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Estado de Minas MUNDIAL'2022

Eliminatórias da Copa do Catar começam entre o medo e a esperança na América do Sul

Eliminatórias Sul-Americanas desafiam a pandemia de COVID-19 e dão a largada nesta quinta-feira, com três partidas. Será a primeira qualificatória para a Copa do Mundo do Catar a ser disputada


07/10/2020 21:34

O técnico Tite lidera projeto de renovação na Seleção Brasileira(foto: Lucas Figueiredo/CBF)
O técnico Tite lidera projeto de renovação na Seleção Brasileira (foto: Lucas Figueiredo/CBF)

Em meio ao clima de tensão em decorrência da pandemia do novo coronavírus, as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo do Catar'2022 terão seu pontapé inicial hoje – as demais qualificatórias não têm data confirmada – de um jeito diferente. Pela primeira vez na história, os jogos não terão público, para evitar o aumento de casos de COVID-19, que explodem cada vez mais pelo continente.


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a América do Sul é um dos epicentros da doença, num momento em que Brasil, Peru e Equador concentram as maiores incidências de infectados e preocupam as autoridades. Diante disso, a Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) adotou protocolos que acredita serem rígidos, semelhantes ao da Copa Libertadores. Nesse ambiente de medo e insegurança, a bola vai rolar com o desfile de vários craques, com promessa de jogos de alta qualidade técnica. 

 

Brasil

Campeão da Copa América no ano passado, o Brasil começa a buscar uma vaga na próxima Copa do Mundo em meio a um projeto de renovação encabeçado pelo técnico Tite. Daqui para a frente, o treinador promete observar atletas jovens que atuam no futebol nacional e na Europa com o intuito de reduzir a média de idade do grupo, depois de fracassar na Rússia com uma formação envelhecida. A atual safra é muito boa. Nomes como os laterais Gabriel Menino e Renan Lodi, o volante Bruno Guimarães e o atacante Matheus Cunha apareceram pela primeira vez na equipe principal. Alguns experientes continuam com espaço, como o zagueiro Thiago Silva e o atacante Roberto Firmino. Neymar continua sendo o grande craque verde-amarelo. Ontem, ele reclamou de dor na lombar durante o aquecimento na Granja Comary e não treinou, iniciando tratamento. Pode desfalcar a Seleção na estreia contra a Bolívia, na sexta, em São Paulo – Éverton Ribeiro deve ser o substituto.

 

Argentina

Uma seleção com sérios problemas administrativos, mas com talentos de sobra dentro das quatro linhas. Capitaneada por Messi, a Argentina inicia sua caminhada sob dúvidas. Mesmo sem ser o preferido dos dirigentes da Associação de Futebol Argentino (AFA) para o cargo, o técnico Lionel Scaloni foi mantido e tenta renovar o grupo e fortalecer o lado coletivo de uma equipe desorganizada taticamente. Vários treinadores não aceitaram o convite – recusado por Diego Simeone, Marcelo Gallardo e Maurício Pocchetino. Outro desafio é o momento vivido por Messi. Salvador da pátria na última edição, o camisa 10 tem relação conturbada com o Barcelona (quase deixou o clube em agosto), o que pode prejudicar seu desempenho com a camisa alviceleste. Para ajudá-lo, craques como Dybala (Juventus), Lautaro Martínez (Internazionale) e Lucas Ocampos (Sevilla), que também podem ser decisivos durante a campanha. 

 

Uruguai

Comandado desde 2006 por Óscar Tabárez, o Uruguai mais uma vez chega forte. A Celeste Olímpica tem uma das mais fortes gerações dos últimos tempos, com atletas nos principais centros do futebol europeu e da América do Sul. Agora no Atlético de Madrid, o atacante Luís Suárez é um dos líderes do grupo, que conta com jovens como o zagueiro Giménez (também do Atlético de Madrid), os volantes Valverde, Nández (Cagliari) e Betancur (Juventus) e o armador De Arrascaeta (Flamengo). Sem atuar desde março, o atacante Cavani – que chegou a ser sondado por Grêmio e Atlético, mas fechou com o Manchester United – ficou fora da lista para as duas primeiras rodadas. Os uruguaios chegam para brigar pelo primeiro lugar, ao lado do Brasil. 

 

Chile

Após o vexame de ter ficado fora da Copa do Mundo da Rússia, o Chile também vive processo de restruturação encabeçado pelo técnico Reinaldo Rueda. O objetivo é evitar nova decepção, já que a seleção também caiu nas semifinais da Copa América para o Peru (derrota por 3 a 0). Apesar da renovação, ainda depende muito da qualidade dos mais experientes, como o zagueiro Medel, o volante Arturo Vidal e o atacante Alexis Sánchez, todos bicampeões continentais em 2015 e 2016. Da geração mais nova, destacam-se o zagueiro Tomás Alarcon, de 21 anos, que joga no O'Higgins, e o atacante Victor Dávila, de 22, do Pachuca-MEX. 

