentemente, e dona Zezé, mãe de André, que se foi em 2018. Maria José de Novais Oliveira era figura admirada por quem passou pela Filmes de Plástico. Ela fazia de tudo um pouco na produtora criada em Contagem. Decidiu ser atriz aos 60 e poucos anos, foi premiada pela atuação em filmes do filho. Também era ela quem passava e servia um cafezinho cheio de carinho e amor, contou Bárbara.

 

• BABADAN FEZ A FESTA

A Rua Direita, em Tiradentes, é o ponto mais charmoso da cidade histórica do Campo das Vertentes. No sábado (20/1), a rua de casarios coloridos e calçamento de pedras foi disputada por visitantes que acompanham a Mostra de Cinema. O calor não tirou ânimo de homens, mulheres e crianças que seguiram o Cortejo da Arte. O destaque foi a Babadan Banda de Rua, com repertório à base de sopros e percussão inspirado no congado e candomblé. O público vibrou. O desfile reuniu também Batucada de Minas, Cortejo Brincante, Guarda de Congo, as mulheres do projeto social Toque de Minas, Palhaço de Alegria e a Turma da Pipoca.