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Estado de Minas PASSEIO PELA HISTÓRIA

Guia digital vai mostrar todos os bens culturais da cidade em imagens tridimensionais

Está em franco andamento o projeto Grupo Cultural Guia do Bem, que consiste na composição de um banco dados digital com informações de todos os bens culturais tombados da capital


postado em 20/12/2012 00:12 / atualizado em 20/12/2012 10:57

Silas Scalioni

Fernando Pacheco do Nascimento e Leandro dos Santos Magalhães: imagem de bem tombado, no PC, será vista em 3D no tablet(foto: Silas Scalioni/EM/D.A Press )
Fernando Pacheco do Nascimento e Leandro dos Santos Magalhães: imagem de bem tombado, no PC, será vista em 3D no tablet (foto: Silas Scalioni/EM/D.A Press )

Ao fazer uma pesquisa ou satisfazer a curiosidade sobre bens culturais tombados de Belo Horizonte, já imaginou recorrer a um guia digitalizado e com simples cliques acessar imagens tridimensionais? Pois é, num país em que a história patrimonial de suas cidades geralmente não recebe a atenção merecida, contar com uma ferramenta dessas é, realmente, um grande avanço, além de servir de exemplo.

Falta pouco para contar com o serviço em Belo Horizonte. Está em franco andamento o projeto Grupo Cultural Guia do Bem, que consiste na composição de um banco dados digital com informações de todos os bens culturais tombados da capital. Os dados serão disponibilizados por meio de um site com plataforma interativa de mapas, onde aparecerão ícones para cada item tombado, na posição geográfica que ocupam. “A reunião dos bens da cidade nessa plataforma única constituirá uma poderosa ferramenta para a gestão e divulgação de informações”, explica o arquiteto urbanista Fernando Pacheco do Nascimento, diretor executivo da empresa Equipe B Arquitetura, Design e Multimídias, responsável pelo trabalho.

O Guia do bem, segundo o também arquiteto e diretor de Inovação da Equipe B Leandro dos Santos Magalhães, é uma continuidade atualizada e digital do livro Guia de bens tombados de Belo Horizonte, de 2006, criado pela arquiteta e restauradora Maria Ângela Reis de Castro. “Em 2008, fizemos um trabalho em 3D, a partir de fotos dos edifícios, abordando os centros históricos das cidades de Belém, Salvador, São Luís e João Pessoa. Reconstruímos virtualmente esses espaços trabalhando em cima de mais de 1,5 mil imagens”, diz.

O trabalho se tornou reconhecido nacionalmente e inspirou a empresa, junto com o arquiteto Flávio de Lemos Carsalade, ex-presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), marido de Maria Ângela, a dar andamento ao guia digital. “Eles tiveram a função de identificar os bens, pois são doutores em patrimônio, e nós entramos com a tecnologia e expertise que temos em modelagem virtual.”

ATÉ NO CELULAR O guia virtual também servirá como um roteiro turístico urbano para os visitantes da capital. O site poderá ser visitado também pelo celular, identificando os bens que estiverem mais próximos de si. Clicando sobre fotos serão obtidas imagens tridimensionais e todos os dados referentes ao edifício pesquisado: as informações vão desde o projeto original, passando por fichas técnicas, até a maquete eletrônica tridimiensional. Na tela sobre o bem, uma janela exibe formas de acesso aos dados. Um exemplo são filtros que propiciam cruzamento de parâmetros e, assim, ter à disposição edifícios que se encaixam na busca.

A fase de programação já está concluída. Falta terminar o trabalho de campo, que envolve a atualização de fotos e transformação para 3D. De acordo com os arquitetos da Equipe B, o trabalho envolve técnicas de georreferenciamento de dados e bens com aplicativos de mapas do Google, processos de fotogrametria (técnica de extrair das fotos a forma, as dimensões e a posição dos objetos nelas contidos) para construção das imagens 3D, além de um poderoso banco de dados de fotografias e informações. “Utilizamos ainda um aplicativo desenvolvido por nossos programadores, o Phototracker, que consegue organizar todas as informações relativas a imagens no banco de dados, e todos os padrões mais atuais para desenvolvimento web”, asseguram.

INCENTIVO FINANCEIRO Para a finalização do projeto, que depois deverá ser expandido para as cidades históricas mineiras – que terão links especiais no site –, o grupo espera aprovação de patrocínio via Lei Estadual de Incentivo à Cultura (CA 1916/001/2011), que prevê abatimento de 3% a 7% do ICMS devido pela empresa patrocinadora. O trabalho já conta com R$ 65 mil obtidos junto ao Fundo da Lei Municipal de Cultura.

Os arquitetos acreditam que o Guia do Bem vai incentivar a valorização do patrimônio histórico da capital, pois estará ao alcance de qualquer pessoa com acesso à internet, além de ajudar a recuperar a identidade histórica da cidade. “Acreditamos ainda que ele vai beneficiar os mercados cultural, turístico e educativo de Belo Horizonte, pois será uma ferramenta importante para utilização por parte de instituições de ensino em projetos de pesquisa e de educação patrimonial. E, sem dúvida, fomentará a discussão da função social do bem tombado, resgatando as referências de épocas da cidade centenária e da formação dos conjuntos urbanos.”


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