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Estado de Minas Barulho dos fogos

Final do Galo será de mais sofrimento para os pets


11/12/2021 04:00



Na noite de 2 de dezembro, Belo Horizonte viveu uma espécie de réveillon com a festa da torcida atleticana devido à conquista do Campeonato Brasileiro. Amanhã, o Galo enfrenta o Athletico-PR, no Mineirão, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, e uma nova comemoração é prevista em toda a capital. Em dia de decisão, é comum escutar fogos de artifício e rojões por toda a cidade. Mas para quem tem animais de estimação, os momentos de festa são estressantes e assustadores. 

A advogada Ana Paula Tenório, de 32 anos, tem cinco cachorros em casa e vive um grande pesadelo em dias de jogos. “Os cachorros estouraram o portão de madeira na última comemoração para entrar em casa. A audição deles é muito mais sensível que a nossa, então, se pra gente já é ruim, imagina pra eles, que escutam várias e várias vezes mais.”, disse ela. 
 
 
Ana Paula e o cachorro
Ana Paula e o cão Whisky, que sofre com os fogos de artifício (foto: Arquivo pessoal)
 
Apesar das tentativas para amenizar o barulho, nada resolve o problema. "Ficamos com eles no colo e TV ligada, mas não resolve o problema. Não tem como vedar as portas e janelas e mesmo que diminua o barulho ainda é muito forte para eles”, explica Ana. 

Com cinco cachorros, ela acha inviável sair de casa para um local mais calmo. Além dos dias de comemoração, a advogada sofre durante a semana com fogos e rojões soltados de forma aleatória. “Um dia, estava na praça com meus cachorros e soltaram fogos, um deles ficou tão desesperado que soltou da guia e ficou desaparecido por quatro dias. Passamos esses dias todos virando noite atrás dele, colando cartaz e rodando de carro o tempo todo”, desabafou.

A ONG Me Adota, em Diamantina, perdeu seis cachorros no dia do jogo entre Atlético e Bahia. Os animais morreram de parada cardíaca com o susto causado pelos fogos. Para a final da Copa do Brasil, as 11 voluntárias da ONG realizaram um mutirão para levar todos os 180 animais para um sítio cedido por um colaborador.
 
Projetos de Lei 

Em Diamantina, a ONG conta com o apoio do empresário James da Albion para aprovar o projeto de lei que proíbe a venda e uso de fogos de artifício ruidosos na cidade. “Sabemos que muito precisa ser feito, mas acredito que juntar boas ideias com a iniciativa do Legislativo dará bons frutos e chegaremos longe”, disse o empresário pelas redes sociais.

Em Belo Horizonte, um projeto de lei que proíbe o manuseio, a utilização, a queima e a soltura de fogos de estampidos e de artifícios, além de qualquer outro artefato pirotécnico de efeito sonoro, tramitava na Câmara Municipal até julho deste ano.

Porém, o PL foi suspenso após seus autores, os vereadores Irlan Melo (PSD), Miltinho CGE (PDT) e Wesley (Pros), optarem por fazer um aprimoramento no texto, além de uma audiência pública, para saber a opinião da população sobre a proposta.

Segundo a assessoria de imprensa do vereador Irlan Melo (PSD), as audiências públicas foram realizadas em outubro e os autores do PL já fizeram as atualizações no texto e protocolaram o requerimento para que o projeto volte a ser debatido na Câmara. 

Para Ana Paula, o projeto é de extrema importância para garantir a segurança não só dos animais, mas de crianças e idosos também. “Comemorar independentemente do motivo é maravilhoso, mas tudo tem limite. A Lei do Silêncio não determina só o horário de barulho, ela também trata do limite do barulho. Quer usar fogos? Use os que não fazem barulho, são muito mais bonitos e causam menos transtorno.”, afirmou. 

Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, projeto de lei de autoria do vereador Marlon Siqueira (MDB) foi aprovado pela Câmara Municipal no final do mês de outubro e sancionado pela prefeita Margarida Salomão (PT) no início de dezembro.]




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