-  (crédito:  )

crédito:

Na II Guerra de persas contra gregos, no ano 480 a.C., Xerxes invadiu, saqueou e literalmente destruiu Atenas. Péricles, que governava os atenienses, precisava reconstruí-la após a expulsão dos invasores. Alguns historiadores dizem que Péricles teria dito: “Que haja beleza em Atenas.” E assim mandou construir a Acrópole.

Belo Horizonte e Minas não estão em situação de pós-guerra. Ao contrário, a cidade acaba de vencer mais uma batalha. O carnaval de BH se afirma mais uma vez. Segundo dados divulgados pelo governo de Minas, havia em Belo Horizonte, 5,5 milhões de foliões. 

O fato é que o carnaval de BH, aos poucos, entra no ranking das cidades mais carnavalescas do país. Afirma-se como importante manifestação popular e cultural, com efeitos revigorantes também para a economia. A maior prova disso é que prefeitura e governo do estado ensaiaram um bate boca em torno da paternidade do evento.

No ditado popular, filho feio não tem pai. Neste caso, o inverso é verdadeiro.

Os grandes pais deste carnaval são os cidadãos de Belo Horizonte. Foram eles que, através de iniciativas atomizadas, lutaram, cresceram e se afirmaram, até chegar a ser a festa que é hoje. Precisa ainda melhorar, e muito, mas o evento é uma realidade nacional. O que as autoridades poderiam contribuir é internacionalizá-lo.

O turismo hoje é uma fonte de renda em todo o planeta. Quando se olha para o futuro, a indústria do entretenimento terá peso cada vez maior. Dados de 2023 da Organização Mundial do Turismo, órgão das Nações Unidas, indicam que os dez países mais visitados do planeta são França, com 79 milhões de turistas ano; Espanha, com 72 milhões; Estados Unidos, com 51 milhões; Turquia, com 50 milhões; Itália, México, Reino Unido, Alemanha, Grécia e Áustria somam 26 milhões.

O Brasil, com todo o seu potencial, está em apenas 14º lugar. Mesmo assim, em 2023, os estrangeiros deixaram no país R$ 34,6 bilhões.

A história anda, mas nossos líderes nem tanto. O carnaval de BH mostra o potencial da cidade para eventos desse porte. E se nossas autoridades acordarem e criarem mais espaços atraentes e inovadores para BH? Poderiam começar pelo Aeroporto Carlos Prates. Em tal espaço privilegiado caberia um projeto interessante, para agradável e futurística área de lazer.

Quando olhamos para Minas Gerais e pensamos que daqui surgiu um político da envergadura de JK, atualmente, a imaginação parece matéria escassa na política mineira. Que este carnaval seja o início da reversão de tal miséria. Que a imaginação dos milhares de belo-horizontinos e dos mineiros, que fizeram mais este carnaval de sucesso, tome logo o poder. A cidade e o estado vão agradecer. Os turistas também... A estética é o mel do turismo, até Péricles sabia disso.

Distribuição das sobras

Após o feriado do carnaval, o primeiro item na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) será acompanhado com lupa pelos partidos e candidatos a vereador nas eleições de 6 de outubro. Serão julgadas duas ações propostas pela Rede e pelo PSB e pelo Podemos, que questionam a constitucionalidade das novas normas de cálculo das chamadas sobras eleitorais. Trata-se da terceira etapa da contagem de votos para eleições proporcionais.

O critério

O critério em vigor, estabelecido em lei de 2021, diz respeito à terceira etapa da contagem de votos nas eleições proporcionais. Na primeira etapa, são distribuídas vagas apenas aos candidatos de partidos que alcançaram 100% do quociente eleitoral. Se sobrarem vagas, estas são distribuídas entre os candidatos cujo resultado individual corresponda a pelo menos 10% do quociente eleitoral, e os partidos 90%. Nessa segunda etapa, no caso de Belo Horizonte, concorreriam nessa fase, apenas candidatos que obtiveram votação superior a 2.700 votos, na hipótese de um quociente eleitoral em torno de 27 mil votos.

Na terceira etapa

Se ainda assim sobrarem cadeiras a serem preenchidas, a terceira e última etapa prevê a exigência de que partidos tenham obtido pelo menos 80% e candidatos 20% do quociente eleitoral. Na hipótese de derrubarem esse critério, mais do que a recontagem de votos da terceira etapa da distribuição de sobras nas eleições de 2022, haverá alteração na lógica da formatação das chapas proporcionais para as câmaras municipais.

Situação sob análise

O médico e vereador Dr. Célio Frois (PV), afirma a esta coluna, por meio de sua assessoria de imprensa, ser incorreta a informação de que não será candidato à reeleição. “Esta situação, hoje, é por ele avaliada em conjunto com a família e, no momento adequado, a decisão será tomada e anunciada”.

Sucessão TJMG

As inscrições serão em março e a eleição em 22 de abril. Até agora, três são as candidaturas lançadas para a sucessão do desembargador José Arthur de Carvalho Pereira Filho, na presidência do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Atual corregedor geral, o desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Júnior confirma a disposição em concorrer. A desembargadora Áurea Maria Brasil Santos Perez será a primeira mulher a concorrer ao cargo. Ex-presidente do TRE-MG e da Amagis, o desembargador Maurício Torres Soares também irá disputar o cargo.

Tucanos em BH

O ex-deputado estadual João Leite (PSDB) ainda não definiu se pretende concorrer à Prefeitura de Belo Horizonte. Enquanto aguarda, o partido avalia as possibilidades. “O PSDB governa três estados, tem um legado em Minas, vamos analisar o quadro e nos posicionar em março. Lançaremos candidatura própria ou iremos trabalhar alianças em torno de projetos que possam revigorar a capital mineira”, diz o deputado federal Paulo Abi-Ackel, presidente estadual.

Cola bolsonarista

Dentro da estratégia de se aproximar de lideranças bolsonaristas, o deputado estadual Bruno Engler (PL) postou em suas redes digitais, foto ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Engler fez visita informal a Tarcísio na sede do executivo paulista. Postou: “Aula de gestão. O futuro é nosso!”.

No segundo turno

Segundo relato de José Guimarães (PT-CE), líder do governo, e de Gleisi Hoffmann, presidente nacional do PT, a Rogério Correia (PT), Lula vai apoiar a candidatura petista na capital mineira, trabalhando para uma unificação, com o prefeito Fuad Noman (PSD), no segundo turno. Antes de viajar à Etiópia e ao Egito, Lula esteve com ambos para avaliar o roteiro de prestações de contas nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. “Lula afirmou a ambos que apoia a posição do PT de priorizar candidatura própria em Belo Horizonte, que será a única das três capitais dos maiores colégios eleitorais”, diz Rogério Correia.