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Estado de Minas TÓQUIO 2020

Delegação brasileira tem 41 integrantes mineiros nos Jogos Paralímpicos

Do chefe da missão aos atletas, equipe do Brasil tem vários representantes de Minas Gerais, principalmente no tênis com cadeira de rodas


23/08/2021 04:00 - atualizado 22/08/2021 22:20

Os tenistas Ana Caldeira, Meirycoll Duval e Rafael Medeiros, com o técnico da Seleção Brasileira de Tênis sobre cadeiras de rodas, Léo Butija, querem trazer medalhas do Japão(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Os tenistas Ana Caldeira, Meirycoll Duval e Rafael Medeiros, com o técnico da Seleção Brasileira de Tênis sobre cadeiras de rodas, Léo Butija, querem trazer medalhas do Japão (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)


O Brasil mandou a Tóquio a sua segunda maior delegação para os Jogos Paralímpicos. São 253 para-atletas, contra 285 do Rio’2016, que foi em casa. Mas esta é a maior delegação já enviada ao exterior. Desse total, 26 atletas são mineiros. Além deles, a equipe tem outros 15 mineiros, sendo sete treinadores, cinco assistentes, dois médicos e o chefe da missão brasileira, Alberto Martins da Costa, de Uberlândia.

Pode-se dizer que o tênis será o esporte mais mineiro na Paralimpíada de Tóquio’2020. Serão seis representantes – os atletas Daniel Rodrigues, de Santa Luzia; Gustavo Carneiro, de Uberlândia; Rafael Medeiros, Meirycoll Duval e Ana Cláudia Caldeira, além do técnico Leonardo Flávio de Oliveira, o “Léo Butija”, de Belo Horizonte. A equipe brasileira de tênis tem ainda o paulista Maurício Pomme e o catarinense Ymanitu Geon da Silva.

Esse é um momento especial nas carreiras de todos os tenistas cadeirantes. Meirycoll, de 26 anos, disputará sua primeira Olimpíada. Ela sempre bateu na trave. Agora, ao vencer um torneio no Peru, no mês passado, garantiu a 28ª posição do ranking mundial feminino, a última vaga direta para os Jogos. “Chorei feito uma louca. Não cabia dentro de mim, de tanta felicidade”, conta ela, que terá como parceira de dupla a sua companheira de treinos, Ana Cláudia Caldeira, de 22.

As duas treinam diariamente com o técnico Léo Butija, na Academia Butija Tênis, no Belvedere. Ana Cláudia confessa que lutou contra a ansiedade: 39ª do ranking, era a melhor colocada entre todos os países que pediram wild card, ou seja, ganhou a vaga por um convite da Federação Internacional de Tênis Feminino (WTA).

Um sonho que não é só dela: “É um sonho nosso. Meu, da minha mãe, da Meyricoll e do Léo, nosso treinador. Começamos a jogar juntas há sete anos. Éramos eu, Meirycoll e o Léo Butija. Sempre tivemos o sonho de irmos juntos a uma Paralimpíada. Essa chance surgiu agora”.

A primeira atitude foi ligar para a mãe, sua maior incentivadora, para falar da vaga: “Fiquei paraplégica aos 12 anos, num acidente de carro. Minha mãe estava dirigindo e se culpa até hoje pelo que aconteceu. Mas eu disse pra ela, na época, que eu superaria qualquer dificuldade, mesmo sem andar, e vim jogar tênis”.

Gustavo Carneiro, tenista cadeirante de Uberlândia, é um exemplo de superação, pois há três anos e meio, teve de fazer uma cirurgia, de amputação da perna esquerda, por causa de um câncer. Pode-se dizer que Gustavo teve uma ascensão meteórica. Começou a jogar o tênis em cadeira de rodas em janeiro de 2018, dois meses após a cirurgia. Abandonou, então, a profissão de administrador de empresas. “Decidi mudar minha vida.

AJUDA DOS AMIGOS

Léo Botija é treinador da equipe nacional desde 2009. Ele se dedica ao tênis em cadeira de rodas desde 2008. Para preparar a equipe para estar, como se diz na gíria, na “ponta dos cascos”, Léo fez um planejamento. “Era preciso que os treinos fossem diários, que tivessem um preparador físico todos os dias, assim como um fisioterapeuta, e precisamos, também, de raquetes que serão usadas em Tóquio e bolas, para treinar e depois para jogar lá. E tem também a questão dos pneus das cadeiras. Mas isso custa caro”.

Foi então que Léo desenvolveu um projeto, que de pronto teve a adesão de amigos e empresários que se juntaram e cotizaram para poder prover o melhor para os para-atletas mineiros. Para que possam se preparar da melhor maneira possível para chegar a Tóquio e fazer um papel à altura da categoria de cada um”, diz Léo.
 
