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Estado de Minas

Vão-se os papéis, fica o conteúdo: e-readers conquistam espaço no Brasil

Preços mais acessíveis, simplicidade de manuseio e facilidades na hora de comprar títulos estão fazendo com que os e-readers ganhem preferência do brasileiro


postado em 10/01/2013 00:12 / atualizado em 10/01/2013 11:45

Shirley Pacelli

Dona de uma coleção de 1,5 mil livros, o teólogo Denilson Rocha já se rende ao conforto de um e-reader(foto: Henilson Rocha comprou um klindle)
Dona de uma coleção de 1,5 mil livros, o teólogo Denilson Rocha já se rende ao conforto de um e-reader (foto: Henilson Rocha comprou um klindle)

No apartamento de apenas dois quartos, cerca de 600 livros disputam o espaço com o teólogo Denílson Rocha, de 45 anos, e sua esposa, Jaqueline Aparecida Pinto. No melhor estilo “ou eu ou os livros”, Jaqueline cobrou uma atitude de Rocha, que, por sua vez, achou uma solução definitiva: comprou um Kindle, leitor digital da Amazon, disponibilizado no mercado brasileiro só em dezembro. A coleção do teólogo, apaixonado por leitura, na verdade é bem maior – cerca de 1,5 mil títulos, estando o restante espalhado na casa da mãe e na da sogra.

Há 15 dias com seu leitor eletrônico, Rocha é só elogios. “Me adaptei bem, porque, vou ser sincero, ele tem qualidades que o livro não tem. Sou acostumado a ler, mas quando pego um ‘chamuscão’ (livro com muitas páginas), fico psicologicamente cansado”, revela. Diante disso, ele conta que passou a ler mais livros em menos tempo com o novo aparelho: cerca de quatro em duas semanas. O conforto visual, comparado à textura proporcionada por livros impressos, é outro detalhe que encantou o teólogo. Além do peso, é claro: menos de 200 gramas, mais leve que um livro. “Ainda tem a vantagem do preço: 90% dos títulos que me interessam custam R$ 2 ou R$ 3”, afirma.

Ele conta que escolheu um leitor eletrônico em vez de um tablet primeiramente pela diferença exorbitante de preço. Enquanto seu Kindle custou cerca de R$ 284, há pranchetas digitais que chegam à casa dos R$ 2 mil. Fora que o brilho da tela dos tablets deixa a vista cansada.

Rocha seria um legítimo colecionador de livros renegando a classe? Nada disso. Para começar, ele já deixou claro que não irá se desfazer das obras de capa dura. E diz sentir uma nostalgia em relação às tradicionais dedicatórias nas folhas de rosto, o cheiro do papel e o ato de passar as páginas. Por isso, é categórico em dizer que os e-readers não decretaram o fim dos livros físicos. Mesmo assim, se diz mais satisfeito com o Kindle do que com o livro de papel. Dilemas da era digital...

HORA DA PROVA De carona no novo brinquedo do amigo Denílson, Erik de Britto e Silva, engenheiro e especialista em tecnologia, tratou de fazer o próprio teste. A primeira coisa que chamou a atenção de Erik no Kindle foi a quantidade mínima de papéis na embalagem. Manuais? Tudo no aparelho e na internet. “Depois de ligá-lo, é preciso registrar o proprietário com todos os dados normais e um cartão de crédito. O segundo passo é a configuração de uma rede wireless, ou transferimos arquivos para o Kindle conectado via USB”, conta. Ele ressalva que, apesar de o dispositivo não ser touchscreen, muitas pessoas que o viram pela primeira vez tocaram na tela.

O especialista diz que o uso do e-reader é extremamente fácil. Tarefas, como aumentar o tamanho da fonte, são bem simples. “O equipamento não é muito rápido, mas quem precisaria de muita rapidez para virar páginas e ler textos em preto e branco?”, provoca. Ele conta que ficou impressionado com a visualização da tela, com o recurso e-ink (tecnologia de tinta eletrônica que imita o papel), que permite a leitura de textos em qualquer ambiente iluminado, seja por uma lanterna apontada para a tela ou sob o sol do meio-dia. O tamanho da tela (seis polegadas), para ele, é suficiente para leitura e boa estratégia para guardar o equipamento em bolsos. “Mas, quanto a isso, o meu Galaxy Note, da Samsung, é superior. O Kindle é maior do que os bolsos normais de calças, camisas e vestidos”, brinca.

