Fora da cena política principal desde que perdeu as eleições de 2022 ao governo de Minas, o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) segue calado, mas vive tempos de escuta -  (crédito: Quinho)

Fora da cena política principal desde que perdeu as eleições de 2022 ao governo de Minas, o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) segue calado, mas vive tempos de escuta

crédito: Quinho

Fora da cena política principal desde que perdeu as eleições de 2022 ao governo de Minas, o ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD) segue calado, mas vive tempos de escuta. Numa disputa pulverizada à Prefeitura de Belo Horizonte e de muitas incertezas, é percebido como a liderança de maior visibilidade na capital mineira, em condições de desempatar o jogo embolado.

 

Não à toa, tornou-se parada obrigatória para o café com pão de queijo de pré-candidatos à sucessão municipal. Exceção ao deputado estadual Bruno Engler (PL) e do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), Kalil foi procurado da esquerda à direita, por todos os candidatos. Em alguns casos, também responde ao lobby de aliados de candidatos, que gostariam de vê-lo no mesmo palanque.

 

 

 

Na sexta-feira passada foi a vez do senador Carlos Viana (Podemos), que deve o seu mandato ao apoio de Kalil nas eleições de 2018. Ao longo de fevereiro, antes de viajar em férias com a família, Kalil foi procurado pelo prefeito Fuad Noman (PSD), que assumiu a cadeira com a sua desincompatibilização, em abril de 2022, para concorrer ao governo de Minas.

 

Também já estiveram com o ex-prefeito o deputado federal Rogério Correia (PT), as três pré-candidaturas da federação Psol-Rede – deputadas estaduais Bella Gonçalves (Psol), Ana Paula Siqueira (Rede) e o ex-vice-prefeito Paulo Lamac (Rede). Da mesma forma, um encontro entre Kalil e a deputada federal Duda Salabert (PSD) vem sendo programado.

 

Convidado por Walfrido Mares Guia, a pedido do presidente Lula para um jantar em sua passagem por Belo Horizonte, Kalil declinou. Talvez tenha sentido que, antes de chutar, o momento é o de olhar para a bola e de avaliar as chances de marcar. A torcida grita, mas agora, ele não tem pressa.

 

Kalil é turrão, mas tem características que faltam aos atuais políticos mineiros: forte sensibilidade social, empatia, personalidade e popularidade. Na ausência de lideranças expressivas de Minas, é nome que desponta naturalmente em cenários eleitorais futuros. Deveria reavaliar seus acertos e erros e reconstruir a sua relação com os grupos que hoje dominam a metade preta e branca de Minas Gerais.

 

Nesta sucessão em Belo Horizonte, Kalil joga um papel importante. Para quem já foi campeão da América pilotando um cavalo, digo um galo desacreditado, as adversidades passadas não assustam, ou não deveriam. A bola está na marca da cal. Se vai chutá-la, depende do jogador, digo cartola.

 

Suplências cobiçadas

 

Mais um pré-candidato a prefeito assumirá por quatro meses, neste ano eleitoral, a cadeira de um deputado federal. Desta vez quem se licencia é Newton Cardoso Júnior, presidente estadual do MDB. Como o primeiro suplente, Fabinho Liderança cedeu a vez, ficará com o mandato o segundo suplente Ulisses Guimarães, ex-prefeito de Caldas e presidente municipal do MDB de Poços de Caldas. Candidatíssimo. Também estarão no exercício de mandatos-tampão, durante a campanha, o ex-prefeito de Mariana Duarte Junior, ocupando a cadeira de Euclydes Pettersen, presidente do Republicanos em Minas; e Délio Pinheiro (PDT), candidato em Montes Claros, na cadeira de Mário Heringer (PDT).

 

Exoneração

 

Representante do governo de Minas em Brasília, o advogado Bruno Ornelas foi exonerado nesta segunda-feira pelo governador Romeu Zema (Novo). Ornelas está envolvido em diálogos por WhatsApp comprometedores, de maio de 2022, em que supostamente anota para um empresário de Brasília: “Faz o Pix aí”, em referência a um esquema de venda de cargos no Departamento Estadual de Trânsito de Goiás. A denúncia foi publicada pelo Bruno Abbud, do site Metrópoles, que teve acesso aos prints.

 

Panorama mineiro

 

O primeiro-secretário na seção política da Embaixada dos Estados Unidos (EUA) em Brasília, Alexander Gupman, está em Minas onde mantém conversas com lideranças políticas para acompanhar o cenário no estado. Nesta segunda-feira se encontrou com o presidente da Assembleia Legislativa, Tadeu Martins Leite (MDB). Também participaram do encontro a cônsul dos EUA em Belo Horizonte, Katherine Ordoñez, e a especialista em Engajamento Público da Embaixada dos Estados Unidos na Capital mineira, Cynthia Rocha. Sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte e a dívida de Minas com a União foram temas da pauta.

 

Erradicação da miséria

 

A deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) apresenta nesta terça, em audiência pública da Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização, estudo realizado por economistas da UFMG e Fundação João Pinheiro que dá conta dos prejuízos que terão municípios, se for mantido o veto do governador Romeu Zema à emenda orçamentária, que atrela R$ 1 bilhão do Fundo de Erradicação da Miséria (FEM) ao Fundo Estadual de Assistência Social (Feas).

 

Depois da hora

 

Embora partidos políticos devam destinar 30% dos recursos públicos de campanha para candidaturas femininas, esses recursos podem ser repassados até 15 de setembro. Como a propaganda eleitoral se inicia em 16 de agosto, candidatas têm dificuldade em converter os recursos em materiais de campanha. A conclusão é do estudo “Mulheres na política e o financiamento público de campanhas eleitorais”, promovido pela Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.

 

Homens recebem antes

 

Dados do Observatório nacional da Mulher na Política da Câmara dos Deputados dão conta de que os homens recebem recursos de campanha mais cedo e, nesse sentido, são privilegiados ao começar a campanha mais cedo. A avaliação é de Ana Cláudia Oliveira, coordenadora de pesquisas do observatório, que apresentou sugestão ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para que o repasse dos recursos para as candidatas seja feito nas primeiras duas semanas de campanha.