Gabriel Araújo fez história depois de conquistar cinco medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019(foto: Ale Cabral/CPB)
Gabriel Araújo fez história depois de conquistar cinco medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019 (foto: Ale Cabral/CPB)
 

Superação com a ajuda das piscinas

Dos 36 nadadores que representarão o Brasil na Paralimpíada de Tóquio, oito são mineiros. Cada um tem uma história de como chegou ao esporte. Um deles é Gabriel Geraldo dos Santos Araújo, de 19 anos, que fez história depois de conquistar cinco medalhas nos Jogos Parapan-Ameicanos de Lima, sendo duas de ouro (50m e 100m livres), uma de prata (200m livres) e duas de bronze (50m peito e 50m costas).

Filho de Eneida Magna dos Santos Araújo, Gabriel nasceu em Santa Luzia, tendo uma condição genética que impossibilitou o desenvolvimento dos braços e das pernas. Mas logo a família mudou-se para Corinto, onde a mãe foi trabalhar.

Ainda criança, descobriu na água um ambiente amigável para sua movimentação. Tornou-se nadador. Isso aconteceu graças a um incentivador, o professor de educação física, Aguilar Freitas da Rocha, da Escola Estadual Antônio Vieira Machado, em Corinto, onde Gabriel estudava. “O Aguilar teve um olhar diferente. Quando viu Gabriel nadando, perguntou se podia inseri-lo no esporte e eu concordei”, conta Eneida.

Logo, o menino estava competindo pelo Corinto Clube Campestre. E representando este, ganhou as primeiras medalhas em disputas regionais, nos Jogos Escolares de Minas Gerais (Jemg). Tinha 13 anos quando começou. O desempenho do nadador chamou a atenção do Clube Bom Pastor, de Juiz de Fora, que o contratou para representá-lo nas competições regionais e nacionais.

E na primeira competição, o nadador-estudante conquistou três medalhas. No total, nadando pelo Bom Pastor, em três anos, conquistou 80 medalhas. E veio a classificação para o Parapan de Lima, onde sobressaiu, e depois a classificação para Tóquio.

Mostrando descontração, Gabriel já treina com o restante da equipe brasileira em Tóquio e conta quem são seus ídolos. “Eu tenho o Daniel Dias e o Clodoaldo Silva como ídolos. Quando os vi, na paralimpíada, se tornaram meus ídolos. É uma honra pra mim”.

Gabriel sonha com muitos pódios. Vai nadar os 50m e 100m costa e 200m livre. E para isso, ele treina de segunda a sábado, três horas por dia. Além da piscina, faz treinamento físico às terças e quintas-feiras. Ele cita a Seletiva Paralímpica, realizada de 2 a 5 de junho último, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, como um dos melhores momentos da carreira. “Foi sensacional, mesmo com os obstáculos, consegui manter o foco e dar o meu melhor na seletiva”.

Mineiros nas disputas

ATLETISMO
Isabela Silva Campos BH
Poliana Fátima de Souza Uberaba
Claudiney Batista dos Santos Bocaiúva
Cássio Henrique Damião BH
Matheus Rodrigues Carvalho Uberlândia
BOCHA
Jovanna morais Costa Uberlândia
Oscar Carvalho Uberlândia
GOALBALL
Kátia Aparecida Ferreira Silva Unaí
HALTEROFILISMO
Sara Aparecida F. Sullivan de Lima Uberlândia
JUDÔ
Harley Damião Pereira Arruda BH
NATAÇÃO
Ana Carolina Soares de Oliveira Jesuânia
Gabriel Geraldo dos S. Araújo Santa Luzia
João Pedro Brutus de Oliveira Uberlândia
Laila Suzigan Abate Uberlândia
Patrícia Ferreira dos Santos Coronel Fabriciano
Alexandre Silva Vieira Canápolis
Fábio Pereira Antunes Juiz e Fora
Marliane Amaral Santos Medina
TÊNIS DE MESA
Edmilson Matias Pereira Canópolis
TÊNIS EM CADEIRA DE RODAS
Ana Cláudia Caldeira dos Santos BH
Daniel Alves Rodrigues BH
Gustavo Carneiro Silva Uberlândia
Meyricoll Júlia Duval da Silva BH
Rafael Medeiros Gomes BH
Técnico: Leonardo Flávio de Oliveira BH
TRIATLO
Carlos Rafael Fonseca Viana Montes Claros
VÔLEI SENTADO
Samuel Henrique Arantes Formiga
 

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