Jogadores do Cruzeiro comemoram a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético, no Independência, que valeu o título mineiro de 2018 -  (crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS – 8/4/2018)

 Jogadores do Cruzeiro comemoram a vitória por 2 a 0 sobre o Atlético, no Independência, que valeu o título mineiro de 2018

crédito: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS – 8/4/2018

Voltamos a disputar uma final com chances reais de título. Melhor, com vantagem em relação ao nosso adversário pela melhor campanha na primeira fase da competição. Isso não acontecia desde 2018, quando fomos campeões.

 

No ano seguinte, no fatídico 2019, mesmo em desvantagem nas finais, fomos bicampeões desse mesmo torneio: a Country Cup, conhecida como Campeonato Mineiro. Infelizmente, no ano mais triste de toda a história do Palestra/Cruzeiro.

 

Depois dessa sequência, só conseguimos chegar à final em 2022, mas ali, já esfacelados e indo para a nossa terceira temporada fora da Série A, não tínhamos quase nenhuma chance. Quase! Pois no primeiro jogo, quando ninguém esperava nada de nós, abrimos o placar com o moleque Vitor Roque. A vantagem não durou até o final da peleja. Perdemos por 2 a 1, mas ficou um sentimento de orgulho, do “nós podemos!”.

 

 

Certamente, quem esteve no Mineirão na partida seguinte, no dia 2 de abril de 2022, jamais se esqueceu de ter participado de uma das cenas mais emocionantes já vistas no futebol mineiro.

 

Precisávamos vencer por dois gols de diferença o milionário elenco do Atlético de Lourdes, montado pelos Bilionários do Brasil Miséria. Como esperado, perdemos por 3 a 1, mas a peleja coroou uma das maiores exibições da história das arquibancadas do Mineirão. Mesmo com o fim do jogo e a perda do título, a Nação Azul continuou cantando por uma hora, sem parar, deixando perplexa a silenciosa Turma do Sapatênis.

 

Foi ali que a torcida cruzeirense e o escrete do então técnico Paulo Pezzolano se uniram definitivamente. Com essa simbiose, chegamos à final daquela temporada devolvendo o Cruzeiro ao lugar de onde nunca deveria ter saído. Daquela demonstração de amor da Nação Azul, no final do Mineiro, demos o primeiro e mais importante passo para regressarmos à Série A do Brasileiro.

 

Agora, em 2024, voltamos à finalíssima do torneio regional. Obviamente, algo irrisório frente à grandeza de um clube como o Cruzeiro, único multicampeão de Minas Gerais. Porém, seria de uma soberba imensa relevar o fato de que isso é um avanço frente ao nosso desempenho nos últimos anos, assim como diminuirmos o episódio de 2022.

 

Ir à final, com a tranquilidade como chegamos, é um passo importante para também valorizarmos o trabalho de retomada que vem sendo feito pela SAF Cruzeiro, mesmo essa sendo merecedora de muitas críticas e reprovações, principalmente pela falta de tato e humildade de alguns de seus diretores de sapatênis.

 

Teremos duas semanas de preparação para o embate em dois jogos; sendo o primeiro fora de casa. Vencer o Atlético de Lourdes na Arena do Mundo Encantado dos Bilionários do Brasil Miséria já se tornou algo corriqueiro na parca história deste local. Mas não nos alimentemos de “salto alto”, pois a primeira partida da finalíssima, provavelmente em 30 de março, estará carregada de outros simbolismos que vão muito além do simples “ganhar ou perder”.

 

Certamente, nosso oponente jogará para vencer por um placar elástico, pois, alguns dias depois, tanto ele quanto nós teremos batalhas por torneios sul-americanos, o que pode prejudicar o desempenho na partida de volta da final da Country Cup, em 6 de abril. Por essa e outras, o escrete de Nico Lacarmón precisa estar preparado para uma guerra psicológica (que Zé Ivaldo, com seus rompantes, nos ouça!).

 

Jogar com a sabedoria de quem tem o resultado debaixo do braço, mas com a ousadia para vencê-los lá dentro, como já fizemos por duas vezes. Temos duas semanas para nos prepararmos para isso. Que venham as finais!