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Estado de Minas

Tecnologia de realidade aumentada tem vantagens sobre o QRCode

Realidade aumentada entrega mais recursos ao reconhecer mais de um elemento gráfico, em vantagem sobre o QRCode. De brincadeiras a produtos comerciais, utilização é ampla


postado em 20/03/2014 12:18 / atualizado em 20/03/2014 12:21

Paixão pelo Nirvana inspira criação de projeto capaz de fracionar apresentação de Kurt Cobain, de acordo com o interesse de ouvir guitarra, contrabaixo ou bateria(foto: SILAS SCALIONI/EM/D.A PRESS)
Paixão pelo Nirvana inspira criação de projeto capaz de fracionar apresentação de Kurt Cobain, de acordo com o interesse de ouvir guitarra, contrabaixo ou bateria (foto: SILAS SCALIONI/EM/D.A PRESS)
Um candidato a emprego manda um currículo por e-mail para uma empresa apenas com um gráfico QR Code impresso. Quem recebe o e-mail acessa o código que lhe fornece um link. É preciso, então, acessar o endereço que surge, para só assim conseguir ver as informações enviadas. Isso ocorreu recentemente com Herbert Rafael, diretor da empresa de comunicação digital 3bits. “Se era para eu acessar um link, bastava a pessoa ter me enviado o endereço. Não era preciso gerar um QR Code, eu ter de direcionar uma câmera para ele, capturar a imagem e chegar ao mesmo resultado”, diz ele, ressaltando que a tecnologia é interessante, funciona bem, mas precisa ser acompanhada de boas ideias para criar coisa úteis.

Um QR Code, segundo ele, é uma sequência de caracteres representados de uma forma gráfica, que geralmente leva a um link para texto, vídeo, imagens etc. “A informação presente ali é, entretanto, bem simples, devido à própria limitação da tecnologia. Cada ponto presente no gráfico é um caractere e para se ter uma informação complexa seria necessário uma infinidade de pontos, o que dificulta muito o processo. Outras tecnologias que utilizam o mesmo princípio, que é o de captar uma imagem com a câmera, fazem isso de forma mais fácil e ampla”, afirma.

Para ele, a realidade aumentada é a opção mais simples para se obter bons resultados, já que ela utiliza símbolos. “Você cria algo – imagem (inclusive em 3D), vídeo, texto, animação etc. – e define um símbolo para aquele trabalho. Quando a câmera captura a imagem desse símbolo, automaticamente o que ele representa é exibido”, informa Herbert Rafael, destacando que a realidade aumentada não reconhece somente um elemento gráfico, como no QR Code, mas toda uma forma. “Uma tendência é a chamada realidade aumentada vestível, ou seja, acessórios que carregam a tecnologia e que a pessoa usa para obter informações. Um exemplo disso é o Google Glass, os óculos criados pelo Google que possibilitam a interação dos seus usuários com diversos conteúdos em realidade aumentada.”

O QR Code, de acordo com ele, é atualmente uma boa ferramenta para ser aplicada em museus e bienais, para repassar informações sobre obras de arte. Em vez, por exemplo, de um audioguia, pode-se simplesmente pôr um QR Code ao lado de um quadro para que o visitante, com seu celular, consiga acessar links para arquivos de MP3 e informações gerais sobre a obra. “Em uso comercial, QR Code pode ser aplicado ao lado de produtos, levando a páginas com informações sobre eles e até a endereços de compra. É preciso, porém, que o empresário crie páginas especiais para receber esse tipo de usuário, e não que simplesmente o leve a um link comum, que pode ser obtido de outra forma”, afirma.

Para Herbert Rafael, a possibilidade de criação da tecnologia de realidade aumentada é ilimitada. “Pode-se até brincar com ela”, diz. A empresa criou um projeto abordando os 20 anos do disco Nevermind, da banda Nirvana, completados em 2011. A partir de uma música, foram selecionados três quadros que se transformaram em símbolos.

O primeiro se referia ao guitarrista, cantor e líder da banda, Kurt Cobain. O segundo representava os acordes de contrabaixo da música, e o terceiro, o som da bateria. Direcionando uma folha de papel com os três símbolos para a tela de um notebook, a música era apresentada na sua execução original. Mas era possível excluir um elemento e o som produzido. Era possível, então, ouvir e ver apenas Kurt Cobain tocando, sentir só o som da bateria ou somente o baixista. “Foi uma brincadeira para mostrar o potencial da tecnologia e como ela pode ser explorada comercialmente”, completa.