Ele explica que a compra de livros na Amazon é feita com apenas um clique. Em questão de minutos, a obra é transferida para o seu e-reader, que suporta diversos formatos. A bateria, para Erick, é um grande destaque: de durabilidade altíssima, uma carga dura um mês, se usar apenas meia hora por dia com o Wi-fi desligado.

VITRINE
Alguns pontos devem ser levados em consideração antes de escolher o seu leitor eletrônico. Capacidade de armazenamento de livros e peso são só alguns dos aspectos para ficar atento.Entre os tablets, há três novas opções que devem chegar ao Brasil este ano: Apple, Amazon e Google disputam os usuários com seus aparelhos de telas de sete polegadas. O Informátic@ preparou uma vitrine dos dispositivos mais cobiçados pelos novos leitores do universo digital. Confira:

E-READERS
Kindle

» Preço sugerido: R$ 299
» Conectividade: Wi-fi e USB
» Formatos: Kindle (AZW), TXT, PDF, Mobi sem proteção e PRC naturalmente; HTML, DOC, DOCX, JPEG, GIF, PNG e BMP através de conversão
» Armazenamento interno: 2GB
» Capacidade: 1,4 mil livros
» Peso: 170 g
https://bit.ly/RCXbUA

Kobotouch
» Preço sugerido: R$ 400
» Conectividade: Wi-fi e USB
» Formatos: Epub, PDF, Mobi, PDF, JPEG, GIF, PNG, BMP, TIFF, TXT, HTML, RTF, CBZ e CBR
» Armazenamento interno: 2GB
» Capacidade: 1 mil livros
» Peso: 185g
kobobooks.com/touch

Coo-ler
» Preço sugerido: R$ 599
» Conectividade: USB
» Formatos: Epub, PDF, FB2, RTF, TXT, HTLM, PRC, JPG e MP3
» Armazenamento interno: 2GB
» Capacidade: até 5 mil livros
» Peso: 185g
www.gatosabido.com.br

TABLETS
O que ainda deve aportar em terras brasileiras:
Kindle Fire
Primeiro tablet da Amazon. Tem tela de 7 polegadas e Wi-fi. A bateria dura até nove horas. Roda uma versão do sistema operacional móvel Android, modificada pela empresa. Não tem 3G, câmera ou entrada microSD. Ainda não é vendido no Brasil.
Preço sugerido: US$ 159
https://amzn.to/O19faD

iPad Mini
Lançado em 2012 para concorrer com os smartphones que vêm ganhando terreno no mercado de dispositivos móveis. Tela de LED de 7,9 polegadas, Wi-fi, duas câmeras e gravação de vídeo em HD. Tem 7,2 milímetros e 308 gramas. A bateria tem até dez horas de duração. Ainda não é vendido no Brasil.
Preço sugerido: US$ 329
apple.com/br/ipad-mini

Nexus 7
Primeio tablet desenvolvido pelo Google (em parceria com a Asus), lançado em julho. Tem tela de 7 polegadas e uma câmera que não filma em HD. Pesa 340g. Bateria com duração de até 10 horas. Ainda não é vendido no Brasil.
Preço sugerido: US$ 199

DILEMA DA COMPRA
Tablets e e-readers duelam pelos consumidores que querem adquirir um novo aparelho destinado à leitura de livros eletrônicos. De um lado, as pranchetas digitais oferecem um universo de serviços: além dos e-books, é possível navegar na internet, tirar fotos, fazer conferências e ver filmes. Do outro, os e-readers, com sua função única, se gabam de ser tão confortáveis para a leitura quanto o papel. Afinal, a tecnologia e-ink, conhecida como tinta eletrônica, permite que mesmo sob o sol você consiga ler tranquilamente. O “papel eletrônico” é formado por camadas transparentes e microesferas nas três cores básicas do sistema RGB ou em preto e branco para dispositivos monocromáticos. Resumidamente, a cada nova imagem virtual as esferas se rearranjam.


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