 

Colômbia

Treinada pelo português Carlos Queiroz desde o ano passado, a Colômbia talvez conte com a base mais sólida entre as seleções que disputam as Eliminatórias Sul-Americanas. Ainda que envelhecida, a equipe concentra os mesmos destaques que fizeram bonito nas últimas duas Copas do Mundo, como o goleiro Ospina (Napoli), o volante Cuadrado (Juventus) e os atacantes James Rodríguez (Everton) e Falcao García (Galatasaray). O entrosamento é um de seus pontos fortes. Com isso, a expectativa é de classificação tranquila e de boas exibições, sobretudo em Barranquilla, onde costuma ser muito forte ao se beneficiar da baixa umidade do ar.

 

 

Bolívia

Nenhuma seleção da América do Sul sofreu um baque tão grande em relação à COVID-19 quanto a Bolívia. Em julho, uma das vítimas da doença foi o presidente da federação, César Salinas, que morreu depois de uma semana internado em estado grave. O futebol entrou, então, em crise institucional, por causa da disputa pelo posto de Salinas. A preparação para as Eliminatórias ficou prejudicada, com interferência dos clubes nos treinos. Oriente Petrolero, Bolívar e Jorge Wilstermann exigiram que seus jogadores abandonassem a concentração em função do caos na federação. Em campo, o time comandado pelo venezuelano César Farias, técnico desde 2018, praticamente não tem chances de classificação. Sem renovação, o destaque continua sendo o experiente Marcelo Moreno, do Cruzeiro. Para piorar, pega o Brasil logo na estreia, fora de casa.

 

Peru

Depois do vice-campeonato na última Copa América, o Peru chega confiante. A principal missão é repetir pelo menos o desempenho da edição passada das Eliminatórias, em que conseguiu a vaga na Rússia na repescagem. Sob o comando de Ricardo Gareca desde 2015, a seleção vive seu melhor momento desde a década de 1970, quando a geração de Teófilo Cubillas encantou a América. Mas a decisão da Major League Soccer de não liberar os atletas que atuam nos Estados Unidos em decorrência da COVID-19 desfalcará os peruanos em peso – o goleiro Gallese, o zagueiro Callens, o lateral Marcos Lopez e os atacantes Flores, Ruidíaz, Polo e Reyna atuam no país. Paolo Guerrero também está fora, já que se recupera de cirurgia no joelho direito. Por isso, Gareca convocou um número maior de atletas para que a equipe não fique prejudicada. Um dos destaques é o armador Carrillo, do Al-Hilal, da Arábia Saudita.

 

Venezuela

A Venezuela vive um começo de trabalho, agora sob o comando do português Jose Peseiro, de 60 anos – ele substituiu Rafael Dudamel, que aceitou proposta do Atlético, mas foi demitido em fevereiro. O novo treinador tem em mãos uma safra talentosa, que surgiu depois do bom trabalho de Dudamel na base. Os destaques da Seleção Vinotinto jogam no futebol brasileiro – casos do armador Otero (Corinthians) e dos atacantes Soteldo (Santos) e Savarino (Atlético). Pela primeira vez, os venezuelanos chegam a uma Eliminatória com chance de lutar por vaga em sua primeira Copa do Mundo. O desafio, no entanto, é obter regularidade ao longo da campanha, beliscando pontos como visitante.

 

Paraguai

Apesar de eliminar a Seleção Brasileira nas Copas Américas de 2011 e 2015, o Paraguai perdeu o espaço no continente e amarga jejum nas eliminatórias. A última vez que esteve numa Copa do Mundo foi em 2010, na África do Sul. No ano passado, começou nova etapa, dirigido pelo técnico Eduardo Berrizo, que conseguiu levar a equipe às quartas de final da Copa América no Brasil – foi eliminada nos pênaltis pelo time de Tite. Ainda que a confiança tenha se renovado, os paraguaios sabem que a vaga na Copa será difícil diante da evolução de seleções como Peru e Venezuela. Os principais nomes são conhecidos no futebol brasileiro: o goleiro Gatito Fernández (Botafogo), os zagueiros Junior Alonso (Atlético) e Gustavo Gómez (Palmeiras) e o atacante Angel Romero (ex-Corinthians e atualmente no San Lorenzo). Outra esperança é o atacante Almirón, atualmente no Newcastle. Com o veto da MLS de ceder jogadores, o Paraguai ficou sem cinco atletas que jogam nos Estados Unidos. 

 

 

Equador

Depois de perder terreno para seleções como Peru e Chile, o Equador aposta numa seleção bem jovem. Com passagem pelo Boca Juniors, o técnico Gustavo Alfaro utilizará atletas que foram campeões do Sul-Americano Sub-20 no ano passado e que ficaram em terceiro lugar no Mundial da categoria. A nova safra é recheada de atletas rápidos e habilidosos. Destacam-se o volante Moisés Caicedo, de 18 anos, do Independiente del Valle, e o armador Jordy Alcívar, de 21, da LDU, além de Alan Franco, de 22, do Atlético. A tendência é que o nível do futebol equatoriano melhore, podendo se tornar outra vez uma força na América do Sul. Alguns veteranos permanecem, como o goleiro Domínguez, de 33, e o atacante Enner Valencia, de 30. 

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