Altas temperaturas não impedem a realização de cirurgia plástica
 -  (crédito: Pixabay/Reprodução)

Altas temperaturas não impedem a realização de cirurgia plástica

crédito: Pixabay/Reprodução

Muita gente aproveita os meses de dezembro e janeiro para se submeter a procedimentos estéticos, principalmente cirurgias plásticas, pois o período de férias possibilita o repouso necessário após a intervenção. Porém, esta é a época mais quente do ano e entusiastas da plástica costumam ouvir alertas sobre operações dessa natureza no verão. 

A Associação Brasileira de Cirurgia Plástica (Baps) garante que não há fator limitante para a realização da intervenção nesta estação do ano. “O momento certo é o melhor para o paciente, quando ele tem tempo e pode seguir as recomendações do pré e pós-operatório, independentemente de estação”, diz Antonio Marcos Pinto Coelho Júnior, membro da Baps, especialista em cirurgia do contorno corporal e mamas. 

O médico explica que há impacto do calor no organismo, principalmente no pós-operatório. “As altas temperaturas favorecem o surgimento de inchaço, especialmente em pacientes com predisposição à retenção de líquidos. O calor e a maior sudorese podem causar certo desconforto durante o uso de malhas compressivas, necessárias no pós-operatório”, observa. 

 A Baps informa que o procedimento no verão demanda cuidados redobrados para manter o conforto e a segurança no período pós-operatório. 


Um dos principais fatores para o sucesso e a segurança da plástica é o preparo pré-operatório adequado. Deve-se fazer o processo de desinflamação do paciente antes da cirurgia para que seja possível realizá-la com mais segurança, explica o doutor Antonio Marcos. 

“O risco do procedimento não aumenta durante as estações quentes; ele aumenta se o paciente for para a cirurgia em um momento incorreto”, diz, observando que o paciente deve estar desinflamado, com o peso e o percentual de gordura adequados para a realização da plástica. 

“O perfil inflamatório é avaliado por exames laboratoriais que nos permitem analisar vitaminas, hormônios, marcadores inflamatórios e taxas de açúcar no sangue, além da composição corporal por meio da bioimpedância. Após a interpretação de todos os dados, é possível traçar planejamento pré-operatório personalizado, com introdução de suplementos, dieta adequada, atividade física, ingestão hídrica, regulação do sono e hábitos intestinais”, afirma. 

O paciente desinflamado terá um pós-operatório mais tranquilo, com menor sensação de dor, redução do inchaço, maior retração de pele, cicatrizes de melhor qualidade e retorno precoce às atividades diárias. 

“É fundamental redobrar cuidados com a fotoproteção, pois a exposição solar e os índices de radiação UV são maiores no verão, o que favorece o surgimento de manchas pós-operatórias e o escurecimento das cicatrizes”, alerta o especialista. É fundamental evitar ao máximo a exposição solar nos primeiros três meses após o procedimento. Depois desse período, deve-se usar na área operada o protetor com FPS 30, no mínimo, e roupas UV. 

Outro cuidado é a hidratação. “O aumento da sudorese no verão favorece a desidratação do organismo. É importante ingerir grande quantidade de líquidos para ajudar na diminuição do inchaço e na recuperação após a cirurgia. Sessões de drenagem linfática podem ser recomendadas”, conclui Antonio Marcos Pinto Coelho Júnior.