Chegue quem chegar ao segundo turno das eleições em BH, a maior chance para a convergência será do candidato que estiver posicionado mais ao centro -  (crédito: Soraia Piva/EM/D.A Press)

Chegue quem chegar ao segundo turno das eleições em BH, a maior chance para a convergência será do candidato que estiver posicionado mais ao centro

crédito: Soraia Piva/EM/D.A Press

Se a confirmação da pré-candidatura do deputado estadual Mauro Tramonte (Republicanos) à Prefeitura de Belo Horizonte traz incertezas para o deputado estadual Bruno Engler (PL), para o senador Carlos Viana (Podemos), notícia pior não haveria. Carlos Viana e Mauro Tramonte compartilham base de eleitores, que tende a priorizar o voto em Tramonte no cenário em que ambos disputam.

 

Para Bruno Engler, a nova incerteza diz respeito às condições em que lutará para chegar ao segundo turno. Precisa alcançar algo próximo a 20% das preferências. O bolsonarismo raiz e o bolsonarismo moderado abrangem algo entre 12% e 18% do eleitorado da capital mineira. Se o eleitor raiz acompanhará Engler inequivocamente, o moderado, sob as novas circunstâncias, poderá refluir para Tramonte.

 


Em cenário prospectivo, com Tramonte na disputa, a situação de Bruno Engler se complica como a dos demais candidatos que contam com alguma tração inicial. Todos passam, em tese, a disputar uma e não mais duas das vagas de segundo turno.

 

No mesmo balaio de incertezas em que fica Engler, vão estar as candidaturas do prefeito Fuad Noman (PSD), – que tem a máquina à mão – da deputada federal Duda Salabert (PDT), professora e primeira candidata transgênero na história de Belo Horizonte; e do deputado federal Rogério Correia (PT), que busca no lulismo a alavancagem para o segundo turno.

 

Na mesma corrida, mas ainda sem um motor de arranque para turbinar a saída, estão as candidaturas de Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal; da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol); de Luísa Barreto (Novo), secretária de Estado de Planejamento e Gestão; e Paulo Brant (PSB), ex-vice-governador.

 

Obviamente são prospecções, que vão depender também da capacidade de Tramonte de sustentar a sua arrancada num projeto estruturado para Belo Horizonte.

 

 

As chances de sucesso serão maiores se a discussão de temas da cidade, que interessa aos moradores, mantiver a distância regulamentar da pauta comportamental, que tende a ser explorada pela extrema direita em estratégia conhecida no mundo inteiro. Além do projeto para a cidade, Tramonte terá o desafio de construir uma coligação, apresentando a candidatura a vice consistente, que converse com uma proposta de cidade e vá além da simples figuração de composição.

 

Dito isso, com um recall sólido, se as eleições fossem hoje, Tramonte entraria bem cotado na bolsa de apostas como um provável candidato ao segundo turno.

 

A esquerda pulverizada, se arrisca a não chegar lá. Lógica similar se aplica ao prefeito Fuad Noman, sem a companhia da esquerda. A vaga remanescente está em aberto. A bola está rolando. Chegue quem chegar ao segundo turno, a maior chance para a convergência será do candidato que estiver posicionado mais ao centro.


Voto a voto

A eleição para a escolha dos novos membros da direção do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), nesta segunda-feira (22), será dura, voto a voto, reeditando embate da disputa em 2022, entre dois grupos: de um lado, do desembargador Nelson Messias, – que foi presidente entre 2018 e 2020 e, do outro, dos desembargadores José Arthur de Carvalho, atual presidente e Pedro Bitencourt, presidente no biênio 2014-2016.

 

Primeiro escrutínio

Três candidatos disputam a presidência. Sem se vincular a nenhum dos dois grupos, a desembargadora Áurea Brasil, se anuncia como candidatura independente. É a segunda mulher a concorrer – a primeira foi a desembargadora Mariângela Meyer, em 2022. Com o apoio de José Arthur de Carvalho e Pedro Bitencourt, irá disputar o desembargador Corrêa Júnior. Respaldado pelo desembargador Nelson Missias, concorrerá o desembargador Maurício Torres Soares.

 

Segundo escrutínio


No colégio eleitoral de 150 desembargadores, quem tiver metade dos votos mais um – 76 votos – é eleito no primeiro escrutínio. Na ausência da maioria absoluta em favor de uma candidatura, a disputa segue para o segundo escrutínio entre os dois mais votados. Estão ainda em disputa as funções de primeiro vice-presidente; segundo vice-presidente; terceiro vice-presidente; corregedor-geral de Justiça; vice-corregedor-geral de Justiça; órgão especial e conselho da magistratura.

 

 

Insulina


A convite de Walfrido dos Mares Guia, o presidente Lula (PT) estará em Nova Lima, nesta sexta-feira (26), para a inauguração da fábrica de R$ 800 milhões da Biomm, para a produção de insulina glargina, que a pessoa diabética pode tomar uma vez ao dia, se horário fixo, com duração maior do que a insulina humana. Já neste primeiro ano de operação, a expectativa é de que a fábrica produza mais de 10 milhões de frascos e carpules (seringas) do biomedicamento, que é feito por meio da técnica de DNA recombinante.

 

Mercado nacional


A capacidade da fábrica é de 40 milhões de frascos e carpules, o equivalente a 80% da demanda nacional. Ancorado pelo Banco Master, a Biomm teve aumento de capital de R$ 217 milhões, dos quais, R$ 150 milhões aportados pelo Banco Master, que ganhou participação de 18% do capital da empresa. Os outros R$ 67 milhões foram de investidores e acionistas que já integravam a Biomm.

 

Investidores


O grupo de fundadores da Biomm é composto por Walfrido Mares Guia, Marcos Mares Guia, André Emrich e Italo Betane, que juntos têm 24% do capital. Outros investidores e acionistas importantes são Lucas Kallas, o controlador da Cedro Mineração, que tem 8% do capital; o BNDES, com 6% do capital; a gestora de private equity TMG, com 8%; e a XP, com 3%.