Ricardo Wagner mostra mesa virtual criada para a comemoração dos 80 anos do Estado de Minas, que permitiu acessar notícias a partir de um objeto direcionado a ela
Ricardo Wagner mostra mesa virtual criada para a comemoração dos 80 anos do Estado de Minas, que permitiu acessar notícias a partir de um objeto direcionado a ela
Interação

Para Ricardo Wagner, também diretor da 3bits, a tecnologia apresenta muitos bons resultados para eventos. Ele cita a Exposição Tec Arte, onde a empresa criou ferramentas interativas usando símbolos, para que o visitante pudesse ter acesso a informações e imagens projetadas de pontos turísticos de BH e Ouro Preto.

Com o mesmo princípio, foi montada também uma grande mesa interativa exibida durante as comemorações dos 80 anos do jornal Estado de Minas. “Criamos símbolos para vários assuntos e os colamos na base de vários objetos. O visitante pegava um desses objetos e o colocava sobre um determinado ponto da mesa. Uma câmera captava o símbolo e exibia sobre a superfície páginas do jornal com matérias relacionadas ao assunto. Por exemplo, um boneco do Galo com um símbolo colado embaixo dele abria vasto material sobre o Atlético. Graças à tecnologia, era possível escolher a matéria, virar a página, ampliá-la, interagir com os temas.”

Rinoceronte virtual projetado em área de shopping center surpreende e diverte visitantes(foto: NATGEO/REPRODUÇÃO)
Rinoceronte virtual projetado em área de shopping center surpreende e diverte visitantes (foto: NATGEO/REPRODUÇÃO)
 

Brincadeira animal
Imagine-se num shopping center e, de repente, se vê cercado de bichos ferozes, como dinossauros, rinocerontes, grandes felinos... Isso é possível sim, graças aos recursos de realidade aumentada, e ganha mais espaço nos departamentos de marketing dos grandes shoppings mundiais. O processo é simples: uma câmera filma um visitante (ou grupo deles) e a imagem é levada em tempo real para um telão. Só que ela chega lá acompanhada de outros elementos. Quem vê a imagem percebe um rinoceronte do frequentador. Ele pode, então, acariciar ou brincar virtualmente com o animal. Simular a fuga de um dinossauro feroz e nadar com golfinhos são outras possibilidades de interação.  Para ver como isso funciona acesse o link https://www.youtube.com/watch?v=vyTvIufrdPE, no YouTube.

Para Ivan Lobato, da Gaz Games, recursos tridimensionais tornam mais rico o processo de criação de jogos eletrônicos(foto: SILAS SCALIONI/EM/D.A PRESS)
Para Ivan Lobato, da Gaz Games, recursos tridimensionais tornam mais rico o processo de criação de jogos eletrônicos (foto: SILAS SCALIONI/EM/D.A PRESS)
Para o diretor-executivo da empresa belo-horizontina de jogos eletrônicos Gaz Games, Ivan Lobato,  a realidade aumentada permite a observação, por exemplo, de uma imagem sobre vários ângulos e posições, já que ela conta com recursos tridimensionais. “Por isso mesmo, ela é ideal para a concepção de games e  de interação com os jogos”, diz ele, revelando que a Gaz Games sempre utiliza a tecnologia em seus trabalhos.

Entre as criações, está um jogo feito para o Natal no qual o jogador conseguia adquirir itens e colocá-los em baixo de uma árvore de natal onde um Papai Noel podia se movimentar graças a um aplicativo especial. Com um tablet direcionado para a mesa, é possível participar de um game de carros de corrida ou enfrentar vilões e outros perigos que surgem em imagens com se fosse do nada. Jogos de plataforma, que também permitem grande interatividade, são  outra aplicação natural da tecnologia.

 

Depoimento

Marcos Paulo Rodrigues Lopes
Modelador 3D


(foto: SILAS SCALIONI/EM/D.A PRESS)
(foto: SILAS SCALIONI/EM/D.A PRESS)
“Acesso conteúdos via QR Code de vez em quando. Não é mais frequente porque não se encontram grandes coisas para ver ou consultar. O que mais gosto são jogos com QR Code, pois nesse caso existe algum tipo de interação. Mas são poucas opções, pois é mais fácil produzir uma propaganda digital do que um game. A tecnologia funciona bem, porém apresenta uma dificuldade: a necessidade de se ter uma conexão à internet, e nem sempre isso é possível. O fato de ser mal explorada não é culpa da tecnologia, e sim da falta de criatividade de quem trabalha com ela. Realidade aumentada é uma tecnologia mais completa e abrangente. Você filma símbolos no lugar de gráficos feitos por pontos e, em vez de ser remetido a um link de internet, é levado diretamente ao jogo, se for o caso, e a vários conteúdos extras propostos. É muito fácil interagir via realidade aumentada.”


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