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Estado de Minas TOYOTA COROLLA ALTIS PREMIUM HYBRID

Tchau, tiozão!

Sedã médio da marca japonesa ganha visual mais moderno e passa a ser o primeiro híbrido do mundo a combinar motores flex e elétricos, com desempenho razoável e consumo baixo


postado em 09/11/2019 04:00

Com estilo bem mais ousado, o novo Corolla ganhou frente impactante, com detalhe em forma de C nas extremidades do para-choque e grade inferior tipo bocão(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Com estilo bem mais ousado, o novo Corolla ganhou frente impactante, com detalhe em forma de C nas extremidades do para-choque e grade inferior tipo bocão (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)


Se você é daqueles que ainda enxerga o Toyota Corolla como carro de “tiozão”, chegou a hora de rever seus conceitos. O modelo que, realmente, manteve por décadas uma imagem de carro conservador, finalmente passou por transformação significativa. Ganhou visual bem mais moderno, além de acabamento mais refinado e uma lista de equipamentos mais recheada. Testamos a versão topo de linha com conjunto propulsor híbrido, o mesmo usado no Prius, porém com a vantagem de contar com motor a combustão flex. O desempenho não é ruim, mas não é o ponto forte do sedã, que agrada pelo baixo consumo de combustível.
 
O Toyota Corolla chega à sua 12ª geração no mercado brasileiro em grande estilo. Produzido na fábrica de Indaiatuba, no interior paulista, desde 1998, o sedã médio passa a ser construído sobre a plataforma GA-C TNGA, que traz reforços estruturais e possibilidade de aplicação de novas tecnologias. Mas as mudanças são perceptíveis a partir do novo visual do sedã, que sempre teve linhas conservadoras, responsáveis pelo pejorativo apelido de “carro de tiozão”.
 
A traseira tem linhas mais clássicas, com lanternas horizontalizadas em LED(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
A traseira tem linhas mais clássicas, com lanternas horizontalizadas em LED (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
 

VISUAL Mas agora a história é outra. A nova geração do Corolla ganhou uma frente mais impactante, com a parte superior da grade bem estreita, composta por frisos cromados que sugerem asas abertas, que seguem até os faróis de LED. A luz diurna e os faróis de neblina também são de LED. A parte inferior da grade é no mais autêntico estilo bocão, mas traz elementos em C nas extremidades, servindo de moldura para os faróis de neblina. O para-choque dianteiro tem uma discreta saia e é bem baixo, raspando facilmente em saídas de rampas.
 
A versão híbrida é identificada pelo contorno azul na logo da marca e pela inscrição Hybrid nas laterais. A traseira mantém o estilo mais clássico, com lanternas horizontalizadas com LED. As rodas de liga leve de 10 raios e 17 polegadas são calçadas com pneus na medida 225/45, perfil mais baixo, pouco apropriado para nossas ruas cheias de buracos. Para auxiliar nas manobras, o sedã conta com câmera de ré com linhas direcionais, mas não tem os sensores de estacionamento, nem na frente, nem atrás.
 
Acabaamento interno é de qualidade e a multimídia traz todas as informações(foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
Acabaamento interno é de qualidade e a multimídia traz todas as informações (foto: Jorge Lopes/EM/D.A Press)
 
 
O novo Toyota Corolla teve pequenas alterações nas dimensões e manteve o volume do porta-malas, de 470 litros de capacidade. É volume de compartimento de bagagem de sedã compacto, mas atende. A tampa do porta-malas tem alças do tipo pescoço de ganso, que rouba espaço, e falta revestimento na parte superior do compartimento.

ESPAÇO O espaço interno é bom, com bancos dianteiros confortáveis e anatomicamente corretos, pois têm assentos que apoiam bem as pernas e abas laterais no encosto. O banco do motorista conta com ajustes elétricos, mas não tem memória e nem regulagem lombar. O banco traseiro tem o acesso prejudicado pelo teto mais baixo, exigindo cuidado por parte de pessoas mais altas. Ali o conforto é limitado para duas pessoas, já que no meio o apoio de braço embutido no encosto atrapalha. O túnel central no assoalho é baixo, mas três pessoas ali ficam apertadas. O sedã tem todos os itens de segurança no banco traseiro, mas os apoios de cabeça laterais são fixos. Só o do meio é regulável. E quem senta atrás não conta com saídas do ar-condicionado e nem entrada USB. Existe uma dentro do pequeno compartimento no apoio de braço dianteiro, mas para recarga de baterias.
 
