Se esse tempo da política pudesse ser comparado a algum outro fenômeno da natureza, seria, talvez, a grande jornada de gnus pelas terras selvagens do Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia -  (crédito: Ilustração)

Se esse tempo da política pudesse ser comparado a algum outro fenômeno da natureza, seria, talvez, a grande jornada de gnus pelas terras selvagens do Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia

crédito: Ilustração

Até então sem partido, a filiação ao MDB do presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo, pré-candidato à sucessão municipal, abre uma corrida com o prefeito Fuad Noman (PSD), desta vez, por aliados. Posicionado ao centro, as legendas com as quais Gabriel Azevedo negocia estão no mesmo espectro ideológico que Fuad Noman nutria expectativa de composição. Prefeito e presidente da Câmara Municipal, que protagonizaram uma disputa política ao longo dos dois últimos anos, agora abrem a batalha pelos acordos. Na mira estão PP, Republicanos, União, PSDB-Cidadania e PSB. A sucessão à Prefeitura de Belo Horizonte, que vem demarcando os campos de candidaturas à esquerda e à direita, ganha, assim, ao centro, o seu próprio ritual autofágico, pelo momento, não por eleitores, mas por partidos políticos.

 

Se ao centro MDB e PSD brigam pelo arco mais amplo de aliança – que importará em tempo de horário gratuito no rádio e na televisão – no espectro da direita à extrema direita se alimentam do mesmo eleitorado Luísa Barreto (Novo), secretária de estado de Planejamento, o senador Carlos Viana (Podemos) e o deputado estadual Bruno Engler (PL). Sobretudo Engler e Viana tenderão a se engalfinhar pelo voto bolsonarista e de viés religioso. Já à esquerda, a deputada federal Duda Salabert (PDT), o deputado federal Rogério Correia pela federação PT-PV-PCdoB e a federação Psol-Rede com as suas três pré-candidaturas, falam para público de tendência antibolsonarista e simpatia lulista. Num eventual segundo turno, mais factível será imaginar a sobrevivência de duas candidaturas de campos distintos.

 

 

Na periferia da disputa à Prefeitura de Belo Horizonte, está a formação das chapas proporcionais, em torno das quais movem a sua própria guerra pelo domínio de legendas quatro operadores: o secretário de estado da Casa Civil, Marcelo Aro (PP), Gabriel Azevedo, os deputados federais Luís Tibé (Avante) e Fred Costa (PRD). Mas para 23 dos 41 vereadores que estão à procura ou já encontraram o seu destino, é tempo da grande migração. País afora, mais da metade dos 58.208 vereadores de 5.567 municípios estão em deslocamento.

 

Se esse tempo da política pudesse ser comparado a algum outro fenômeno da natureza, seria, talvez, a grande jornada de gnus pelas terras selvagens do Parque Nacional Serengeti, na Tanzânia. A terra treme sob o impacto dos cascos da manada de 2 milhões de almas, rasgando pradarias em busca dos pastos verdes da Reserva Nacional de Maasai Mara, no Quênia. Cruzam territórios de leões, esbarram com leopardos, guepardos e hienas, que observam os retardatários, antes de isolá-los do bando e transformá-los em refeição. Quando exausta a manada sobrevivente alcança a encosta dos rios para o grande salto da travessia, encontra a população de crocodilos. Este é um tempo, em que a política se assemelha à lei da selva. Os retardatários estão com seus dias contados.

 

Reencontro

 

Depois de um longo afastamento, o prefeito de Belo Horizonte Fuad Noman e o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo, irão se encontrar nesta quarta-feira, 13. A pauta é institucional, mas vai haver também espaço para falar de sucessão municipal.

 

Silenciadas

 

Da ministra Cármen Lúcia, que irá assumir em junho a presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao discursar na abertura da sessão que marca o Dia Internacional da Mulher: “Dizem que fomos silenciosas historicamente. Mentira. Fomos silenciadas, mas sempre continuamos falando, embora muitas vezes não sendo ouvidas”.

 

Parem de nos matar!

 

O movimento 8 de Março Unificado realiza nesta sexta-feira, 8 de março, concentração a partir das 17h, na Praça Raul Soares. A manifestação denuncia a violência de gênero. Dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) indicam que em 2023 Minas registrou 183 feminicídios, o segundo maior índice do país. Yany Mabel, mãe, jornalista e produtora cultural, é a organizadora do ato, que nasceu em rodas de conversas e formações nas ocupações e periferias da cidade.

 

Escondidas

 

Embora destinadas pelo Ministério da Saúde aos municípios mineiros em 10 de novembro de 2023, 47 ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ainda não foram repassadas pelo governo do estado aos municípios mineiros. A denúncia é da deputada estadual Lohanna (PV), que protocolou nesta quinta-feira requerimento cobrando informações da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) e da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão (Seplag-MG). Os veículos estavam parados no terreno do Aeroporto Carlos Prates e foram transferidos para o pátio do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem (DER).

 

Risco

 

Minas Gerais corre o risco de perder essas 47 ambulâncias. De acordo com Lohanna, a portaria que consolida as normas sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (Portaria de Consolidação GM/MS nº 6/2017) prevê o prazo máximo de 90 dias para a transferência. Lá se vão 120 dias. Por conta disso, o deputado estadual Cristiano Silveira (PT) representou ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) e ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).


Serra do Salitre

 

O presidente Lula programa agenda em Minas, com desembarque em Serra do Salitre, na região do Alto Paranaíba, possivelmente em 13 de março, para participar da inauguração de um complexo de produção de fertilizantes fosfatados. Na comitiva estarão o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD).