Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 2/12/21)

Fuad Noman, prefeito de Belo Horizonte

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 2/12/21

Às vésperas da abertura da janela eleitoral, a sucessão de Belo Horizonte ainda segue à espera de uma definição crucial: o presidente Lula (PT) vai atuar para unificar o seu campo político no primeiro turno? Esta é uma pergunta ainda sem resposta. Talvez, o próprio ainda prefira aguardar para se posicionar. Lula é hoje a única liderança em condições de costurar uma ampla aliança entre o prefeito Fuad Noman (PSD) e as candidaturas de centro-esquerda e esquerda. Tal aliança, que vem sendo gestada para a sucessão ao governo de Minas de 2026, tende a se reproduzir nestas eleições em cidades do porte de Contagem e de Juiz de Fora.

 

 

Mas em Belo Horizonte, o cenário é mais complexo. A deputada federal Duda Salabert (PDT), o deputado federal Rogério Correia (PT) e a deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) são nomes que concorrem na mesma faixa do eleitorado. É um campo político que, nas duas últimas eleições, hipotecou apoio ao ex-prefeito Alexandre Kalil (PSD). Seja porque em 2020, em plena pandemia, o embate se dava entre negacionistas e não negacionistas. Seja porque, em 2016, no segundo turno, Alexandre Kalil, então no PHS, concorreu contra o ex-deputado estadual João Leite (PSDB). Ali, petistas se juntaram a Kalil contra o tucano. Foi o que restou da antiga polarização PT versus PSDB.

 

O contexto de 2024 é diferente. Além de a narrativa antipolítica estar perdendo tração, a disputa ganha contornos muito mais complexos do que quando concorriam PT e PSDB, legendas respectivamente de centro-esquerda e de centro-direita, ambas comprometidas com valores democráticos e partícipes do processo de redemocratização do Brasil. Lideranças como Kalil, com poder de influenciar a disputa, são poucas na cidade. E também Kalil ainda não se posicionou. O cenário eleitoral segue pulverizado o suficiente para elevar os riscos de qualquer aposta. Principalmente para democratas, preocupados em conter o avanço da extrema direita.

 

Em Congonhas

 

Candidato à reeleição este ano, o prefeito de Congonhas, Dr. Cláudio Antônio de Souza (MDB), conhecido como Dr Cláudio Dinho, vai anunciar hoje, no Museu de Congonhas, o Programa Integra-Congonhas, que vai reunir a revisão do Plano Diretor da cidade, o estabelecimento do Plano de Mobilidade e um Plano de Desenvolvimento Sustentável. Ele diz que é uma proposta para o futuro da cidade, “independente de quem seja o prefeito”.

 

Desenvolvimento

 

No Desenvolvimento Sustentável Congonhas sai na frente e busca um norte para escapar do prognóstico do político mineiro Arthur Bernardes: “O minério não dá duas safras”. Como este é um ano eleitoral, as propostas de planejamento da cidade devem ser apresentadas todas até junho. Detalhe, os planos de Congonhas contam com apoio da ONU e da FGV e são bancados com recursos da Cfem, o royalty da mineração. São R$ 7,5 milhões para a elaboração dos programas. “A demanda é urgente, pois a dinâmica da cidade muda significativamente”, justifica Dr. Cláudio Dinho (MDB).

 

Repreensão

 

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) foi repreendido pelo correligionário, o senador Omar Aziz (PSD-AM) ao pedir que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) peça desculpas por sua fala comparando a ação militar de Israel com o extermínio de judeus durante o Holocausto. Indignado, Aziz, que disse ser filho de palestino, questionou quantos terroristas do Hamas foram mortos ou presos e lembrou que dos 30 mil mortos em Gaza, 10 mil são mulheres e crianças. Pacheco alegou que seu pedido não era uma reprimenda a Lula e historicamente ele adota posições conciliadoras

 

Sem saidinha

 

O senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG), durante a discussão sobre o fim da saída temporária de presos na tribuna da Casa, disse que precisa "dar um lote para eles capinar, limpar rua" e que tem que ter "pena de morte para vagabundo".

 

Concorrentes

 

Com a pré-candidatura da deputada estadual Bella Gonçalves (Psol) à Prefeitura de Belo Horizonte oficializada desde o início de dezembro, a pessolista ganhou a concorrência de dois pré-candidatos da Rede ao cargo. As siglas firmaram federação partidária. O ex-vice-prefeito da capital mineira, Paulo Lamac, formalizou no último sábado sua intenção de assumir o município. Além dele, a deputada estadual Ana Paula Siqueira também quer concorrer e postou em suas redes sociais ser apoiada pela ministra Marina Silva.

 

Desastre

 

Prefeitos das cidades impactadas pelo acidente que afetou o Rio Doce vão se reunir hoje em Belo Horizonte para falar sobre os esforços que têm feito para mitigar os danos e restaurar a normalidade em suas cidades. Detalhe, todos os esforços feitos até agora não obtiveram os resultados esperados e os prefeitos estão “profundamente indignados” e desanimados com o quadro atual.