O acabamento do Corolla melhorou muito. A versão Altis Premium traz couro nas cores cinza escuro e bege no revestimento dos bancos e em detalhes dos painéis de portas. O painel principal é coberto por material emborrachado que imita couro, trazendo até uma costura, além de detalhes cromados, e conta com instrumentos analógicos e digitais, com o computador de bordo ao centro e diferentes configurações. Com os comandos todos à mão, o motorista consegue ativar ou desativar o sistema de manutenção de faixa e o alerta de colisão com frenagem de emergência.
 
O computador de bordo mostra os números de consumo e a melhor performance do motorista em cada trecho de condução. No console, a tecla Drive Mode tem as opções dos modos Eco, para privilegiar o baixo consumo de combustível, e PWR, que foca no desempenho e mantém o motor a combustão em evidência. Em outra tecla no console, a EV, o sistema prioriza o motor elétrico, condição ideal para o trânsito urbano em baixas velocidades. Mas se o motorista pisa mais fundo no acelerador, o motor flex assume o comando.
 
O modelo traz ainda o controle de estabilidade, que pode ser desativado. O volante, revestido em couro, conta com ajustes de altura e distância, além de trazer comandos para o sistema de som, controlador de velocidade, modos de condução e acesso ao celular.
 
O conjunto mecânico do Corolla híbrido conta combina um motor 1.8 flex 16V, de ciclo Atkinson, com dois elétricos instalados junto à transmissão. A potência combinada é de 123cv. A bateria que alimenta esses motores elétricos é de níquel-hidreto metálico, e fica instalada embaixo do banco traseiro, contribuindo para a redução do centro de gravidade. A transmissão Hybrid Transaxle é do tipo CVT, que permite redução ou progressão continuamente, de acordo com a pisada no acelerador. Para completar o sistema híbrido do Corolla, que não é plug-in, os freios são do tipo regenerativo, acumulando a energia cinética gerada pelas frenagens, que é transformada em energia elétrica, alimentando a bateria. Com isso, é possível aumentar a autonomia e reduzir o consumo de combustível.

DIRIGINDO É bem interessante dirigir o Corolla híbrido. Basta apertar o botão start e prestar atenção no painel para entender que o carro já está pronto para sair. É que nessa condição o sistema aciona apenas o motor elétrico, que não emite qualquer ruído. E se for mantida uma aceleração suave, o sedã segue silenciosamente e o único barulho que se escuta é o da rodagem dos pneus. Mas na primeira exigência maior, como uma subida, que pede mais aceleração, o motor a combustão entra em ação. A “dança” entre os motores pode ser observada em um infográfico exibido na tela do sistema multimídia ou no painel em frente o motorista.
 
Quando está rodando apenas com o motor 1.8, o Corolla não tem um desempenho muito empolgante. Os 123cv não são suficientes para proporcionar uma performance mais entusiasmada. E o câmbio do tipo CVT contribui para isso, proporcionando uma evolução mais lenta nas acelerações. Ele tem a posição B, que mantém em “marcha” mais reduzida, para situações de subidas íngremes. No nosso percurso de teste misto (cidade e estrada) o computador de bordo registrou consumo de 14km/l com gasolina.
 
As suspensões do Corolla Hybrid tem ajuste mais firme, mas consegue equilíbrio entre conforto e estabilidade. A direção tem cargas bem definidas e bom diâmetro de giro, facilitando em manobras e garantindo segurança em velocidades mais altas. Os freios atuaram de forma eficiente. Atualmente, o Corolla Hybrid tem como principais concorrentes o seu “irmão” mais velho Prius (R$ 128.530), que não tem motor flex, e o Ford Fusion (R$ 182.990), que tem vendido cada vez menos. Com isso, o Corolla Hybrid deve surfar tranquilo no segmento, até surgir concorrência mais direta.


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